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Exportar ou vender café na BM&F?

RODRIGO CORREA DA COSTA

EM 23/08/2010

5 MIN DE LEITURA

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Comentário semanal - 16 a 20 de agosto

O PIB da China no 2º trimestre do ano foi maior do que o do Japão, colocando o país como a 2ª maior economia do planeta, atrás apenas dos Estados Unidos.

Os juros dos títulos de 30 anos da dívida da Alemanha atingiram o menor nível da história, 2.888% ao ano, e os juros dos títulos americanos continuam baixando, dada a demanda aquecida para investimentos mais seguros. Os investidores que perderam uma boa parte de suas economias na crise que começou em 2007 e principalmente aqueles que estão mais próximos da aposentadoria, não querem arriscar suas poupanças e como há mais dúvidas do que prognósticos confiáveis, a alternativa é garantir o principal ainda que o custo seja a baixa rentabilidade. Claro que os bancos também contribuem para o que está acontecendo, dado o "carry" que dá lucro fácil, pois tomam dinheiro praticamente a custo zero. Como resultado da demanda aquecida por títulos governamentais, o índice global de bonds soberanos retornou neste ano 5.7%, enquanto o índice global de ações tem um resultado de 2.4% negativo até agora.

As bolsas e os índices de commodities fecharam a semana com queda próximo de 1%, sendo que o dólar americano firmou levemente contra o Euro, e caiu um pouco contra o Real.

O destaque da semana foi mais uma vez o café, com a alta de US$ 9.85 por saca em Nova Iorque, de módicos US$ 1.38 de ganhos em Londres, e o do surpreendente rally de US$ 15.45 por saca na bolsa de São Paulo.

O robusta na LIFFE ficou para trás em função da desvalorização da moeda vietnamita em 2% e da maior oferta disponível para esta qualidade de café. Já o "C" na ICE encontrou suporte por parte da indústria, que não teve outra alternativa a não ser fixar o que precisava contra o contrato de setembro, que a partir de segunda-feira dia 23 entra no período de entrega. Como os preços do terminal não têm dado oportunidades de compra a níveis mais baixos, a indústria inclusive aproveitou para comprar alguns contratos de dezembro. A venda por parte de origens continua muito limitada com a falta de produto na América Central e Colômbia. No Brasil os produtores tem a BM&F como melhor comprador do que as bolsas internacionais. Junta-se ao cenário um pouco mais de compra de fundos e especuladores, e com isso o café em Nova Iorque negociou no nível mais alto desde dezembro de 1997, com a nova alta provocando estresse no fluxo de caixa dos menos capitalizados.

Vamos focar um pouco no que está acontecendo na bolsa de São Paulo. O contrato de setembro do café arábica sofreu o squeeze que tanto se falava, em plena safra grande brasileira. As altas sequenciais e quase que ininterruptas do café em Nova Iorque permitiram que os produtores brasileiros fossem vendendo seus cafés a preços cada vez mais elevados no mercado físico. Porém parece que alguns venderam um pouco mais, só que via contratos futuros na BM&F , crendo que a bolsa fosse devolver os ganhos e que recomprariam as posições. Outros especuladores também tinham contratos vendidos, entretanto como o mercado continuou firme, não só as chamadas de margens de variação foi machucando, mas também a margem de garantia subiu muito desde o começo do rally. De 10 de junho à última quinta-feira o valor passou de R$ 1,600.00 para R$ 3,900.00 por contrato. Com a proximidade do começo do período de entrega de setembro na BM&F, e os canudos (estoque certificados) representando um pouco mais de 100 contratos contra um número de contratos em aberto grande (próximo a 10 mil lotes), aqueles que não podem ou não querem entregar tem que liquidar os seus vendidos no setembro, ou rolá-los para dezembro, o que de toda maneira provoca um fortalecimento do spread. Na sexta-feira o setembro fechou a US$ 224.65 a saca, e o dezembro a US$ 216.45 a saca, US$ 8.20 por saca de prêmio do primeiro mês contra o segundo, (mais uma vez) em plena a colheita de uma supersafra!

Ainda há tempo de entregar contra o contrato de setembro, que segundo as regras permite a certificação até 10 dias antes do último dia de negociação da tela. Para aqueles que estão leves, ou seja que tem pouca posição, a oportunidade de receber quase R$ 400.00 por saca, para um café tipo 4/5, good cup, que em diferencial contra Nova Iorque representa US$ 12.00 centavos de desconto é interessantíssima. Ainda mais se considerarmos que nesta semana alguns exportadores venderam um café similar no FOB a US$ 28 centavos abaixo, nada menos do que US$ 16 centavos por libra, ou US$ 21.17 por saca mais barato!!

O risco para ganhar este dinheirão é gerenciar o fluxo de caixa entre o momento da venda do futuro até a entrega do contrato.

O fechamento da semana pode colocar ainda mais lenha na fogueira, e portanto voltamos a viver a tensão do imponderável. A Colômbia ainda tem um mês para começar a colheita, e a Guatemala e os outros países produtores de arábica não devem tem produto para vender por mais uns dois meses. Até lá temos que monitorar se pára de chover na América Central e Colômbia, e se começa a chover no Brasil. O mercado futuro está extremamente leve, com pouquíssimo volume negociado - tirando os spreads. Tecnicamente fundos podem se animar para comprar mais, porém uma liquidação de parte de sua posição comprada poderia agora encontrar um vácuo, dado o começo do período de notificação.

O comportamento do spread setembro/dezembro na ICE foi negativo, com o desconto negociando a quase US$ 3.00 centavos por libra, assim como também é negativo a firmeza do dólar americano e o tamanho da posição dos fundos. De positivo temos os diferenciais nominalmente firmes, falta de café novo suave, e (por enquanto) os spread da BM&F.

A análise do mercado está difícil, e a situação é inusitada, portanto é fazer conta na ponta do lápis, ter atenção redobrada no fluxo de caixa, e aproveitar as oportunidades o máximo que puder.

Uma ótima semana e muito bons negócios para todos.

RODRIGO CORREA DA COSTA

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