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café é um negócio amargo?

WAGNER PIMENTEL

EM 08/05/2010

3 MIN DE LEITURA

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 café é um negócio amargo?

Editorial desta sexta-feira(07/05) do jornal colombiano El Espectador.

O café colombiano irrompeu nos mercados internacionais com uma diferença básica: sua origem. A qualidade que oferecia o país superava os níveis estabelecidos e não precisamente por uma ajuda de seu território. A dificuldade de seu cultivo obrigou a desenvolver modos de produção que lhe valeram sua fama. Por um lado, sua geografia e sua forma de plantio exigiram uma colheita manual do grão e, por outro lado, a umidade em tempos de safra fez a necessidade da lavagem e secagem.

A qualidade da semente e os bons manejos trouxeram ao país uma grande vantagem no mercado internacional, vantagem que, no entanto, foi perdendo com o tempo. O país se diferencia do restante do mundo tanto pela qualidade de seu grão, como pela excelência espalhada pelo seu território. Ser colombiano seria o que daria respaldo à qualidade do café. Os consumidores, no entanto, estão esquecendo com o tempo a referência da origem. Em seu imaginário figura agora simplesmente o café comum ou café gourmet.

O segundo pode já vir de qualquer parte, o importante é sua especificidade, como ter sido manualmente selecionado e processado e, preferencialmente, que seu cultivo seja amigável com o meio ambiente. Essa forma de produção, que é pela qual pagam os consumidores internacionais, se realiza com incrível dificuldade em todo o país, porém com bastante facilidade em propriedades particulares. Juan Valdez é a maneira como o setor cafeeiro busca manter a origem característica fundamental. A idéia é clara: na Colômbia o café não é um disperso negócio privado, mas sim a forma de vida de toda uma população, que busca a perfeição em seu trabalho de mais de um século. Essa imagem, com que se pretende voltar a ganhar o espaço perdido, não é um mero mecanismo publicitário.

As divisas recebidas pelo país com o café são inferiores a outras exportações, mas ainda geram o tecido e o progresso social. A produção de café absorve um terço da população do campo, tem uma cadeia de produção que envolve múltiplos setores e seus benefícios chegam, em sua maioria, de volta para o produtor. É certo que os cafeicultores estão passando por um mau momento, devido ao inverno e ao alto custo dos fertilizantes, o setor vem com um bom desempenho. A produção está se organizando cada vez mais, o bom preço do café tem compensado o câmbio e todos os dias se identificam melhor os nichos em que se pode chegar a Colômbia.

Mesmo com Juan Valdez tendo sido golpeado pela crise internacional, que afetou particularmente os Estados Unidos e Espanha, tudo parece sugerir que o setor seguirá ganhando força e, com ela, a importância da origem. Isso sem mencionar o respaldo institucional da Federacafe (Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia), que permite um esforço coletivo em termos de crescimento, desenvolvimento de tecnologia, educação, divulgação e coordenação. Apesar da importância do café para o desenvolvimento do país, a proposta de algum candidato necessitado de votos de impor uma taxa de câmbio preferencial para o café ofusca uma parece uma medida não necessária para estes tempos difíceis.

Os subsídios às exportações não só geram as distorções habituais à economia, mas também beneficiam aos consumidores de outros países. Intervenções dessa natureza se justificam muito dificilmente em qualquer caso e, menos ainda, para ajudar um setor que já adquiriu uma maioridade. É importante que o setor se organize para sobrepor a turbulência e não se desgaste fazendo lobby para pressionar medidas que realmente não necessite. Ainda que não recupere os níveis dos anos 50, o setor está evoluindo e se adaptou ao novo estado dos mercados. O futuro do café é mais doce que amargo e se existem momentos difíceis esse também fazem parte do negócio.

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