Segundo o escritório Carvalhaes, o mercado futuro de café trabalhou com fortes e rápidas oscilações, ficando, a cada semana, mais ´descolado´ do mercado físico. Na ICE Futures US, em Nova Iorque, a disputa entre comprados e vendidos, antes do início do período de entrega dos contratos com vencimento em julho, dominou os pregões e incentivou as oscilações.

No mercado físico brasileiro, as cotações parecem "ancoradas" pelos compradores que aumentam ou diminuem as ofertas em R$ 4 ou R$ 5, conforme o comportamento das bolsas no dia, mas sempre girando ao redor de um preço base. Os produtores enviam ao mercado lotes remanescentes das safras 2006 e 2007 para fazer caixa ou abrir espaço para a nova safra, mas aparentam desânimo com os preços oferecidos pelos compradores.

A "Green Coffee Association" divulgou que os estoques americanos de café verde totalizaram 5.802.533 sacas em 31 de maio de 2008. Uma alta de 83.250 sacas em relação às 5.719.283 sacas existentes em 31 de abril de 2008.

Até o dia 20, os embarques de junho estavam em 901.632 sacas de café arábica e 64.545 sacas de café conillon, somando 966.177 sacas de café verde, contra 1.112.635 sacas no mesmo dia de maio. Também no dia 20, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em maio totalizavam 1.237.606 sacas, contra as 1.343.744 sacas no mesmo dia do mês anterior.

Na Bolsa de Nova York, Julho/08 registrou +205 pontos, fechando a 145,85 cents/lb ou R$ 309,43/sc. Os contratos com vencimento para setembro registraram +190 pontos e terminaram a sessão a 148,35 cents/lb (R$ 314,74/sc). O dólar fechou o dia praticamente estável, ainda na casa dos R$ 1,60, segundo dados do Banco Central.

Analistas estão divididos quanto ao futuro da moeda norte-americana. Enquanto alguns acham difícil a moeda romper os patamares atuais, pois defendem que o mercado está entrando em equilíbrio, outros acreditam que valores de R$ 1,55 ou até mesmo 1,50 são iminentes, principalmente pela expectativa de maior entrada de capital no país pós grau de investimento. No mês, NY acumula +8% contra -1,5% do dólar.

Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.


Dólar

Segundo o InfoMoney, o dólar comercial fechou em leve recuo nesta terça-feira (24), com a especulação crescente de que o Banco Central irá elevar novamente a Selic no mês que vem, enquanto o Federal Reserve irá manter inalterada a taxa básica de juro norte-americana. A decisão do Fed, que será divulgada na próxima sessão, pode preservar o spread entre o juro interno e o praticado nos EUA, o que impulsiona a entrada de recursos no País via renda fixa.

Aumentando a expectativa de que o aperto monetário por aqui seja de pelo menos mais 200 pontos-base, o que levaria a Selic a 14,25% ao ano, como indicou o relatório Focus dessa semana, o presidente do BC, Henrique Meirelles, declarou na segunda-feira que a entidade está preparada para lutar contra a inflação e "proteger a estabilidade de preços, que é pré-requisito para um crescimento sustentável", disse.

De acordo com o site, a divisa norte-americana mais uma vez renovou a mínima desde janeiro de 1999. A entrada líquida de dólares contínua no mercado interno tem ajudado a moeda a manter este patamar. Em junho, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central, ingressaram no País US$ 1,653 bilhão até o dia 19. Nesta sessão, nem mesmo o mau humor nos mercados e a intervenção do BC foram capazes de barrar a tendência de queda.

Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)


Tabela 1. Comparativos das principais Bolsas de café


Mercado do robusta

A Bolsa de Londres encerrou os trabalhos do dia praticamente inalterada para o mercado de café. A posição Julho/08 cedeu 3 pontos e fechou a US$ 2358/t, ou R$ 226,91/sc. Setembro, com -1, terminou a sessão a US$ 2.336/t ou R$ 224,69/sc.

Gráfico 3. Contrato café, LIFFE


BM&F

A Bolsa de Mercadorias & Futuros de São Paulo terminou o dia em alta novamente. Jul/08 registrou +US$ 3,15, cotada a US$ 176,30/sc (R$ 282,75/sc), enquanto que Setembro subiu US$ 3,05, fechando a US$ 179,90/sc ou R$ 288,52/sc.

Gráfico 4. Contrato café, BM&F


Tabela 2. Principais Indicadores, Bolsas e cotação do Dólar


Mercado físico

Em Guaxupé, Minas Gerais, a saca do arábica - tipo 6 bebida dura para melhor - foi negociada a R$ 269,00, estável em relação ao dia anterior. O indicador Cepea/Esalq registrou alta de R$ 3,23, cotado a R$ 257,84/sc. Em Franca, São Paulo, os negócios foram realizados a R$ 265,00/sc, também estáveis em relação ao dia anterior.

Vitória da Conquista mantém seu café despolpado a R$ 250,00/sc. Na praças de Araguari e Patrocínio (MG), a safra nova permaneceu a R$ 255,00/sc, enquanto que em Caratinga, foi vendida a R$ 250,00/sc.

Em São Gabriel da Palha/ES, o conillon - tipo 6/7 com mais de 90% de peneira 13 - vem sendo negociado a R$ 203,00/sc desde o dia 30 de abril de 2008. O indicador Cepea/Esalq, com valorização de 0,5%, encerrou o dia cotado a R$ 213,82/sc.

Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F



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Julio Frare, Equipe CaféPoint