Segundo a Mellão Martini, as cotações internacionais do café foram impulsionada por compras especulativas, com base na queda das temperaturas no Brasil, juntamente com a alta de outras commodities e pelo dólar mais barato. O fluxo de recursos financeiros continua positivo, trazendo dólares ao mercado cambial brasileiro e provocando queda nas cotações do dólar. Operadores acreditam que o grande aporte de capital é devido às captações privadas e operações de arbitragem. Segundo especialistas, outros países emergentes que oferecem taxas de juros atrativas como as do Brasil também registram valorização de sua moeda.
Segundo dados do Informe Estatístico mensal divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, os estoques governamentais de café totalizavam, em 31 de maio deste ano, 522.375 sacas, representando queda de 0,70% (3.674 sacas) na comparação com as 526.049 sacas armazenadas no dia 30 de abril de 2008. Do volume total armazenado, 522.286 sacas são referentes a estoques do Funcafé (-0,70% frente a abril) e 89 sacas ao Tesouro Nacional (estável).
Em Nova York, o mercado seguiu em alta. Nesta terça-feira, Julho/08 registrou +305 pontos, fechando a 139,10 cents/lb ou R$ 296,60/sc. Os contratos com vencimento para setembro valorizaram outros 305 pontos, cotados a 141,75 cents/lb ou R$ 302,25/sc. O dólar fraco em relação a outras moedas continua dando sustentação às commodities agrícolas, segundo analistas ouvidos pela agência Dow Jones. A moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 1,612, acumulando 1,2% de desvalorização no mês de junho.
Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.
Dólar
Segundo o InfoMoney, o dólar comercial terminou em recuo nesta terça-feira, 17, renovando seu menor patamar desde janeiro de 1999. A entrada de recursos no País, em dia de bom humor no mercado interno, derrubou a cotação da moeda, que também respondeu a sinais de enfraquecimento da economia norte-americana. Indicadores econômicos dos EUA divulgados nesta sessão revelaram que a atividade do país ainda está em desaceleração, o que pesou sobre a cotação internacional da divisa.
Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)
Tabela 1. Comparativos das principais Bolsas de café
Mercado do robusta
Em Londres foram registrados +60 pontos para Julho/08, que encerrou a terça a US$ 2286/t, ou R$ 221,09/sc. Setembro, com +40 pts, fechou a sessão a US$ 2.264/t ou R$ 218,96/sc, recuperando as perdas acumuladas nos últimos trinta dias.
Gráfico 3. Contrato café, LIFFE
BM&F
A Bolsa de Mercadorias & Futuros de São Paulo terminou o dia também em alta. Com +US$ 2,70, Julho/08 chegou aos US$ 164,70/sc. Setembro, com alta de US$ 2,65, fechou a US$ 170,35/sc.
Gráfico 4. Contrato café, BM&F
Tabela 2. Principais Indicadores, Bolsas e cotação do Dólar
Mercado físico
Em Guaxupé, Minas Gerais, a saca do arábica - tipo 6 bebida dura para melhor - foi negociada a R$ 259,00, constante em relação ao dia anterior. O indicador Cepea/Esalq registrou alta de R$ 2,98, cotado em R$ 257,22/sc. Em Franca, São Paulo, os negócios foram realizados a R$ 252,00/sc.
O café despolpado de Vitória da Conquista seguiu negociado a R$ 245,00/sc. Nas praças de Araguari e Patrocínio/MG, a safra nova permaneceu a R$ 255,00/sc, enquanto que em Caratinga/MG, foi vendida a R$ 250,00/sc.
Em São Gabriel da Palha/ES, o conillon - tipo 6/7 com mais de 90% de peneira 13 - vem sendo negociado a R$ 203,00/sc desde o dia 30 de abril de 2008. O indicador Cepea/Esalq sofreu leve reajuste negativo e encerrou o dia cotado a R$ 209,93/sc.
Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F
Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui
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Julio Frare, equipe CaféPoint