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"Fartura" total no campo

POR JOSE EDUARDO REIS LEÃO TEIXEIRA

ESPAÇO ABERTO

EM 16/06/2009

4 MIN DE LEITURA

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Este título, ao contrário da interpretação literária, que significa abundância, se refere a um modo de falar caipira no sentido de manifestar a falta = "farta", ou seja, ausência ou falta de alguma coisa. Portanto, irei tratar da falta, e não da abundância.

A agropecuária de forma geral, incluída nesta o nosso café, possui como luta constante e infindável as batalhas por legislações ou ações que provoquem sustentação aos produtores. Estas deveriam ser implantadas pelos governos, porém, propostas com eficiência pela produção.

A ausência de cenários consistentes, por total falta de políticas, bem como de proposições futuristas, leva à anarquia absoluta, com insatisfações constantes dos produtores.

Neste caso, o que deveria ser um negócio passa a ser um jogo e desta forma os riscos extrapolam os limites do aceitável. Não bastassem os riscos climáticos, por se tratarem de atividades sem teto, ainda assim não possuem a cobertura governamental.

Deixo claro que não estou me referindo à cobertura por paternalismos estatais, pelo qual sou totalmente contrário, mas aos deveres do governo em proteção à sociedade e diretamente relacionada aos direitos da mesma.

Não apenas este atual governo, mas praticamente todos, sejam por motivos financeiros e econômicos ou outros, não fizeram o dever de casa. Atualmente possuímos uma situação peculiar e até mesmo singular, retratado por um expressivo caixa financeiro nas reservas cambiais.

Chegamos ao desplante de emprestar bilhões de dólares ao FMI, para que o mesmo o repasse a países necessitando de recursos para ajudar seus povos, enquanto nossa sociedade é carente de todas as necessidades básicas e conjunturais.

Absterei de citar as inadmissíveis agressões que a classe política, com raras exceções, nos ataca e contrariamente à 3ª lei da física, em que toda ação possui uma reação igual e contrária, ficamos inertes como um mourão frouxo e apodrecido, parecendo sustentar algo e servindo apenas de enfeite pra "boi ver". Estamos todos frouxos, apesar de nossa natureza não ser esta.

Alguns setores da atividade agropecuária, como a cafeicultura, sofrem com mais intensidade os efeitos da "fartura = farta tudo", e suas solicitações mesmo mal elaboradas, raramente contemplam a eficiência.

Entre a sociedade produtiva e o governo existe a sociedade civil, e justamente nesta se encontra o suporte necessário a movimentações mais dinâmicas no sentido de sensibilizações para atendimentos de reivindicações reais e necessárias junto aos governantes.

Percebam que esta sociedade desconhece os problemas agropecuários, mas conhece os impostos a que é obrigada a recolher. Esta sociedade, espoliada através de uma das maiores taxas de impostos do planeta, não é atendida no básico, sem mencionar todo o restante.

A agropecuária, através das populações dos grandes centros, principalmente, é vista por uma imagem irreal, para não dizer surrealista, onde se tem por rótulo "fazendeiros ricos, chorões e eternos pedintes de recursos". Sabemos não ser a realidade, com algumas exceções, mas a sociedade por desconhecimento pensa e a trata desta forma.

E, como fazer esta sociedade conhecer a verdade e trazê-la de encontro e apoio aos reais pleitos? Possivelmente nesta resposta esteja a solução para os inúmeros problemas e dificuldades de toda a atividade produtiva, nos moldes da cultura de nossa população e governo, em geral Tupiniquins.

A entidade máxima de representação de toda a agropecuária está sediada na CNA (Confederação Nacional da Agricultura), tendo sob o efeito pirâmide do topo para baixo as Federações, Sindicatos, OCB, Associações de Produtores, entre outras sociedades.

Acredito que uma ação bem articulada pela CNA, com a finalidade de provocar resultados de apoio à sociedade poderia estar em estrategicamente mudar radicalmente esta imagem distorcida, e isto só se faz com ações.

