De acordo com a Mellão Martini, as operações desta sexta-feira encerraram em alta, sustentadas pela fraqueza do dólar e a firmeza de outras commodities. A posição julho/08 variou entre a mínima de -25 e máxima de +200 pontos, fechando com +120 pontos. No acumulado da semana registramos +145 pontos na mesma posição.

Segundo informações do Banco Central, o dólar comercial chegou a desvalorizar 1% e fechou a R$ 1,6426, menor cotação desde 20 de janeiro de 1999, quando valia R$ 1,5735. Em Nova York, os contratos para julho fecharam o dia a 138 cents/lb, ou R$ 299,86/sc. Para setembro/08, obtivemos +125 pts, fechando a 140,3 cents/lb ou R$ 304,86/sc.

Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.


Dólar

O Dólar comercial fechou a última sexta-feira em seu menor patamar desde janeiro de 1999, em decorrência da entrada de recursos financeiros no mercado brasileiro. Naquele janeiro, o Banco Central se viu obrigado a permitir a livre flutuação do câmbio após meses de crise internacional, que causou a fuga de bilhões de dólares do País.

Nesta sessão, a moeda reagiu ao intenso fluxo de recursos no mercado interno, atraídos sobretudo pelos rumores crescentes de que a agência de classificação de risco Fitch esteja próxima a anunciar a elevação do Brasil a grau de investimento, como já o fez a Standard & Poor´s em 30 de abril.

A expectativa da segunda nota vinda da agência de classificação apagou por ora as tensões geradas pelo anúncio do Fundo Soberano Brasileiro, cujas captações serão feitas pelo Tesouro com compras de dólares no mercado à vista, e poderão afetar o preço da moeda norte-americana.

A queda do dólar em relação a outras moedas no exterior também ajudou na valorização do real nesta sessão. O peso mexicano, por exemplo, fechou no maior nível diante do dólar em quase cinco anos. Uma nova disparada nos preços de commodities pressionou a divisa norte-americana em âmbito internacional. As informações são do InfoMoney.

Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)


Tabela 1. Comparativos das principais Bolsas de café


Mercado do robusta

As exportações de café da Uganda, maior produtor de café robusta da África, deve aumentar 25% neste mês, com o início da nova colheita e diante de crescentes estoques do produto, segundo uma autoridade de desenvolvimento do café da Uganda.

Exportações em maio subirão para 230 mil sacas, contra 184.560 sacas em relação ao mesmo período do ano passado, estima uma agência local.

Uganda é o segundo maior produtor de café da África, depois da Etiópia. Embarques de robusta representam 85% de toda a pauta de exportações do país, que faturou US$ 257 milhões com a venda de café ao exterior no ano passado. As informações são da Bloomberg.

Em Londres, a sexta-feira terminou em alta de 35 pontos para a posição Julho, cotada a US$ 2280/t ou R$ 224,7/sc. Setembro/08 também fechou no campo positivo, com +29 pts, cotado a US$ 2263/t ou R$ 223,03/sc.

Gráfico 3. Contrato café, LIFFE


BM&F

A Bolsa de Mercadorias & Futuros de São Paulo também fechou em alta. Como resultado desta sexta, temos para Julho/08 alta de US$ 1,70, com a posição cotada a US$ 166,80/sc. Para setembro, +US$ 1,65 ocasionou US$ 168,65/sc, e com +US$ 1,90, dezembro fechou a US$ 172,60/sc.

Gráfico 4. Contrato café, BM&F


Tabela 2. Principais Indicadores, Bolsas e cotação do Dólar


Mercado físico

No mercado físico, o dia foi de estabilidade de preços. A saca do Arábica - tipo 6 bebida dura para melhor - seguiu a sexta-feira negociada com as mesmas cotações da quinta-feira, em todas as principais praças do país: R$ 253,00/sc em Guaxupé, MG; R$ 245,00/sc em Vitória da Conquista/BA; R$ 260,00/sc em Araguari/MG e Franca/SP; R$ 250,00/sc na Zona da Mata, Caratinga, e Patrocínio/MG, para a safra nova. O indicador Cepea/Esalq teve valorização de R$ 0,78, e fechou a semana a R$259,25/sc.

O Conilon - tipo 6/7 com mais de 90% de peneira 13 - foi negociado em São Gabriel da Palha/ES a R$ 203,00/sc, preço estável desde o dia 30 de abril. O índice Cepea/Esalq teve leve baixa de R$ 0,28, cotado a R$ 210,38/sc.

Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F


Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui.

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Julio Frare, equipe CaféPoint