"O café está se beneficiando com a queda do dólar", disse Julio Sera, trader da Hencorp Futures, de Miami. Em Nova York, os contratos para julho subiram 32 pontos e encerraram o dia cotados a US$ 134,50 cents por libra-peso. No mercado paulista, a saca de 60 quilos do café fechou o dia a R$ 254,91, com alta de 0,9%, segundo o indicador Cepea/Esalq. No mês, acumula alta de 6,02%.
Segundo a Mellão Martini, as operações no mercado cafeeiro iniciaram a semana em campo positivo. Compras especulativas e coberturas de posições impulsionaram as cotações, levando a posição julho a fechar com +320 pontos. No mercado interno, alguns negócios isolados foram concluídos.
Em NY, o volume operado nesta segunda-feira foi de 15.161 contratos de acordo com Mauro L. Dos Santos, da Investbras Corretoras. O volume de opções de venda e compra foi de 12.106 contratos. O número de contratos futuros em aberto em todos os vencimentos para esta sessão foi de 152.639 contratos com redução de 940 lotes em relação a sessão anterior. Os estoques certificados tiveram aumento de 1625 sacas, somando 4.372.757 sacas.
O dólar comercial apresentou valorização frente ao real. Contrariando a tendência declinante dos últimos dias, a moeda norte-americana avançou 0,46% frente ao real, e ficou cotada a R$ 1,6756.
Na Bolsa de Nova York, os contratos para maio subiram 310 pontos, com valorização de 2,38%. Depois da alta, a posição fechou em US$ 133,55 cents/lb ou R$ 296,02. A tendência também foi observada para a posição setembro/08, que depois de acréscimo de 325 pontos, foi cotada a US$ 136,80 ou R$ 303,22/sc, 2,43% a mais que no dia anterior.
Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.
Dólar
Segundo o Infomoney, o dólar comercial encerrou a segunda-feira (28) em terreno positivo, alheio ao bom humor observado nos mercados internacionais. Nos Estados Unidos, a atuação de mega-investidores sugere aos mais otimistas que o pior da crise pode ter passado.
Novo avanço nos preços internacionais de commodities motiva a entrada de investimento estrangeiro no mercado interno, puxada pelo interesse em empresas como Vale e Petrobras, mas não com força suficiente para alterar o rumo do câmbio nesta sessão. As remessas de lucros e dividendos atingiram recorde em março, de US$ 4,345 bilhões, e no trimestre, de US$ 8,662 bilhões.
O Banco Central também informou que o fluxo mensal de câmbio estava positivo em US$ 4,934 bilhões até o dia 24. Apesar da alta de ontem, o dólar acumula desvalorização de 3% em abril, frente à alta de 3,6% registrada no mês passado. No ano, a desvalorização acumulada da moeda norte-americana já chega a 5%.
Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)
Mercado do robusta
Em Londres, houve valorização de 1,46% para maio/08, em relação às cotações da última sexta, com recuperação de 32 pontos. Para essa posição, o valor atingido foi de US$ 2229/t, ou R$ 224,09/sc. Para a posição de setembro houve variação positiva de 39 pontos, fechando a R$229,22/sc.
Segunda a Dow Jones Newswires, existe a estimativa de que apenas 10% da safra 2007/08 do café do Vietnã esteja em posse dos produtores locais e exportadores, ou seja, já foram vendidos 90% da produção. Entretanto, espera-se para o fim de maio um maior fluxo de café no mercado, com o pico da colheita da Indonésia.
b>Tabela 1. Comparativos das principais Bolsas de café
Gráfico 3. Contrato café, LIFFE
BM&F
Na BM&F, alta de US$3,55/sc para os contratos de setembro, fechados a US$164,10/sc, ou R$ 274,97/sc. A posição maio/08 fechou a US$ 158,50/sc, com valorização de US$2,50 por saca. Em reais, seguindo a cotação do dólar de ontem, temos R$ 265,58/sc, 2,20% a mais que na última sexta-feira, quando a Bolsa operava em baixa.
Gráfico 4. Contrato café, BM&F
Mercado físico
A saca do Arábica tipo 6 bebida dura para melhor foi negociada em Guaxupé a R$257,00, R$10,00 de valorização em relação ao dia anterior. Alta também dos preços em Vitória da Conquista, que ficaram em R$ 245,00/sc para o café despolpado. Nas praças da Zona da Mata (safra nova), Franca e Alto Paranaíba, preços estáveis a R$ 250,00/sc.
Em Guaxupé, no sul de Minas, as sacas do Arábica, tipo 6, bebida dura, Arábica, tipo 6, bebida riada e Arábica, tipo 6, bebida rio também valorizaram R$10,00, vendidas a R$252, R$242 e R$ 238/sc, respectivamente. O indicador Cepea/Esalq também teve variação positiva, fechado a R$ 254,91/sc.
O Conilon tipo 6/7 com mais de 90% de peneira 13, vendido em São Gabriel da Palha/ES, manteve o preço da saca estável, a R$ 208,00. O índice Cepea/Esalq valorizou-se 0,95%, fechado a R$ 213,16/sc, aumento de R$2,00 por saca.
Tabela 2. Principais Indicadores, Bolsas e cotação do Dólar
Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F
Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui.
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Julio Frare, equipe CaféPoint