Estas ações deveriam apresentar propostas claras e ostensivas em benefício da sociedade, em suas necessidades mais básicas. Os produtores, ao solicitarem recursos financeiros, possuem em confronto o pensamento da sociedade, a qual os vê como aproveitadores; alimentado por discursos inflamados e descabidos de Ministro de Estado, entre outros, acanhando os governantes e colocando contra a parede os produtores.

Sendo assim, como sugestão, acredito ser eficiente e viável toda a agropecuária destinar através de todos os produtores os conceitos e princípios básicos de visão social e humanitária, estabelecendo e destinando o percentual ínfimo de 1% (um ponto percentual) de toda a produção anual e permanente, para assim comprovar a intenção de ação de longa duração, transformada em recursos financeiros e destinadas a ações sociais de forte impacto, sem nenhum gerenciamento ou interferência governamental e isenta de interesses politiqueiros.

Isto, contrariamente ao intento, poderia ser um prato feito para os abutres de plantão; sendo que nosso país está parecendo ser constituído apenas de abutres e carcaças, não existindo "Àguias", o que deve ser mudado com urgência.

Tal proposição, segmentada pelas inúmeras atividades produtivas, e conduzida com respeito, ética e profissionalismo teria certamente efeitos surpreendentes, colocando a sociedade favorável aos produtores e forçando potencialmente o governo a posturas solucionadoras dos inúmeros pleitos. Se realizada por etapas em unidades de pólos regionais e divulgada ostensivamente através da mídia provocaria resultados práticos e eficientes. Seria o que as empresas de sucesso, com seus capazes executivos, inteligentemente aplicam no jogo do ganha-ganha, onde todos são beneficiados, ou se preferirem o velho ditado: "uma mão lava a outra e o sabão lava as duas".

O impacto que este pequeno percentual, representado por um significante valor anual de R$7,3 bilhões, provocaria benefícios importantes à sociedade brasileira e, ao ser patrocinado pela agropecuária, acarretaria reflexos de mesma proporção e intensidade em reação favorável à mesma, angariando o respeito, simpatias e considerações, obtidas através de um valor ínfimo se considerado pela participação de cada produtor.

Muito se pode fazer e obter, desde que unidos e alinhados aos conceitos que determinam nossa verdadeira razão existencial. Exercer atividades econômicas e obter sucesso sem aplicar a contrapartida social geralmente não gera resultados consistentes. Acredito ser este o atalho mais preciso, eficiente e permanente, para se obter os resultados pretendidos.

JOSE EDUARDO REIS LEÃO TEIXEIRA

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SANDRA MARIA TEIXEIRA RIBEIRO

CAMBUQUIRA - MINAS GERAIS

EM 27/06/2009

Prezado Sr José Eduardo Reis Leão Teixeira,

Os indivíduos são responsáveis por suas palavras e atos, e não faz diferença, se estes foram baseados em idéias equivocadas, preconceituosas ou verdadeiras, pois, de qualquer modo, irão gerar consequências e prejuízos que, dependendo do grau, poderão lesar sua própria reputação e até gerar punições previstas na lei.

Mas a parcela da população responsável por criar idéias equivocadas sobre a agropecuária não é aquela que, devido à sua fragilidade econômica e sócio-cultural, é levada ou induzida ao erro e, cuja culpa por tal fragilidade, é do país como um todo, e não apenas do segmento agropecuário.

Os que criam e propagam tais idéias, são justamente aqueles que deveriam ser os mais bem informados, como os do porte do Sr Ministro do Meio Ambiente - com o agravante deste ocupar um cargo público e remunerado - mas que, ao contrário, parece estar num sono profundo desde 1960 ou sofrer de uma enorme preguiça mental.

