Segundo a Mellão Martini, houve boa valorização no mercado cafeeiro nesta sexta-feira, impulsionada pela alta nos preços do petróleo, e o mercado devolveu parte dos ganhos no fim do dia. No mercado interno foi maior a movimentação porém o volume de negócios é restrito.

De acordo com o Valor Econômico, o petróleo caro e o dólar fraco também puxaram os preços do café, que atingiu na sexta-feira o maior preço em três semanas. "O petróleo e a desvalorização cambial estão dando suporte ao grão", disse à agência Bloomberg Márcio Bernardo, broker de café da Newedge USA LLC. Segundo corretores ouvidos pelo Dow Jones Newswires em Bogotá, a oferta colombiana encontra-se bastante reduzida, com a nova safra estimada de 10% a 30% menor que a do ano passado.

Os contratos para entrega em julho subiram 200 pontos na bolsa de Nova York e fecharam a US$ 1,3655 por libra-peso, ou R$ 306,01/sc. A posição Setembro/08, também com alta de 200 pontos, chegou a US$ 1,3890/lb ou R$ 311,28/sc.

Em reportagem do Valor Econômico, as previsões de que as lavouras brasileiras possam sofrer com o período de geadas que se inicia neste mês também continuaram a impactar o mercado, afirma Hector Galvan, estrategista-sênior de mercado da RJO Futures, de Chicago. No âmbito doméstico, a saca do café fechou a R$ 257,7, com alta de 1,45%, segundo o indicador Cepea/Esalq. O grão já acumula alta de 0,96% este mês.

Relatório do Escritório Carvalhaes, divulgado na última sexta-feira, prevê que a pressão sobre os custos de produção deve continuar no decorrer deste ano. Analistas internacionais não descartam a possibilidade do preço do barril de petróleo caminhar para 150 dólares, o que refletirá nos já inflacionados custos de insumos e transporte.

Dados divulgados pela corretora informam que os embarques de abril ficaram em 1.887.820 sacas de café arábica e 128.164 sacas de café conillon totalizando 2.015.984 sacas de café verde, que somadas às 8.560 sacas de café torrado e 271.209 sacas de café solúvel, totalizaram 2.295.753 sacas embarcadas. Até o dia 8, os embarques de maio estavam em 323.800 sacas de café arábica e 26.080 sacas de café conillon, somando 349.880 sacas de café verde, contra 317.105 sacas no mesmo dia de abril. Também no dia 8, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em maio totalizavam 366.502 sacas, contra 409.037 sacas no mesmo dia do mês anterior.

Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.


Dólar

O dólar comercial encerrou em leve alta na sexta-feira, dia 09, com a tensão observada nos mercados nesta sessão. Após emendar quatro fechamentos em alta, a divisa começa a ceder a pressões por ajuste. Índices relacionados à inflação doméstica divulgados nesta manhã alimentam expectativas de recrudescimento da política monetária, no sentido de conter a escalada de preços. No fechamento, o dólar subiu 0,08%, cotado a R$ 1,6941, de acordo com o Banco Central.

Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)


Tabela 1. Comparativos das principais Bolsas de café



Mercado do robusta

Na Bolsa de Londres, Julho fechou com alta de 3,22% em relação ao dia anterior, cotado a US$ 2210/t. Em reais, temos R$ 224,64/sc, de acordo com a cotação do dia. Setembro/08 ganhou 67 pontos, finalizando o dia a US$ 2231/t, ou R$ 226,77/sc.

Gráfico 3. Contrato café, LIFFE


BM&F

A Bolsa de Mercadorias & Futuros de São Paulo fechou em alta novamente, a US$ 161,65/sc para a posição julho/08, com variação de + US$ 2,50 por saca. Para setembro, + US$ 2,75 garantiram US$ 166,50/sc.

Gráfico 4. Contrato café, BM&F


Tabela 2. Principais Indicadores, Bolsas e cotação do Dólar


Mercado físico

Boas notícias do mercado trouxeram valorização às praças do país e apesar dos negócios restritos, a saca do Arábica tipo 6 bebida dura para melhor foi negociada com reajuste de R$10,00 em Araguari (Triângulo Mineiro), a R$ 260,00, para a safra nova. Em Guaxupé, no sul de Minas, o reajuste de R$4,00 também permitiu que as sacas fossem vendidas pelos mesmos R$260,00. Alta também na Zona da Mata, em Caratinga, e em Vitória da Conquista, Bahia, onde a saca fechou em R$250,00, com R$ 5,00 de valorização. O indicador Cepea/Esalq registrou alta de 1,45%, e encerrou o dia a R$ 257,70sc.

As sacas do Arábica, tipo 6, bebida dura; Arábica, tipo 6, bebida riada; e Arábica, tipo 6, bebida rio também valorizaram R$ 4,00 em Guaxupé, negociadas a R$255, R$245 e R$ 241/sc, respectivamente.

O Conilon tipo 6/7 com mais de 90% de peneira 13, negociado em São Gabriel da Palha/ES, continuou a R$ 203,00. O índice Cepea/Esalq cedeu mais 0,26%, fechando a R$ 209,95/sc.

Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F


Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui.

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Julio Frare, equipe CaféPoint