Segundo informações do Escritório Carvalhaes, o mercado físico de café permaneceu calmo e desinteressado na semana passada. Já o mercado futuro, dominado por interesses de curtíssimo prazo dos fundos e descolado dos fundamentos, oscilou fortemente, contaminado pela grande volatilidade dos mercados de dólar e petróleo.

"No mercado físico brasileiro, o período de entressafra, preços insatisfatórios, o atraso no início da colheita, a expectativa de divulgação (próximo 6 de junho) do levantamento sobre os estoques privados de café no Brasil e a espera pela divulgação das regras para os leilões de PEPRO deste ano contribuem para o desinteresse de vendedores e compradores", publicou o Escritório.

O prazo para a entrada em vigor do novo Acordo Internacional do Café, discutido e aprovado pelos 77 países membros da OIC em setembro de 2007, pode ser adiado. A data prevista atual é 1º de outubro deste ano, mas até lá não deve ser possível a assinatura e a ratificação por todos os países membros. O Brasil já deu sua assinatura.

Até o dia 21, os embarques de maio estavam em 967.786 sacas de café arábica e 55.317 sacas de café conillon, somando 1.023,103 sacas de café verde, contra as 1.152.753 sacas no mesmo dia de abril. Também no dia 21, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em maio totalizavam 1.181.801 sacas, contra 1.339.939 sacas no mesmo dia do mês anterior. As informações são do Escritório Carvalhaes.

As Bolsas de Londres e Nova York não operaram nesta segunda-feira, dia 26, por conta do feriado "Memorial Day". Segundo cotações do Banco Central, o dólar comercial fechou a R$ 1,66, 0,38% de valorização em relação ao dia anterior.

Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.


Dólar

De acordo com o InfoMoney, o dólar comercial fechou praticamente estável nesta segunda-feira, 26, após uma sessão de giro financeiro fraco por conta do feriado norte-americano do Memorial Day. O fluxo pesou mais do que os recentes dados das contas externas brasileiras para a cotação interbancária final. Nem a intervenção do Banco Central, comprando dólares no mercado à vista, alterou o comportamento do câmbio.

"Em abril, o déficit em conta corrente do País foi de US$ 3,310 bilhões, segundo dados do Banco Central, o que corrobora a idéia de que o saldo negativo nas contas externas possa conter a escalada do real. Um ano atrás, a conta corrente foi superavitária em US$ 1,806 bilhão", publicou o site.

Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)


BM&F

A Bolsa de Mercadorias & Futuros de São Paulo fechou em leve alta nessa segunda-feira, recuperação ainda muito tímida em relação à forte queda que ocorreu na sexta passada, de quase R$ 7,00 para as posições Julho, Setembro e Dezembro/08. Ontem, Julho subiu US$ 0,40 e encerrou a sessão a US$ 163,00/sc. Com +US$ 0,45, Setembro ficou em US$ 164,80/sc.

Gráfico 4. Contrato café, BM&F


Mercado físico

Ontem, segunda-feira, o indicador Cepea/Esalq para o café arábica - tipo 6 bebida dura para melhor - subiu R$ 0,27 e encerrou o dia a R$ 252,75/sc. Nas principais praças cafeeiras do país, os valores negociados permaneceram inalterados. Em Guaxupé, sul de Minas, a saca foi vendida a R$ 251,00. Em Vitória da Conquista/BA, para o café despolpado, obtivemos R$ 250,00/sc. Em Araguari e Patrocínio, ambas em Minas Gerais, mantiveram-se R$ 255,00/sc, para a safra nova; Caratinga/MG, Zona da Mata, ficou em R$ 250,00/sc. Na praça de Franca/SP, permanecem os R$ 254,00/sc.

O Conilon - tipo 6/7 com mais de 90% de peneira 13 - foi negociado em São Gabriel da Palha/ES a R$ 203,00/sc, preço estável desde o dia 30 de abril. Alta de R$ 1,33 no indicador Cepea/Esalq, que encerrou o dia a R$ 213,66/sc.

Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F


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Julio Frare, equipe CaféPoint