Assim não cabe aos produtores rurais a responsabilidade por seus conceitos, preconceitos e atitudes e, menos ainda, a tarefa de, antes ou depois de tantas ofensas, educá-los.
JOSE EDUARDO REIS LEÃO TEIXEIRA

VARGINHA - MINAS GERAIS

EM 24/06/2009

Prezada Sra. Sandra Maria Teixeira Ribeiro

O segmento produtivo agropecuário necessita se adequar e adaptar a conceitos e princípios modernos, no sentido de remodelar sua imagem.

Sob este aspecto eficientemente se adequaria a aplicação do "benchmarketing", traduzido em linguagem coloquial em copiar o que outras empresas de sucesso utilizam na obtenção de resultados.

Esta imagem distorcida que o setor agropecuário possui tem origens não apenas sob os apectos tradicionalistas, mas na dificuldade em conscientizar os produtores que seus clientes, assim como os clientes de qualquer atividade é a sociedade como um todo.

Esta é uma questão cultural dificil de ser encarada e absorvida, para a maioria.
Percebo isto em minha própria formação familiar. Sendo desdendente de familia com propriedades rurais e fortes tradições, recebi de meus pais os conceitos aplicados de que nossos resultados deveríam necessáriamente contemplar uma pequena parcela, aquela que não nos faria falta, a ações sociais.Achamos isto a mínima contribuição humanitária que deveríamos devolver à sociedade consumidora de nossos produtos, e que sem esta não existiria razão de produzirmos nada.
Perceba que não são conceitos filosóficos, mas reais e verdadeiros. Filosófico seria imaginar que se consegue resultados positivos sem fazer o dever de casa.

Perceba que as empresas de sucesso possuem, geralmente, verbas destinadas a este tipo de ações e como resultado angariam as simpatias e obtêm da própria sociedade como um todo o efeito escudo, tornando-se blindadas a ataques e obtendo simpatias.

Este escudo, associado a simpatias pela sociedade é a contra partida que o segmento agrário precisa obter. Em seus inúmeros pleitos junto aos governos, ao invés dos constantes desgastes e frustrações na obtenção pelos mesmos, teria o fundamental apoio da sociedade colocando os governantes contra a parede e não o contrário, como sempre acorre.

Assim, acredito firmemente ser não apenas uma solução, mas uma obrigação que trará efeitos surpreendentes, provocando o ganha-ganha, em que todos seriam beneficiados.

Seria, para alguns utopia de primeiro mundo, mas devemos lembrar antes destas conclusões errôneas, que fazemos parte da humanidade e necessitamos ser socialmente proativos, se é que desejamos vencer.

Em conclusão, acredito sermos nós mesmos os responsáveis pela imagem que possuímos e assim caberá a nós mudá-la e isto só se faz com ações e não palavras.

Atenciosamente
SANDRA MARIA TEIXEIRA RIBEIRO

CAMBUQUIRA - MINAS GERAIS

EM 21/06/2009

Prezado Senhor José Eduardo,

O produtor rural brasileiro não é APENAS visto de maneira preconceituosa por grande parte da sociedade urbana brasileira e de outros países. É pior: ele é USADO por políticos, jornalistas e diversas organizações para justificar inúmeras problemas do Brasil.

A fim de conseguir apoio popular ou se destacar nas Tvs e jornais, atacam os produtores sem se preocupar se estão sendo preconceituosos, ou seja, se realmente conhecem toda a realidade do campo. Distorcem e omitem fatos. E quando mencionam exceções, o fazem em poucas palavras ou sussurros. É incrível a quantidade de pessoas que os julgam e os condenam sem conhecimento de causa. Até mesmo parte da imprensa que se auto-intitula de séria.

No Brasil, talvez só seja maior o número de críticos e técnicos de futebol! E como fazem julgamentos pesados e prejudiciais aos produtores. É como estes fossem uma classe a parte! E não são - se existem os incompetentes e desonestos, eles também existem em todas as outras profissões, jornalistas e políticos, inclusive.

Parabéns pelo seu artigo, pois também acredito na necessidade de esclarecimento da população. Especialmente contra os desonestos e aproveitadores.

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