O mercado cafeeiro mais uma vez sentiu os efeitos do "mau humor" externo do mercado financeiro global. De acordo com Marcus Magalhães, da Maros Corretora (Vitória/ES), "investidores voltaram a assumir uma postura irracional no que tange ao medo de um possível desaquecimento da economia americana e assim, um "efeito manada" assolou os mercado como um todo".

NY trabalhou toda a sessão em queda chegando a registrar a mínima de -335 na posição março, segundo o Infocafé.

Os contratos para mar/08 fecharam a 134,90 cents/lb (R$ 314,47/sc), recuo de 195 pontos (-1,42%). Para set/08, a cotação ficou em 142,45 cents/lb (R$ 332,07/sc), queda de 200 pontos (-1,38%).

O Brasil exportou nesta quarta-feira 75.190 sacas de café arábica. Segundo dados do Cecafé, não houve embarques de conilon.

Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.


O dólar compra fechou a R$ 1,762, alta de R$ 1,03 em relação ao dia anterior. Na semana, segue em queda de 0,34%.

A moeda norte-americana acompanhou o dia de grande instabilidade nos mercados externos. Resultados corporativos voltaram a preocupar investidores quanto à extensão dos problemas do subprime. O banco JP Morgan Chase anunciou os resultados do quarto trimestre de 2007, reportando baixas contábeis de US$ 1,3 bilhão nas operações relativas ao crédito imobiliário. Além do banco, a Intel registrou queda nos lucros e nas vendas em seu último resultado.

O fluxo de moeda estrangeira no Brasil voltou a ficar negativo depois de muito tempo. Segundo relatório do Banco Central, nos oito primeiros dias úteis do ano, houve uma saída líquida de US$ 2,18 bilhões. No mesmo período de 2007, o saldo havia atingido US$ 3,088 bilhões. Como de costume, o Banco Central comprou dólares no mercado à vista em leilão nesta quarta-feira, com taxa de corte em R$ 1,7680.

Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)


Mais um dia de queda em Londres. A tonelada do robusta fechou em US$ 1.967 (R$ 207,97/sc), para jan/08, desvalorizada 11 pontos (-0,56%). Mar/08 fechou em US$ 1.997/ton (R$ 211,15/sc), queda de 4 pontos (-0,20%).

Gráfico 3. Contrato café, LIFFE


A BM&F apresentou forte baixa nas cotações do dia. A volatilidade ficou em 0,78% e 0,91%, respectivamente, para mar/08 e set/08. No primeiro vencimento, foram negociados 1.526 contratos a US$ 167,25 (R$ 294,73/sc), variação negativa de US$ 2,10/sc (R$ 3,70/sc). Em aberto ficaram 7.092 contratos. Set/08 fechou com 1.784 contratos negociados e 19.698 em aberto. O valor da saca ficou em US$ 171,00 (R$ 301,34/sc), queda de US$ 2,35/sc (R$ 4,14/sc).

Foram negociados 200 contratos de opções nesta quarta-feira.

Gráfico 4. Contrato café, BM&F


No mercado interno, produtores continuam observando os fundamentos e fracionando suas vendas. Rafael Amaral Monteiro, da A Rural Corretora (Londrina/PR), disse que no Paraná existe procura da parte de compradores, mas os produtores e cooperativas estão segurando o café, esperando o mercado tomar alguma direção.

Existe algum fato em sua região que possa afetar o mercado, positiva ou negativamente? Por favor, comente no espaço abaixo para cartas.

Na maioria das praças levantadas pelo CaféPoint houve estabilidade nos preços. Apenas em Vitória/ES e Londrina/PR houve queda nas cotações.

Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui.

Os indicadores para arábica e conilon fecharam em R$ 267,54 (-R$ 1,77/sc) e R$ 210,12(-R$ 0,32), respectivamente.

Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F


Rodrigo Cascalles, equipe CaféPoint