A produção total de arábica 2008/09 foi indicada em 38,1 milhões de sacas, com incremento de 48% em relação à safra 2007 (25,8 milhões de sacas). Já a safra 2008/09 de conillon foi colocada em 12,3 milhões de sacas, devendo ter aumento de 8% na comparação com 2007/08 (11,4 milhões de sacas).
Segundo o analista de Safras & Mercado, Gil Barabach, responsável pela sondagem, com base na impressão sobre as floradas, "a indicação preliminar ressaltava os prejuízos causados pelo problema climático na primavera, ponderando que o potencial produtivo, não fosse o atraso nas chuvas, seria muito maior. Muito possivelmente a produção brasileira alcançaria um novo patamar recorde de produção". Ele observa que o intervalo proposto anteriormente dizia que se tudo corresse normal dali em diante a safra brasileira tenderia a se inclinar em direção ao patamar mais elevado, caso contrário, do limite inferior. "O verão foi de boas chuvas sobre as áreas cafeeiras brasileiras, confirmando o cenário mais otimista", afirma Barabach.
A colheita de café da safra brasileira 2008/09 está em 20% do total a ser produzido, até 10 de junho. Este dado faz parte do primeiro levantamento semanal da Agência Safras para a evolução da colheita da safra nova. A colheita mostra-se bem atrasada em relação a igual período do ano passado, quando 35% da safra 2007/08 estava colhida nesta época. Estima-se que foram colhidas 10,19 milhões de sacas.
Recentemente, o USDA divulgou que a produção brasileira de café na safra de 2008/09 deverá ser de 51,1 milhões de sacas de 60 quilos, 36% a mais que na safra anterior. Segundo Nathan Herszkowic, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), esses dados não causaram a surpresa que causariam em outros tempos, quando projeções do departamento americano ocasionavam consideráveis baixas ao preço do café nacional. De acordo com Nathan, a previsão esteve até abaixo de outras previsões do mercado, não surtindo maiores efeitos negativos, dado o atual equilíbrio do mercado.
Em Nova York, o mercado cafeeiro fechou a sexta-feira em leve baixa. Tanto Julho como Setembro registraram queda de 20 pontos, tendo as posições, respectivamente, fechado a 134,40 cents/lb ou R$ 290,86/sc e 136,80 cents/lb ou R$ 296,06/sc. O dólar (compra) encerrou o dia a R$ 1,636, em leve baixa, pelo segundo dia consecutivo. Em trinta dias, a moeda norte-americana acumula 1,30% de desvalorização.
Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.
Dólar
O dólar comercial, em sessão marcada por grande volatilidade, encerrou a sexta-feira, 13, praticamente inalterado, após oscilar entre altas e baixas ao longo do dia. De acordo com o InfoMoney, a divisa norte-americana operou sem apresentar grandes amplitudes na variação desde o começo do dia, refletindo as incertezas que rondam investidores, principalmente após autoridades financeiras terem sinalizado durante a semana que mudanças de política monetária podem estar por vir.
"Os indicadores norte-americanos divulgados nesta sessão apresentaram dados contrastantes e empregaram volatilidade aos mercados. Por outro lado, o diferencial de juro favorecendo o Brasil continua atraindo investimentos ao país e aumentando a oferta de dólares", publicou o site.
Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)
Tabela 1. Comparativos das principais Bolsas de café
Mercado do robusta
Em Londres a sexta-feira registrou -3 pontos para Julho/08, que fechou a US$ 2214/t, ou R$ 217,33/sc. Setembro, com -2 pts, encerrou a sessão a US$ 2.207/t ou R$ 216,64/sc. Nos últimos 30 dias, Julho/08 acumula desvalorização de 2,25%.
Gráfico 3. Contrato café, LIFFE
BM&F
A Bolsa de Mercadorias & Futuros de São Paulo fechou o dia em alta, tendo recuperado US$ 0,45 para Julho/08, que no encerramento da sessão fechou a US$ 162,50/sc. Setembro, com +US$ 0,75, chegou aos US$ 165,50/sc.
Gráfico 4. Contrato café, BM&F
Tabela 2. Principais Indicadores, Bolsas e cotação do Dólar
Mercado físico
Em Guaxupé, Minas Gerais, a saca do arábica - tipo 6 bebida dura para melhor - foi negociada a R$ 255,00, estável em relação ao dia anterior. O indicador Cepea/Esalq, em baixa, registrou R$ 254,94/sc. Em Franca, estado de São Paulo, os negócios também foram realizados a R$ 255,00/sc.
O café despolpado de Vitória da Conquista continua negociado a R$ 240,00/sc. Nas praças de Araguari e Patrocínio/MG, a safra nova permaneceu a R$ 255,00/sc, enquanto que em Caratinga/MG, foi vendida a R$ 250,00/sc.
Em São Gabriel da Palha/ES, o conilon - tipo 6/7 com mais de 90% de peneira 13 - vem sendo negociado a R$ 203,00/sc desde o dia 30 de abril. O indicador Cepea/Esalq subiu R$ 0,95, cotado a R$ 208,43/sc - alta de 0,46%.
Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F
Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui
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Julio Frare, equipe CaféPoint