No relatório divulgado pela Conab, com base nos dados até 31 de março último, os estoques nas mãos do setor privado, que incluem os volumes das cooperativas, estão em 10,364 milhões de sacas de 60 quilos, 41% menos que no mesmo período de 2007. Do total estocado, 9,58 milhões de sacas são do tipo arábica e 778 mil do tipo robusta.
Segundo o Escritório Carvalhaes, a chegada de café remanescente da safra 2007 ao mercado movimentou um pouco os negócios, que só não foram fechados em maior número devido às fortes oscilações das bolsas de futuro, dominadas pelos interesses de curto prazo dos fundos de investimentos, fato que vem se transformando em rotina, com o descomunal crescimento destes fundos e de suas operações nas bolsas de commodities.
"A pressão dos imensos capitais captados pelos fundos sobre o preço dos alimentos e das commodities em geral está desestabilizando estes mercados e preocupando os líderes em todo o mundo", publicou o Escritório. Este assunto é cada vez mais discutido e esteve presente na Cúpula sobre Segurança Alimentar da FAO, braço das Nações Unidas para alimentação e agricultura, realizada nesta semana, em Roma.
Em Nova York, o mercado cafeeiro fechou a segunda-feira em forte queda. A posição julho despencou 480 pontos no final da sessão, fechando a 131,05 cents/lb ou R$ 281,83/sc, recuo de 3,5% em relação ao dia anterior. Para setembro, baixa de outros 480 pontos levou a posição ao patamar de 133,45 cents/lb ou R$ 286,99/sc, menor valor desde 2 de maio. No acumulado da semana, são -4,6%. O dólar (compra) encerrou o dia a R$ 1,626, em baixa pouco significante.
Segundo a Mellão Martini, a Bolsa de Nova York sofreu pressão de boletins climáticos descartando para os próximos dias a possibilidade de geada nas principais regiões cafeeiras do Brasil. O dólar fechou em queda, apesar do mau humor dos mercados acionários, acompanhando o fluxo de entrada de recursos no país. Além disso, as boas perspectivas para a economia nacional têm mantido firme o fluxo de investimentos diretos. A balança comercial, depois de semanas demonstrando fraqueza, voltou a exibir melhor vigor.
Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.
Dólar
De acordo com o InfoMoney, o dólar comercial fechou em recuo nesta segunda-feira, dia 9, alheio ao pessimismo no mercado interno. A internalização de recursos obtidos pela exportação a ser realizada no decorrer do mês, cujas estimativas são altas, traz expectativa de aumento da oferta da divisa. Além disso, o clima mais ameno das negociações no exterior apoiou o recuo da moeda norte-americana.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o superávit da balança comercial na primeira semana de junho foi de US$ 384 milhões. As exportações brasileiras no período apresentaram alta de 40% sobre o desempenho médio diário em todo mês de junho do ano passado (US$ 655,9 milhões).
Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)
Tabela 1. Comparativos das principais Bolsas de café
Mercado do robusta
Em Londres a semana começou em nova baixa, com -63 pontos para a posição Julho/08, que encerrou o dia a US$ 2.163/t ou R$ 210,98/sc. Setembro, também com -63 pts, terminou a sessão a US$ 2.158/t ou R$ 210,50/sc.
Gráfico 3. Contrato café, LIFFE
BM&F
A Bolsa de Mercadorias & Futuros de São Paulo fechou o dia em queda expressiva. A posição Julho/08 registrou - US$ 4,70 no encerramento da sessão e recuou aos US$ 158,50/sc.
Setembro, com - US$ 4,50, fechou com US$ 161,30/sc, menor valor desde 7 de maio. No mês, a BM&F acumula 3,1% de desvalorização para a posição Setembro e quase 2% para Julho.
Gráfico 4. Contrato café, BM&F
Tabela 2. Principais Indicadores, Bolsas e cotação do Dólar
Mercado físico
Em Guaxupé, Minas Gerais, a saca do arábica - tipo 6 bebida dura para melhor - foi negociada a R$ 249,00, com R$ 5,00 de desvalorização. O indicador Cepea/Esalq, em baixa de quase 3%, desvalorizou R$ 6,99, finalizando o dia a R$ 248,63/sc.
O café despolpado de Vitória da Conquista foi negociado a R$ 240,00/sc. Para as praças de Araguari e Patrocínio/MG, a safra nova cedeu e estabilizou-se a R$ 245,00/sc, enquanto que em Caratinga/MG a saca permaneceu a R$ 250,00.
Em São Gabriel da Palha/ES, o conilon - tipo 6/7 com mais de 90% de peneira 13 - vem sendo negociado a R$ 203,00/sc desde o dia 30 de abril. O indicador Cepea/Esalq recuou quase 2%, cotado a R$ 206,24/sc.
Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F
Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui
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Julio Frare, equipe CaféPoint