As exportações de café para a safra, segundo o USDA, estão projetadas em 28 milhões de sacas, 4% a mais que na safra anterior, devido à maior disponibilidade do produto. Os estoques finais deverão ser de 6,3 milhões de sacas, bem maior do que os estoques extremamente baixos da safra de 2007/08. A reportagem é do Dow Jones Newswires.
Segundo a Mellão Martini, Nova York encerrou as operações em queda, pressionada pela divulgação da estimativa de safra realizada pelo Escritório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos(USDA). O dólar encerrou os trabalhos em baixa, pressionado pelo fluxo positivo de recursos ao Brasil. O mercado está atento à reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que trará a definição da nova Selic, taxa básica de juros. Investidores e analistas acreditam que o juro será elevado, o que atrai investimentos estrangeiros e pressionam a moeda norte-americana para baixo.
A posição julho fechou com -485 pontos, a 132,50 cents de dólar por libra-peso, ou R$ 284,07/sc, baixa de 3,53% em relação ao dia anterior. Setembro caiu 245 pontos, cotado a 134,90 cents/lb ou R$ 289,22/sc. Dezembro/08, também despencou, fechando com baixa de 3,35%, ou 480 pontos, a 138,45 cents/lb, equivalentes a R$ 296,83/sc.
Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.
Dólar
De acordo com o InfoMoney, o dólar comercial reduziu a amplitude do recuo no fechamento desta terça-feira, 03 de junho. Diante da virada nos mercados norte-americanos, que intensificaram a realização de lucro no plano doméstico, a moeda dos EUA diminuiu a trajetória de queda. Enquanto no Brasil a expectativa é de aumento da Selic, nos EUA, o presidente do Federal Reserve já sinalizou que os cortes no juro norte-americano cessaram nos 2% ao ano.
"Se a Fed Funds Rate for elevada nos próximos meses, o dólar pode recuperar, ao menos em parte, a força perdida frente às principais moedas internacionais, como euro e iene. Ainda assim, a diferença com o juro brasileiro continuará atraente, principalmente com o País elevado a grau de investimento duas vezes", apontam analistas ouvidos pelo InfoMoney.
Segundo dados do Banco Central, o dólar (compra) perdeu 0,64% de seu valor, encerrando o dia a R$ 1,621, chegando cada vez mais próximo dos críticos R$ 1,57 de janeiro de 1999.
Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)
Tabela 1. Comparativos das principais Bolsas de café
Mercado do robusta
Em Londres, a terça-feira também foi de queda nas cotações do café. A posição Julho/08 perdeu 55 pontos e fechou a US$ 2.228/t ou R$ 216,66/sc. Setembro, com -54 pts, terminou a sessão a US$ 2.224/t ou R$ 216,27/sc, praticamente anulando os ganhos da semana.
Gráfico 3. Contrato café, LIFFE
BM&F
A Bolsa de Mercadorias & Futuros de São Paulo, também em baixa, registrou para a posição Julho/08 -US$ 3,50 e encerrou os trabalhos do dia a US$ 160,50/sc. Para Setembro, chegamos aos US$ 163,35/sc após queda de US$ 4,20. Dezembro, com -US$ 4,45, terminou a sessão a US$ 167,25/sc.
Gráfico 4. Contrato café, BM&F
Tabela 2. Principais Indicadores, Bolsas e cotação do Dólar
Mercado físico
Fortes oscilações marcaram o mercado interno no dia 03 de junho. Em Guaxupé, Minas Gerais, a saca do arábica - tipo 6 bebida dura para melhor - foi negociada a R$ 247,00, com desvalorização de R$ 10,00 por saca. O indicador Cepea/Esalq registrou baixa de quase 3%, devolvendo todo o acumulado do mês, cotado a R$ 249,35/sc, menor valor em 30 dias.
O café despolpado de Vitória da Conquista voltou aos R$ 245,00/sc, assim como Franca, que cedeu outros R$ 5,00,e foi negociado a R$ 250,00. Em Caratinga e Patrocínio, Minas Gerais, a safra nova esteve cotada a R$ 250,00/sc, enquanto que em Araguari, a R$ 255,00.
Em São Gabriel da Palha/ES, o Conilon - tipo 6/7 com mais de 90% de peneira 13 - vem sendo negociado a R$ 203,00/sc desde o dia 30 de abril. Baixa de quase 2% no indicador Cepea/Esalq fez com que o índice fechasse na maior baixa em 18 dias, a R$ 210,83/sc.
Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F
Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui
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Julio Frare, equipe CaféPoint