Segundo o Valor Econômico, o aparente bom andamento da safra brasileira e a liquidação geral de commodities no mercado internacional - influenciada pela valorização do dólar em relação a outras moedas - também determinaram a queda dos preços do café na quinta-feira na bolsa de Nova York.
Os futuros do arábica para julho/08 encerraram o pregão negociados a 132,50 cents de dólar por libra-peso, em baixa de 310 pontos, assim como setembro, que fechou a 143,85 cents/lb. Com dados do Banco Central, o dólar comercial desvalorizou 0,81% e foi cotado a R$ 1,6488.
Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.
Dólar
Segundo o InfoMoney, o dólar comercial fechou em forte queda após o anúncio da promoção do Brasil a investment grade feita pela agência Fitch Ratings, nesta quinta-feira, 29. Dessa forma, o dólar voltou a encerrar a sessão no menor nível desde 20 de janeiro de 1999, data em que o Brasil havia recém adotado a livre flutuação da moeda em meio a uma grave crise cambial.
Com a nota da Fitch, fundos estrangeiros que não tinham acesso ao mercado brasileiro poderão investir no país. "Isso aumenta a perspectiva de ingresso de divisas no Brasil, o que reforça a tendência de queda a longo prazo do dólar", publicou o site.
Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)
Tabela 1. Comparativos das principais Bolsas de café
Mercado do robusta
Em Londres, a quinta-feira terminou em baixa de 32 pontos para a posição maio/08, cotada a US$ 2.222/t ou R$ 219,82/sc. Para Julho, -34 pts responderam por US$ 2.246/t ou R$ 222,19/sc, desvalorização de 1,5% em relação ao dia anterior.
Gráfico 3. Contrato café, LIFFE
BM&F
A Bolsa de Mercadorias & Futuros de São Paulo fechou em baixa outra vez. Julho registrou -US$ 2,10 e encerrou os trabalhos do dia a US$ 161,20/sc. Setembro, com -US$ 2,30, terminou a sessão a US$ 162,60/sc, ou R$ 268,09/sc, na cotação do dólar do dia.
Gráfico 4. Contrato café, BM&F
Tabela 2. Principais Indicadores, Bolsas e cotação do Dólar
Mercado físico
A quinta-feira foi de desvalorização em Guaxupé, Minas Gerais, e Vitória da Conquista, Bahia, que anularam a valorização conquistada no dia anterior. O indicador Cepea/Esalq para o café arábica - tipo 6 bebida dura para melhor - também registrou baixa em consequência disso e foi reajustado a R$ 251,63/sc, com perda de R$ 2,54. Em Guaxupé, a saca caiu R$ 4,00 e voltou ao patamar de R$ 248,00. No mesmo sentido, o café despolpado de Vitória da Conquista recuou R$ 5,00 e esteve negociado a R$ 240,00/sc novamente.
Nas demais praças cafeeiras do país, o dia não foi de alteração dos preços. Em Araguari e Patrocínio, Minas Gerais, a saca foi cotada pelos mesmos R$ 250,00. Em Caratinga, Zona da Mata mineira, a safra nova também manteve o preço da saca estável, a R$ 250,00.
O Conilon - tipo 6/7 com mais de 90% de peneira 13 - foi negociado em São Gabriel da Palha/ES a R$ 203,00/sc, constante desde o dia 30 de abril. Baixa de R$ 0,35 no indicador Cepea/Esalq, que encerrou o dia a R$ 215,11/sc, com desvalorização de 0,16%.
Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F
Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui
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Julio Frare, equipe CaféPoint