Segundo Mário, o mercado de café atualmente está sofrendo maior influência das oscilações do petróleo e outras commodities do que dos fatores fundamentais. "Quando o assunto é café, quem fala mais alto na Bolsa hoje é o comportamento das commodities", afirma. De acordo com o diretor, não está havendo tanta influência dos fundamentos do mercado porque houve um grande aumento das posições de fundos no mercado de commodities.
Ainda segundo Fríoli, o fato de o país ter sido elevado a grau de investimento recentemente deve facilitar acesso ao crédito no país num primeiro momento e estimular o crescimento de empresas, dando suporte para Bolsa. "Como consequências para a cafeicultura, vemos um dólar cada vez mais fraco em relação ao Real", afirma. Por outro lado, a tendência do dólar baixo é favorecer o preço do café negociado na bolsa. "Se o Dólar cai, valorizam-se os preços cotados em dólar na Bolsa, o que dá suporte ao mercado de café, como também às commodities, de maneira geral´, afirmou.
De acordo com o Valor Econômico, perspectivas de clima ameno, sem riscos de geadas para as principais regiões produtoras de café do Brasil, exerceram pressão ontem, 11 de maio, sobre os preços futuros do café nas bolsas internacionais. Analistas ouvidos pela agência Dow Jones Newswires afirmam que a ausência de riscos de geadas sobre os cafezais brasileiros justifica a queda. As previsões meteorológicas não indicam geadas até pelo menos o dia 20 de junho para essas áreas.
Em Nova York, o mercado cafeeiro fechou a quarta-feira em baixa. Tanto Julho como Setembro registraram queda de 145 pontos, tendo as posições, respectivamente, fechado a 133,60 cents/lb ou R$ 290,19/sc e 136,00 cents/lb ou R$ 295,41/sc. O dólar (compra) encerrou o dia a R$ 1,642, em leve alta, pelo segundo dia consecutivo. Entre terça-feira e ontem, a moeda norte-americana acumula 1% de valorização face à moeda nacional.
Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.
Dólar
De acordo com o InfoMoney, ocorreu desvalorização da moeda norte-americana em âmbito internacional, por conta das declarações de membros do Banco Central Europeu que indicaram uma probabilidade de elevar o juro da região. Nova escalada nos preços das commodities também afetaram o valor do dólar nas negociações globais. Uma vez aumentada a diferença frente à taxa praticada nos Estados Unidos, o efeito de um aperto monetário no país perderia força sobre o valor da divisa.
Segundo o site, a divulgação do Beige Book, compêndio econômico dos Estados Unidos realizado pelo Federal Reserve, não trouxe grandes surpresas: apenas ressaltou que a economia norte-americana segue fraca de maneira geral e o consumo do país encontra-se pressionado. As confirmações do documento ajudaram a corroborar a noção de fraqueza da divisa norte-americana.
Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)
Tabela 1. Comparativos das principais Bolsas de café
Mercado do robusta
Em Londres a quarta-feira registrou -29 pontos para Julho/08, que recuou aos US$ 2196/t, ou R$ 216,35/sc. Setembro, com -12 pts, fechou a sessão a US$ 2.183/t ou R$ 215,07/sc. Nos últimos 30 dias, Set/08 acumula desvalorização de 3%.
Gráfico 3. Contrato café, LIFFE
BM&F
A Bolsa de Mercadorias & Futuros de São Paulo fechou o dia em baixa, tendo recuado US$ 0,80 para Julho/08, que no encerramento da sessão fechou aos US$ 161,20/sc. Setembro, com -US$ 0,95, cedeu a US$ 163,95/sc.
Gráfico 4. Contrato café, BM&F
Tabela 2. Principais Indicadores, Bolsas e cotação do Dólar
Mercado físico
Em Guaxupé, Minas Gerais, a saca do arábica - tipo 6 bebida dura para melhor - foi negociada a R$ 253,00 (R$ 4,00 a menos que no dia anterior). O indicador Cepea/Esalq registrou baixa de 0,68%, cotado a R$ 251,94/sc. Em Franca, estado de São Paulo, negócios foram feitos a R$ 249,00/sc.
O café despolpado de Vitória da Conquista recuou aos R$ 240,00/sc, perdendo R$ 5,00. Nas praças de Araguari e Patrocínio/MG, a safra nova permaneceu a R$ 255,00/sc, enquanto que em Caratinga/MG, foi vendida a R$ 250,00/sc.
Em São Gabriel da Palha/ES, o conilon - tipo 6/7 com mais de 90% de peneira 13 - vem sendo negociado a R$ 203,00/sc desde o dia 30 de abril. O indicador Cepea/Esalq cedeu R$ 1,68, cotado a R$ 206,95/sc - baixa de 0,81%.
Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F
Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui
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Julio Frare, equipe CaféPoint