De acordo com o Valor Econômico, os contratos futuros do café registraram a maior alta em mais de cinco semanas no pregão de ontem em Nova York. Os papéis com vencimento em julho subiram 360 pontos - 2,73% a mais que no dia anterior - e fecharam a 135,6 cents/lb. Foi o maior ganho desde o dia 17 de abril. Trata-se também de uma reversão de tendência em relação à semana passada, quando a valorização do dólar e a expectativa de que o Brasil irá colher mais que o previsto pressionaram a cotação do grão.

Segundo o Jornal O Estado de São Paulo, a previsão de chegada de uma frente fria nas regiões produtoras do Brasil a partir deste fim de semana também contribuiu para dar sustentação aos preços. Tradicionalmente, o período de geadas no País tem início em junho.

"O mercado físico brasileiro de café registrou preços mais altos nesta quarta-feira. As cotações subiram acompanhando a boa valorização do café arábica na Bolsa de Mercadorias de N. Y. - a baixa do dólar, entretanto, acabou limitando a influência altista de Nova York. O dia foi de poucos negócios, com oferta ainda restrita, mas crescente com a chegada de mais cafés novos da safra 2008", informou a Mellão Martini.

O dólar comercial caiu 0,31%, e fechou a quarta a R$ 1,662, segundo dados do Banco Central. Em Nova York, contratos com vencimento previsto para setembro/08 subiram 360 pontos e terminaram o dia a 137,95 centavos de dólar por libra-peso, ou, na moeda nacional, a R$ 303,33 por saca.

Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.


Dólar

"O dólar comercial demonstrou estabilidade durante a manhã, mas na segunda metade da sessão firmou-se em baixa e assim fechou o dia nesta quarta-feira, dia 28. Nem duas intervenções do Banco Central dissuadiram a moeda de sua trajetória final. O destaque por aqui foi a inflação, que veio acima do esperado e deixou menos claro para investidores qual vai ser a dimensão da provável alta nos juros do país, que será anunciada na próxima quarta-feira", publicou o InfoMoney.

Ainda segundo o site, o resultado do IPCA-15, divulgado ontem, reforça a expectativa de que o Copom (Comitê de Política Monetária) eleve a taxa Selic, que está em 11,75% ao ano, em 0,50 ponto percentual. Em contrapartida, parte do mercado acredita em ajuste de até 1 ponto percentual, de acordo com especialistas.

De acordo com a Mellão Martini, o dólar foi influenciado pela alta da Bolsa de Valores de São Paulo, por fluxo financeiro positivo ao Brasil e pela volta dos rumores de que a agência de classificação de risco Fitch Ratings estaria perto de elevar o país para grau de investimento. Estes rumores coincidiram com a divulgação pela manhã de um bom resultado do superávit primário do setor público em abril, de R$ 18,7 bilhões.

Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)


Tabela 1. Comparativos das principais Bolsas de café


Mercado do robusta

Em Londres, a quarta-feira terminou em alta, com valorização de 48 pontos para a posição maio/08, cotada a US$ 2.254/t ou R$ 224,80/sc. Para Julho, +48 pontos garantiram US$ 2.280/t ou R$ 227,39/sc, com valorização de 2,15% em relação ao dia anterior.

Gráfico 3. Contrato café, LIFFE


BM&F

A Bolsa de Mercadorias & Futuros de São Paulo fechou em alta, recuperando parte dos prejuízos acumulados na semana. Julho registrou +US$ 3,35 e fechou a quarta-feira a US$ 163,30/sc. Setembro, com alta de US$ 3,25, encerrou a sessão a US$ 164,90/sc, recuperando-se da acentuada baixa desta terça-feira.

Gráfico 4. Contrato café, BM&F


Tabela 2. Principais Indicadores, Bolsas e cotação do Dólar


Mercado físico

A quarta-feira foi de valorização em Guaxupé, Minas Gerais, e Vitória da Conquista, Bahia. O indicador Cepea/Esalq para o café arábica - tipo 6 bebida dura para melhor - foi reajustado em 1,56%, com alta de R$ 3,90 e fechou a R$ 254,17/sc. Em Guaxupé, a saca do arábica, com reajuste de + R$ 4,00, chegou a R$ 252,00. O café despolpado de Vitória da Conquista recuperou R$ 5,00 e foi negociado a R$ 245,00/sc.

Nas demais praças cafeeiras do país, o dia não foi de alteração dos preços. Em Araguari e Patrocínio, Minas Gerais, a saca foi cotada a R$ 250,00 (safra nova). Caratinga, na Zona da Mata mineira e Franca/SP mantiveram cotações anteriores, a R$ 250,00 e R$ 254,00/sc, respectivamente.

O Conilon - tipo 6/7 com mais de 90% de peneira 13 - foi negociado em São Gabriel da Palha/ES a R$ 203,00/sc, preço estável desde o dia 30 de abril. Alta de R$ 0,76 no indicador Cepea/Esalq, que encerrou o dia a R$ 215,46/sc, com aumento de 0,35%, marcando o quinto reajuste positivo consecutivo do índice.

Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F


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Julio Frare, equipe CaféPoint