De acordo com Mellão Martini, "NY finalizou as operações desta quarta-feira praticamente inalterada, com +15 pontos na posição julho. No mercado interno dia "travado". O dólar despencou após o corte de 0,25 ponto porcentual no juro básico americano para 2% ao ano e a concessão do grau de investimento para o Brasil pela agência de classificação de risco S&P. A moeda americana já vinha apresentando baixa desde cedo, influenciado pelo fluxo comercial positivo e as rolagem de contratos futuros. Mas a reação dos investidores à elevação da nota de risco de crédito (rating) dado pela S&P ao País provocou uma enxurrada de ofertas da moeda e as cotações derreteram levando a moeda a fechar com queda de 2,52% cotada à R$1,6630".

A Standard & Poor`s, uma das principais agências de classificação do risco do mundo, anunciou que elevou o rating soberano (nota de risco de crédito) do Brasil para grau de investimento, a melhor classificação para receber investimentos estrangeiros. O rating do Brasil em moeda estrangeira em longo prazo passou de BB+ para BBB-. Essa nota "BBB-" já está incluída no grupo de ratings classificado como "grau de investimento". Com o grau de investimento, o mercado brasileiro passa a ser acessível para diversos tipos de investidores estrangeiros como, por exemplo, os poderosos fundos de pensão americanos. A partir disso, espera-se uma forte especulação nos papéis brasileiros nos próximos dias, como é o caso de hoje. O Ibovespa (Índice Bovespa, principal indicador da Bolsa paulista) fechou em alta de 6,33% em seu primeiro recorde do ano.

Os preços futuros do café despencaram na quinta-feira, (ontem) pressionados pela valorização do dólar sobre outras moedas estrangeiras. Segundo informação do Valor Online, analistas ouvidos pela agência Dow Jones disseram que especuladores aproveitaram o dia para liquidar posição. Em Nova York, os contratos para julho encerraram o pregão a US$ 1,2925 a libra-peso, com recuo de 620 pontos. Na bolsa de Londres, os contratos de julho fecharam a US$ 2.145 a tonelada, com queda de US$ 113. Poucos negócios foram registrados durante o pregão de quinta-feira por conta do feriado do Dia do Trabalho, comemorado no Brasil e em alguns países produtores. No mercado paulista, a saca de 60 quilos fechou, na quarta-feira, a R$ 255,26, segundo o índice Cepea/Esalq. Em abril, o índice registrou alta de 7,7%.

Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.


Dólar

Segundo o Infomoney, o dólar comercial opera em baixa nesta sexta-feira, com o intenso otimismo observado no mercado doméstico, que atrai investidores estrangeiros e aumenta a entrada de recursos devido ao grau de investimento atribuído pela Standard & Poor´s ao Brasil.

Em âmbito internacional, investidores demonstram apetite pelo risco, com as praças financeiras mais importantes registrando alta. Os mercados acompanham a melhora de ânimo em Wall Street, que se iniciou na véspera, dia em que muitos países comemoraram o dia do trabalho - e não houve negociações.

Na última quarta-feira, véspera de feriado internacional do dia do trabalho, o dólar fechou a R$ 1,6864, baixa de 1% em relação ao dia anterior, de acordo com o Banco Central. Até as 12h de hoje, a moeda americana seguia cotada em R$1,6470, segundo o Infomoney.

Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)


Mercado do robusta

Em Londres, a LIFFE fechou a quinta-feira em baixa, com desvalorização de 88 pontos para a posição maio, 3,98% a menos que no dia anterior. A saca ficou cotada a R$ 214,71, ou segundo a unidade oficial, US$ 2122/t. Setembro/08 teve variação negativa de 110 pontos, saltando de US$ 2253/t para US$ 2143/t, registrando 4,88% de queda. Em reais, R$ 216,84/sc.

b>Tabela 1. Comparativos das principais Bolsas de café


Gráfico 3. Contrato café, LIFFE


BM&F

A BM&F permaneceu fechada durante o feriado de ontem. Na quarta-feira, entretanto, em razão da elevação do Brasil a grau de investimento, algumas posições refletiram a boa notícia e fecharam em alta. Setembro fechou com valorização de US$ 0,20, a US$ 164,70/sc. Os contratos para maio/08 fecharam a US$ 158,70/sc, variação negativa de US$ 0,20.

Gráfico 4. Contrato café, BM&F


Mercado físico

A saca do Arábica tipo 6 bebida dura para melhor foi negociada em Guaxupé a R$258,00, R$2,00 de desvalorização em relação ao dia anterior. A notícia sobre o grau de investimento dado ao país apenas no final da tarde, e a consequente desvalorização do dólar, ao que parece, não chegou a influenciar o mercado interno durante a última quarta-feira. O indicador Cepea/Esalq também teve variação negativa, fechado a R$ 255,26/sc, 0,51% a menos que no dia anterior.

O Conilon tipo 6/7 com mais de 90% de peneira 13, vendido em São Gabriel da Palha/ES, desvalorizou R$5,00 por saca, sendo negociado a R$ 203,00. O índice Cepea/Esalq valorizou-se 0,16%, fechado a R$ 213,12/sc em relação ao dia anterior.

Tabela 2. Principais Indicadores, Bolsas e cotação do Dólar


Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F


Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui.

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Julio Frare, equipe CaféPoint