"A crise financeira fez com que os fundos de hedge que sobreviveram reenquadrassem suas exposições ao risco nas commodities, capitaneadas pelo petróleo. Esse fato aliado à menor disponibilidade de linhas para financiamento de operações com derivativos contribuíram para um volume mais modesto", afirmou Corrêa. De acordo com o consultor, não é recomendado operar opções sem conhecer conceitos como volatilidade, delta, gamma.
"Observo que cada vez mais as empresas estão preocupadas com a disseminação dos conceitos mencionados entre seus operadores. Existe grande busca pelo conhecimento e a certeza por parte dos traders e dos tomadores de decisão dentro das empresas, de que sem o conhecimento profundo das ferramentas de hedge as empresas de commodities agrícolas - e aí se inclui o café, evidentemente - não sobrevivem", disse.
Para aqueles que estão interessados em operar na bolsa, Correa dá a dica: para saber quando negociar na Bolsa de Nova York e quando operar na BM&F, é preciso observar as relações entre os preços futuros e o mercado físico, ou seja, entender o conceito de "basis". Apenas quando se domina esse conceito, aliado aos mecanismos de hedge via futuros, opções e derivativos, é que se pode desenhar uma estratégia vencedora dentro da empresa. "Não existe nada fácil, nem truque, nem mágica. Somente estudo e dedicação. O resto é conversa fiada", concluiu.
De acordo com o escritório Carvalhaes, na primeira semana útil de 2009, as cotações do café nas bolsas de futuro oscilaram fortemente. Na segunda-feira, dia 5, o mercado futuro de café trabalhou em forte baixa com a divulgação da estimativa de 138,5 milhões de sacas para a safra mundial de 2008/09 por uma empresa alemã de consultoria, alta de 15% sobre a sua estimativa para a safra anterior.
No dia seguinte, entretanto, as cotações reagiram, rompendo o ponto de resistência de 112 cents de dólar por libra-peso. No mercado físico brasileiro, foi pequeno o volume de negócios na primeira semana do ano. Segundo o escritório, os vendedores não mostraram disposição de venda nos preços ofertados pelos compradores.
Em Nova York, nesta terça-feira, os contratos de café da bolsa de mercados futuros com vencimento previsto para março/09 fecharam em alta de 25 pontos, cotados a 114,75 cents/lb (R$ 350,27/sc). A posição Maio, com alta de 20 pts, fechou a sessão a 116,80 cents/lb ou R$ 356,53/sc. Conforme dados do Banco Central (BC), o dólar comercial foi cotado a R$ 2,30.
Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.
Dólar
De acordo com o InfoMoney, o dólar comercial fechou em nova alta frente ao real nesta terça-feira (13), sinalizando o desconforto ainda forte trazido pela temporada de resultados corporativos, em resposta à volatilidade apresentada na sessão. A mesma tendência de valorização da moeda norte-americana foi vista frente às principais divisas de referência global, como euro, iene, libra esterlina e franco suíço, em movimento de aversão ao risco dos investidores pelo mundo.
"Com a expressiva alta apresentada no início da sessão, o Banco Central voltou a intervir forte no mercado de câmbio para amenizar o avanço da divisa norte-americana em momento de fuga de dólares do Brasil. Foram injetados US$ 500 milhões por meio de leilão de venda conjugado com leilão de compra de dólares. Além disso, foi realizado leilão de dólares no mercado à vista", publicou o site.
Ben Bernanke, presidente do Fed, afirmou em discurso realizado em Londres que medidas fiscais são insuficientes para recuperar a economia global se não forem acompanhadas por outros estímulos. Segundo ele, há diversas outras ferramentas para isso, mesmo com o juro básico próximo a zero.
Além disso, a divulgação do deficit comercial dos EUA serviu para apaziguar os ânimos ansiosos pela divulgação de resultados corporativos, já que o saldo apontou recuo de US$ 56,7 bilhões para US$ 40,4 bilhões em novembro, frente à previsão de saldo negativo de US$ 51 bilhões.
Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)
Tabela 1. Comparativos das principais Bolsas de café
Mercado do robusta
A bolsa de futuros de Londres perdeu 29 pontos no último fechamento para os contratos com vencimento em janeiro, encerrando a sessão a US$ 1.959/t, equivalentes a R$ 271,22/sc. Nos últimos trinta dias, porém, a alta acumulada é de 3%.
Gráfico 3. Contrato café, LIFFE
BM&F
Na BM&F, Bolsa de Mercadorias & Futuros de São Paulo, os contratos de café também finalizaram a sessão em alta. A posição março recuperou US$ 0,85, fechando a US$ 128,50/sc (R$ 296,51). Contratos previstos para maio de 2009 fecharam a US$ 132,55 (R$ 305,86/sc), também em alta de US$ 0,85. Para os contratos com vencimento em março, a valorização acumulada nos últimos trinta dias é de 3,25%.
Gráfico 4. Contrato café, BM&F
Tabela 2. Principais Indicadores, Bolsas e cotação do Dólar
Mercado físico
Em Guaxupé, Minas Gerais, a saca do arábica - tipo 6 bebida dura para melhor - foi negociada a R$ 285,00, R$ 2,00 a mais que no dia anterior. O indicador Cepea/Esalq valorizou 0,6%, registrando R$ 267,34/sc. Em Franca, São Paulo, o preço da saca foi de R$ 272,00.
Nas praças de Patrocínio, Caratinga e Araguari, em Minas Gerais, o preço da saca manteve-se estável em relação àquele praticado no final do ano, de R$ 260,00/sc. O café despolpado de Vitória da Conquista, na Bahia, foi comercializado a R$ 235,00/sc, mesma cotação do dia anterior.
Em São Gabriel da Palha/ES, o conilon - tipo 6/7 com mais de 90% de peneira 13 - foi negociado a R$ 208,00/sc. O indicador diário à vista do Cepea/Esalq foi de R$ 225,56/sc, com valorização de 1,2% em relação ao último fechamento. Entretanto, o valor de referência permanece praticamente estável quando comparado àquele de trinta dias atrás.
Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F
Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui
Julio Frare, Equipe CaféPoint
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