Com o avistar da nossa safra de café 2013/2014, é de bom entender, aos produtores e às classes ligadas ao ramo do mercado cafeeiro, alguns dados elaborados para a tomada de decisão e estratégias de mercado.
O ciclo de produção de safra do café é de longa data já conhecido, por conta da bianualidade da produção e pela vasta área de plantio no Brasil e em outros países. Não ocorrendo intempéries, torna-se possível fazer uma projeção do mercado cafeeiro com dados estimados próximos à realidade, com pequena margem de erro.
Desde 1830, ou seja, há 183 anos, o Brasil se consolidou como sendo o maior produtor de café do mundo, sua participação no mercado correspondendo aproximadamente 30% de toda a produção nos dias atuais. No entanto, este nível já chegou há quase 80% de todo o café produzido no mundo no século XIX, com isso, houve a necessidade de um plano de intervenção do governo para garantir os preços aos produtores, fazendo empréstimos externos para amenizar o impacto dos baixos preços que se prolongaram no período de 1906-1921.
Segundo projeções do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), a partir de estudos elaborados no ano de 2012, a produção brasileira de café irá crescer a um percentual de 4,4% até a safra 2019/20, já se estima que o consumo terá um crescimento de 3,5% e as exportações, um crescimento anual estimado de 1,7% até 2019.
O Gráfico apresenta a projeção de produção, consumo, exportação e estoques para o período de safra correspondendo 2011-2019.
Fonte: CONAB, DCAF/SPAE/MAPA.
O café, sendo uma commodity, é sujeito a qualquer movimentação do mercado e tem como sua formação de preço a lei de oferta e demanda. Caberá ao produtor rural, cooperativas e entidades ligadas à classe se manterem alertas e com o controle de suas finanças bem equilibradas para períodos de baixos preços, uma vez que estes poderão ocorrer, segundo projeções de dados, por possíveis estoques excedentes de várias safras a partir de 2015.
O governo poderá adotar várias políticas para manobrar a disparidade do preço de venda do café no mercado e o custo de produção efetivo, na tentativa de diminuir a intensidade dos preços baixos, que poderão atingir a produção brasileira, no entanto, vai um alerta aos produtores: o Brasil detém 30% da produção e o restante 70% está distribuído nos demais países produtores pelo mundo, os quais permaneceram com suas produções com grandes chances de manterem durante o período estudado.
Sendo estas as projeções para a cafeicultura, será de muita importância que o produtor de café procure reestruturar sua visão estratégica do negócio, utilizando uma gestão eficaz, tendo como objetivo a redução de custos e o aumento de produtividade, assim, por meio desse método, buscar uma alternativa em que os produtores de café, pequenos, médios e grandes, terão de adotar para permanecerem com uma fonte de renda lucrativa, garantindo, então, sua sobrevivência no mercado.
*Alexandre é Economista, formado em Ciências Econômicas e Ciências Contábeis pela UNIFAE