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SP aposta no café gourmet contra crise

PAULO HENRIQUE LEME

EM 22/12/2008

4 MIN DE LEITURA

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A cafeicultura paulista vai apostar em produtos com maior valor agregado para produzir renda e combater as adversidades provocadas pela crise em 2009. O objetivo do governo estadual é reunir a cadeia para ampliar a promoção entre os produtos de alta qualidade, que em média valem o dobro dos convencionais, criando uma identificação exclusiva de origem. Com isso, espera que o aumento de renda continue demandando mão-de-obra e ajudando a sustentar a economia.

O Estado de São Paulo é conhecido mundialmente como o berço da cafeicultura nacional e até hoje exerce grande influência no que diz respeito a produção de qualidade. De acordo com o Sindicato da Indústria do Café do Estado de São Paulo (Sindicafé), cerca de 35% do volume de café torrado do País sai de São Paulo.

O café ocupa a oitava colocação no ranking em valor de produção agropecuária no Estado. Segundo a Secretaria de Agricultura, o produto deverá render R$ 1,08 bilhão neste ano. No entanto, o Estado é o segundo maior pólo industrial em quantidade no Brasil, com 240 empresas, o que demanda um bom volume de mão-de-obra. Perde apenas para Minas Gerais, que possui 350 companhias, segundo o Sindicafé. A estimativa é que a receita no processamento do café atinja R$ 6,7 bilhões em 2008.

"Acredito que o futuro do café está na qualidade. Grandes produtores como o Vietnã entram na faixa do produto comum, por isso quero organizar produtores e industriais para aproveitar o potencial do café paulista e trabalhar na identificação de origem da produção, inclusive na exportação. Além de agregar valor, ajuda a combater a crise com ampliação da renda", disse o Governador do Estado de São Paulo, José Serra, durante a 6º Edição dos Melhores Cafés de São Paulo.

O governador, apreciador de café assumido, acrescentou ainda que o produto gourmet possui um consumo fluente no mundo. "É um mercado que ainda não está saturado. Nossa intenção é organizar a cadeia de café e aprimorar as séries especiais para turbinar a participação", completa. Para isso, o governador afirmou que poderá, inclusive, ser usada a própria produção do Instituto Biológico. Segundo a Secretaria Estadual de Agricultura, a lavoura fica na Vila Mariana em uma área de 10 mil metros quadrados com 1,3 mil árvores de café. A safra deste ano rendeu oito sacas beneficiadas (o equivalente a 500 quilos) e será doada ao Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo.

O secretário de Agricultura, João de Almeida Sampaio Filho, enxerga como fundamental a promoção do café como ferramenta de combate à crise. "Precisamos atuar em setores com maior remuneração para proporcionar renda e emprego", disse. Ele observa que pode haver redução no consumo desse tipo de produto com a crise, porém acredita que a melhor arma contra crise é disseminar gestão e qualidade. "O primeiro produto que o consumidor deixa de lado é o de baixa qualidade".

Nathan Herskowicz, presidente da Câmara Setorial do Café, disse que a participação de produtores e idustriais no evento ajudam na valorização e visibilidade das mercadorias. "Conseguimos mobilizar as cooperativas e indústrias, colocando o produtor em contato com o comprador", resume. Ele ressalta a importância de São Paulo como trampolim para projetar cafés de qualidade. "Como produtor, o Estado não tem tanto peso. Mas é muito conhecido no que diz respeito a cafés de qualidade". Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), São Paulo corresponde a 10% da safra nacional, estimada em 46 milhões de sacas neste ano.

A Torrefação e Moagem Serra da Grama foi uma das duas empresas premiadas na 6º Edição Especial dos Melhores Cafés de São Paulo. A torrefadora pagou R$ 1,28 mil em cada saca de 60 quilos (de um lote de dez sacas), cujo produtor foi Homero Macedo Júnior, de São Sebastião da Grama, vencedor do 7º Concurso Estadual de Qualidade do Café, na categoria de cafés cereja descascado. Mariângela Taramelli Francisco, do Café Serra da Grama, também é otimista em relação à crise. "Existe consumidor para tudo. Podemos até sentir um pouco a retração, mas como o público é bem elitizado não acredito que haverá grandes problemas".

Diogo Teixeira de Macedo, representante e filho do produtor vencedor de São Sebastião da Grama, diz que já sente o reflexo da crise. "Nós tínhamos quase fechado um contêiner com 320 sacas para o Japão. Agora com a situação um pouco nebulosa, eles baixaram a compra para 160 sacas", disse. Ele conta que trabalha desde 1994 com produção especial e diz que 10% dessa produção é destinada a exportação.

"Eventos desse tipo ajudam a consolidar a marca no mercado de produtos gourmet, onde é muito difícil ganhar espaço", ressalta Wanda Quintela, do Café Toledo. Ela explica que já percebeu mudanças na demanda com o agravamento da crise. "Vendemos uma parte da produção como experiência ao Japão. Porém, eles agora estão mais reticentes em fechar novas compras". O secretário de agricultura enxerga boas oportunidades no atual momento. "O ritmo de crescimento pode recuar. Mas a margem que o gourmet oferece sempre será maior".

A matéria é de Roberto Tenório, publicada na Gazeta Mercantil, resumida e adaptada pela Equipe CaféPoint.

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