A colheita do café arábica está na fase inicial nas principais regiões produtoras. Segundo técnicos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), os primeiros lotes de arábica de Minas Gerais começam a chegar ao mercado. A primeira região a ofertar é a Zona da Mata mineira. No cerrado e no sul de Minas, grandes regiões produtoras da variedade, a colheita está apenas começando, tendo em vista que a primeira florada foi tardia, no fim de outubro de 2007.
Técnicos do Cepea também informaram que a colheita do arábica deve ganhar ritmo em junho/julho, favorecida pela previsão de tempo seco. No Paraná, que tradicionalmente abre a safra de arábica, a colheita já se estende por todas as praças.
Segundo levantamentos do Cepea, "os poucos lotes já ofertados apresentam, em geral, mais de 20% de grãos verdes. Para os grãos ainda em maturação, persiste o receio de que o inverno traga prejuízos. A previsão é a de que neste ano faça mais frio que no ano passado, elevando as chances de ocorrência de geadas".
Quanto ao café robusta (conillon), técnicos afirmam que a colheita da safra 2008/09 tem avançado em ritmo satisfatório no Espírito Santo: "A expectativa de agentes locais é a de que cerca de 30% da safra capixaba já havia sido colhida até o início da semana passada".
Também há previsão de que a venda do robusta deverá se intensificar nas próximas semanas, quando haverá maior quantidade de café novo. Agentes consultados pelo Cepea observam que o grão desta safra ainda está miúdo, o que dificulta a chegada de lotes melhores, como o tipo 6 peneira 13 acima, que tem alta demanda por parte dos exportadores. A maioria dos lotes de robusta da nova safra está sendo destinada ao cumprimento de negociações antecipadas para entrega de maio em diante, com o preço vigente na época do negócio. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.
Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.
Dólar
Segundo o InfoMoney, o dólar comercial fechou em alta nesta terça-feira, 27, reagindo à saída de recursos do País, em sessão de descolamento do mercado interno em relação ao norte-americano. O recuo nos preços internacionais do petróleo e indicadores contrastantes sobre a economia dos EUA impulsionaram a cotação da divisa norte-americana em relação também a outras moedas, como o euro e o iene.
"No começo da sessão o dólar chegou a apresentar queda face ao real, com o otimismo observado até então na cena doméstica. Contudo, o forte movimento de vendas na bolsa pesou sobre o câmbio e sustentou a valorização da divisa norte-americana", publicou o site. Segundo levantamento do Banco Central, a moeda fechou a R$ 1,6673, com alta de 0,43%.
De acordo com a Mellão Martini, a alta do dólar foi impulsionada pelas notícias externas e observação de fluxo. A preocupação com o avanço da inflação no Brasil e a proximidade da reunião do Copom na próxima semana colaboraram para a formação de posições mais cautelosas.
Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)
Tabela 1. Comparativos das principais Bolsas de café
Mercado do robusta
Em Londres, a terça-feira terminou em baixa, com desvalorização de 15 pontos para a posição maio/08, cotada a US$ 2.206/t ou R$ 220,68/sc. Para Julho, -10 pontos fizeram com que a posição terminasse a sessão a US$ 2.232/t ou R$ 223,28/sc.
Gráfico 3. Contrato café, LIFFE
BM&F
A Bolsa de Mercadorias & Futuros de São Paulo fechou em baixa novamente, com -US$ 3,05 para a posição Julho, que fechou a terça-feira a US$ 159,95/sc. Setembro registrou queda de US$ 3,15 e encerrou a sessão a US$ 161,65/sc. Dezembro, também em queda, caiu US$ 3,40 e terminou a US$ 165,5o/sc.
Gráfico 4. Contrato café, BM&F
Tabela 2. Principais Indicadores, Bolsas e cotação do Dólar
Mercado físico
Ontem, terça-feira, o indicador Cepea/Esalq para o café arábica - tipo 6 bebida dura para melhor - desvalorizou quase 1%, com perda de R$ 2,48 e encerrou o dia a R$ 250,27/sc, segundo menor índice desde o início de abril deste ano. No dia 02 de maio, o índice chegou a registrar baixa de 3,15%, cotado a R$ 247,22/sc. No mês, a baixa acumulada é de 1,95%.
Em Guaxupé, sul de Minas, a saca foi negociada a R$ 248,00, com R$ 3,00 de desvalorização em relação ao dia anterior. Em Vitória da Conquista/BA, registrou-se perda de R$ 10,00 por saca, com o café despolpado valendo R$ 240,00/sc. Em Araguari e Patrocínio, ambas em Minas Gerais, houve queda de R$ 5,00, e a saca foi cotada R$ 250,00 para a safra nova; Caratinga, Zona da Mata mineira e Franca/SP mantiveram cotações anteriores, a R$ 250,00 e R$ 254,00/sc, respectivamente.
O Conilon - tipo 6/7 com mais de 90% de peneira 13 - foi negociado em São Gabriel da Palha/ES a R$ 203,00/sc, preço estável desde o dia 30 de abril. Alta de R$ 1,04 no indicador Cepea/Esalq, que encerrou o dia a R$ 214,70/sc, com aumento de 0,5%.
Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F
Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui
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Julio Frare, equipe CaféPoint