"Como previsto, a divulgação na semana passada, pela CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento, da segunda estimativa para a safra brasileira de café 2008, gerou análises e comentários de compradores e vendedores de café. Compradores acreditam que a safra ficará acima do estimado pela CONAB, enquanto produtores e suas lideranças estimam que não existem condições para a produção total chegar ao número divulgado pelo governo", publicou o Escritório Carvalhaes.

Ainda de acordo com Carvalhaes, a chave para o comportamento dos preços na entrada da nova safra será o tamanho do estoque brasileiro de café na passagem da safra 2007 para 2008. Este número está sendo levantado pelo Ministério da Agricultura, que também precisa informar ao mercado as razões da suspensão dos leilões oficiais de café. Os estoques estão perto do final e a suspensão gera espaço para boatos.

"O mercado físico brasileiro de café permaneceu apático e desinteressado na semana passada. Os lotes colocados à venda pelos produtores são sempre no tamanho necessário para fazer frente aos compromissos mais próximos e os compradores mostram preocupação com a qualidade dos cafés oferecidos, em sua maior parte manchados ou desmerecidos em cor", citou o escritório.

Ao contrário dos comentários que circulavam nos primeiros meses do ano, a safra está atrasada e muitos produtores estão preocupados com a possibilidade de não poderem cumprir prazos de entrega de lotes da nova safra, vendidos antecipadamente. O custo da mão-de-obra para a colheita e a escalada vertiginosa do preço dos fertilizantes e defensivos assustam os cafeicultores e estão no centro de todas as conversas (informações do Escritório Carvalhaes).

A "Green Coffee Association" divulgou que os estoques americanos de café verde totalizaram 5.719.283 sacas em 30 de abril de 2008. Uma alta de 132.472 sacas em relação às 5.586.811 sacas existentes em 29 de março de 2008.

Até o dia 15, os embarques de maio estavam em 613.199 sacas de café arábica e 37.005 sacas de café conillon, somando 650.204 sacas de café verde, contra 789.341 sacas no mesmo dia de abril. Também no dia 15, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em maio totalizavam 779.137 sacas, contra 950.606 no mesmo dia do mês anterior. As informações são do Escritório Carvalhaes.

A Bolsa de Nova York recuou 290 pontos na posição Maio, e fechou a 135,10 cents/lb ou R$ 294,02/sc. Julho e Setembro, em queda de 280 pontos, fecharam a 135,20 e 137,50 cents/lb, respectivamente. Na moeda nacional, temos a conversão de R$ 294,24 e R$ 299,25/sc. De acordo com o Banco Central do Brasil, a cotação do Dólar comercial do dia foi de R$ 1,6452.

Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.


Dólar

O dólar comercial terminou em leve alta nesta segunda-feira, dia 19, sucumbindo às previsões de que as contas externas nacionais irão se deteriorar. A divisa também se acomodou por conta do movimento de ajuste, após ter atingido a menor cotação desde 1999, na sexta-feira.

O relatório Focus, divulgado nesta manhã, apontou que agentes do mercado apostam em déficit na conta corrente do País, de US$ 20 bilhões. A noção de que haverá menor entrada de dólares via comércio exterior de bens e serviços se sobrepôs ao otimismo do mercado interno, que segue operando em patamar recorde.

Além disso, dados da balança comercial referentes à semana passada confirmam a tendência de recuo nas exportações. De acordo com o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), de janeiro até a terceira semana de maio, a média diária das exportações foi de US$ 685,0 milhões, valor 18,3% maior que o registrado no mesmo intervalo do ano passado, que teve 95 dias úteis. Ainda de acordo com dados do MDIC, as importações quase triplicaram desde 2003. As informações são do InfoMoney.

Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)


Tabela 1. Comparativos das principais Bolsas de café


Mercado do robusta

Em Londres, a segunda-feira terminou em baixa de 17 pontos para a posição Maio, cotada a US$ 2243/t ou R$ 221,41/sc. Julho e Setembro/08 também fecharam no negativo, com -19 e -22 pts, respectivamente, cotadas a US$ 2261/t e US$ 2241/t, ou R$ 223,19/sc (julho)e R$ 221,21/sc (setembro).

Gráfico 3. Contrato café, LIFFE


BM&F

A Bolsa de Mercadorias & Futuros de São Paulo fechou em forte queda ontem. Como resultado, nesta segunda-feira obtivemos -US$ 3,55 para Maio, que fechou a US$ 158,40/sc. Julho/08 teve baixa de US$ 3,70, cotado a US$ 163,10/sc. Setembro terminou o dia em queda de US$ 3,80, a US$ 164,85/sc.

Gráfico 4. Contrato café, BM&F


Tabela 2. Principais Indicadores, Bolsas e cotação do Dólar


Mercado físico

No mercado físico, o dia foi de queda nos preços. O índice Cepea/Esalq caiu R$ 4,41 e finalizou a segunda-feira a R$ 254,84/sc. Em Guaxupé, sul de Minas, a saca do Arábica - tipo 6 bebida dura para melhor - desvalorizou R$ 2,00 e acabou negociada a R$ 251,00. As demais regiões permaneceram com valores estáveis.

Confira as cotações das principais praças cafeeiras do país:
R$ 245,00/sc: Vitória da Conquista/BA.
R$ 250,00/sc: Caratinga (Zona da Mata) e Patrocínio/MG, para a safra nova.
R$ 260,00/sc: Araguari/MG e Franca/SP.

O Conilon - tipo 6/7 com mais de 90% de peneira 13 - foi negociado em São Gabriel da Palha/ES a R$ 203,00/sc, preço estável desde o dia 30 de abril. O indicador Cepea/Esalq subiu R$ 1,33, alta de 0,63%, e fechou o dia cotado a R$ 211,71/sc.

Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F


Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui.

Existe algum fato em sua região que possa afetar o mercado, positiva ou negativamente? Por favor, comente no espaço abaixo para cartas.

Julio Frare, equipe CaféPoint