Nesta quarta-feira, a Bolsa de Nova York apresentou recuo no mercado cafeeiro. Julho/08 registrou -245 pontos, fechando a 136,65 cents/lb ou R$ 291,12/sc. Os contratos com vencimento para setembro caíram 240 pontos, cotados a 139,35 cents/lb ou R$ 296,88/sc. O dólar, cada vez mais fraco em relação a moedas internacionais, continua a dar sustentação às commodities agrícolas, segundo analistas ouvidos pela agência Dow Jones. A moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 1,610, acumulando 1,3% de desvalorização no mês.
Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.
Dólar
Segundo o InfoMoney, o dólar comercial terminou em leve baixa nesta quarta-feira, 18, contrariando o movimento dos mercados globais, num dia marcado por forte pessimismo. Dessa forma, a divisa renovou a mínima desde 20 de janeiro de 1999, quando fechou a R$ 1,57. Durante a maior parte da sessão, a moeda norte-americana operou em avanço, reagindo à aversão ao risco ocasionada por mais dados preocupantes vindos do setor bancário norte-americano.
Além disso, investidores analisam os dados do Banco Central acerca da movimentação de recursos em moeda estrangeira no país nos dez primeiros dias úteis de junho. O fluxo cambial somou US$ 892 milhões positivos no período, resultado do saldo positivo comercial de US$ 3,049 bilhões contra o fluxo financeiro negativo de US$ 2,158 bilhões. Embora o fluxo líquido tenha ficado aquém do esperado, surpreendendo alguns economistas, o montante superou o fluxo de maio, que teve saldo positivo de apenas US$148 milhões, publicou o site.
De acordo com Míriam Tavares, diretora de câmbio da corretora AGK, as entradas de recursos se intensificaram a partir da segunda-feira, 16, o que ainda não está refletido neste saldo de junho. "Por isso, os dados divulgados hoje não provocaram praticamente nenhum impacto às cotações do dia", avalia a economista.
Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)
Tabela 1. Comparativos das principais Bolsas de café
Mercado do robusta
As exportações de café do Vietnã caíram 35%, para 483 mil toneladas, nos primeiros cinco meses deste ano, de acordo com dados do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural do país. Em termos de valor, as exportações de café do país caíram 10% comparado com o mesmo período do ano anterior.
"Os cafeicultores do Vietnã seguraram estoques no começo deste ano, esperando um aumento de preços", disse um comerciante de Ho Chi Minh City. Os preços do café do Vietnã atingiram seu pico dos últimos 10 anos em fevereiro, de cerca de US$ 2.600 por tonelada FOB, acompanhando os preços futuros da Bolsa de Londres, mas desde então caíram para cerca de US$ 2.000 a tonelada, informou o Dow Jones Newswires.
Em Londres foram registrados -21 pontos para Julho/08, que encerrou a quarta-feira a US$ 2265/t, ou R$ 218,87/sc. Setembro, com -4 pts, fechou a sessão a US$ 2.260/t ou R$ 218,38/sc.
Gráfico 3. Contrato café, LIFFE
BM&F
A Bolsa de Mercadorias & Futuros de São Paulo terminou o dia em alta de +US$ 0,80 para a posição Julho/08, que chegou aos US$ 165,50/sc. Setembro, entretanto, fechou com -US$ 1,25, a US$ 169,10/sc.
Gráfico 4. Contrato café, BM&F
Tabela 2. Principais Indicadores, Bolsas e cotação do Dólar
Mercado físico
Em Guaxupé, Minas Gerais, a saca do arábica - tipo 6 bebida dura para melhor - foi negociada a R$ 259,00. O indicador Cepea/Esalq registrou queda de R$ 7,16, cotado a R$ 250,06/sc. Em Franca, estado de São Paulo, os negócios foram realizados a R$ 260,00/sc, R$ 8,00 a mais que no dia anterior.
O café despolpado de Vitória da Conquista seguiu negociado a R$ 245,00/sc. Na praça de Araguari/MG, a safra nova permaneceu a R$ 255,00/sc, enquanto que em Caratinga, foi vendida a R$ 250,00/sc e em Patrocínio, a R$ 253,00/sc.
Em São Gabriel da Palha/ES, o conillon - tipo 6/7 com mais de 90% de peneira 13 - vem sendo negociado a R$ 203,00/sc desde o dia 30 de abril de 2008. O indicador Cepea/Esalq sofreu leve reajuste positivo e encerrou o dia cotado a R$ 210,12/sc.
Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F
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Julio Frare, equipe CaféPoint