A queda das temperaturas nas regiões brasileiras produtoras de café sustentou ontem (12) a alta da cotação no mercado internacional, segundo analistas ouvidos pela Bloomberg. Nos próximos dias, as temperaturas no Brasil devem ficar entre normais e abaixo da média para a época. Entretanto, de acordo com Celso Oliveira, meteorologista da Somar, não deverão ocorrer geadas nas regiões cafeeiras, mesmo com a vinda da maior onda de frio do ano, no início de junho.

De acordo com a Mellão Martini, o mercado cafeeiro encerrou a sessão em alta nesta segunda-feira em Nova York, impulsionada também por compras de especuladores e pelo dólar fraco. A moeda americana terminou o dia em baixa em relação ao real e praticamente zerou a alta que acumulava este mês. O dólar cedeu 1,22% e terminou cotado a R$ 1,6735. Segundo operadores, tesourarias de bancos e investidores no Brasil se sentiram encorajados a vender dólar quando o euro ultrapassou US$ 1,55 nos mercados internacionais de moedas.

Em Nova York, contratos com fechamento previsto para março/08 tiveram alta de 220 pontos, cotados a US$ 1,3820/lb, ou R$ 305,94/sc. Contratos para Julho, também em alta, valorizaram 200 pts, e a posição fechou a US$ 1,3855/lb ou R$ 306,72/sc.

Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.


Dólar

Segundo o Infomoney, o dólar fechou em forte recuo nesta segunda-feira, 12, refletindo o fluxo de entrada da moeda norte-americana, em dia de tranqüilidade nos principais mercados internacionais. O superávit comercial de US$ 1,471 bilhão, maior do que o esperado, sinalizou que a entrada de dólares das vendas ao exterior pode aumentar.

Além disso, de acordo com o site, o anúncio feito, nesta manhã, pelo presidente Lula sobre incentivos industriais dissipou os temores de que o governo pudesse tomar medidas que interferissem diretamente no câmbio e também abriu espaço para o real apreciar-se. Segundo análise do banco Santander, há expectativas de aumentar a entrada de divisas no país, com pressão de desvalorização sobre a moeda norte-americana.

De acordo com a Mellão Martini, a alta das bolsas de valores e a desvalorização do petróleo também colaboraram para o recuo da moeda. A alta da inflação, por exemplo, sustenta as expectativas de que o Banco Central opte por nova forte elevação na taxa básica de juros, o que atrairia mais dólares para o Brasil. O Índice de Preços ao Consumidor calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) na cidade de São Paulo mostrou inflação de 0,68% nos 30 dias encerrados na primeira semana de maio, bem acima do 0,54% apurado no mês anterior.

Outra notícia que influenciou o dólar em baixa, segundo a corretora, foi a declaração do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que os recursos para o fundo soberano que será criado no Brasil virão do superávit primário do governo. Antes, um palpite dos investidores era de que o Tesouro Nacional comprasse dólares no mercado cambial para a composição do fundo soberano, o que poderia elevar as cotações da moeda.

Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)


Tabela 1. Comparativos das principais Bolsas de café


Mercado do robusta

Na Bolsa de Londres, Maio fechou com alta de 1,63% em relação ao dia anterior, cotado a US$ 2246/t. Em reais, temos R$ 225,52/sc, de acordo com a cotação do dia. Julho/08 fechou com mais 50 pontos, finalizando o dia a US$ 2281/t, ou R$ 229,04/sc.

Gráfico 3. Contrato café, LIFFE


BM&F

A Bolsa de Mercadorias & Futuros de São Paulo fechou a segunda-feira em alta novamente, a US$ 164,15/sc para a posição julho/08, com variação de + US$ 2,50 por saca. Para setembro, +US$ 2,50 garantiram US$ 169,00/sc. Pela quarta vez consecutiva, a BM&F fecha em alta depois do sobe desce do mês passado, que há 10 dias havia registrado a maior baixa dos últimos dois meses.

Gráfico 4. Contrato café, BM&F


Tabela 2. Principais Indicadores, Bolsas e cotação do Dólar


Mercado físico

Depois de valorização na última sexta-feira, a saca do Arábica - tipo 6 bebida dura para melhor - permaneceu estável nas principais praças do país, sendo negociada em Araguari (Triângulo Mineiro), Guaxupé/MG e Franca/SP a R$ 260,00 e a R$ 250,00 na Zona da Mata, em Caratinga, Vitória da Conquista/BA e Patrocínio, no Alto Paranaíba, Minas Gerais. O indicador Cepea/Esalq registrou nova alta, de R$ 0,61, e encerrou o dia a R$ 258,31/sc.

Em Guaxupé, MG, as sacas do Arábica tipo 6, bebida dura; tipo 6, bebida riada; e tipo 6, bebida rio foram negociadas a R$255, R$245 e R$ 241/sc, respectivamente.

O Conilon - tipo 6/7 com mais de 90% de peneira 13 - foi negociado em São Gabriel da Palha/ES a R$ 203,00/sc, valor mantido desde o dia 30 de abril. O índice Cepea/Esalq cedeu mais 0,86%, fechando a R$ 208,14/sc.

Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F


Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui.

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Julio Frare, equipe CaféPoint