De acordo com o Valor Econômico, sinais de aumento das encomendas de café por investidores e também pelas indústrias processadoras colaboraram para a alta da cotação da commodity ontem. As baixas de terça-feira estão por trás do movimento de compra. Segundo dados do Banco Central, o dólar (compra) encerrou o dia a R$ 1,629.
Segundo informações do Cepea, a colheita de café robusta no Espírito Santo tem avançado em ritmo satisfatório. A estimativa de agentes locais é que cerca de 50% da safra capixaba já tenha sido colhida. No entanto, a oferta no físico ainda é baixa - grande parte do café colhido foi negociada antecipadamente, com entregas agendadas para maio/junho. Diante da oferta limitada de café capixaba, produtores aguardam uma possível reação de preços no físico.
Agentes estimam que a produção de robusta da safra 2008/09 do Espírito Santo pode diminuir expressivamente em relação à safra anterior, devido ao menor tamanho do grão. Além disso, a qualidade do café novo não atende às expectativas do setor. Por conta da maturação tardia, muitos grãos foram colhidos ainda verdes, depreciando a qualidade dos primeiros lotes colhidos. As informações são do Cepea.
Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.
Dólar
De acordo com o InfoMoney, o dólar comercial encerrou praticamente estável nesta quarta-feira, dia 4, após ter apresentado sinais divergentes, ainda que muito próximos da variação nula, numa sessão marcada por perspectivas distintas. O nervosismo se intensificou nos mercados no decorrer do dia e se uniu à expectativa de aumento na taxa Selic, levando a moeda à indefinição. O Copom (Comitê de Política Monetária) ainda não tinha divulgado a atualização da taxa básica de juro, de 0,5 ponto percentual, até o fechamento da moeda.
Segundo a Folha de São Paulo, a decisão por unanimidade do Copom de elevar a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, de 11,75% para 12,25% ao ano, foi influenciada principalmente pelo avanço da inflação. O país continua com a maior taxa real de juros do mundo, entre as principais economias. O próximo encontro do comitê do Banco Central está marcado para os dias 22 e 23 de julho.
Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)
Tabela 1. Comparativos das principais Bolsas de café
Mercado do robusta
Em Londres, diferentemente de Nova York, a quarta-feira prorrogou a recuperação, fechando em baixa novamente. A posição Julho/08 recuou mais 14 pontos e encerrou o dia a US$ 2.214/t ou R$ 216,52/sc. Setembro, com -9 pts, terminou a sessão a US$ 2.215/t ou R$ 216,61/sc.
Gráfico 3. Contrato café, LIFFE
BM&F
A Bolsa de Mercadorias & Futuros de São Paulo registrou alta nesta quarta-feira para a posição Julho/08, manteve-se estável em relação à Setembro e terminou em baixa para Dezembro/08. Em números, temos, respectivamente: US$ 160,85, US$ 163,35 e US$ 167,05/sc.
Gráfico 4. Contrato café, BM&F
Tabela 2. Principais Indicadores, Bolsas e cotação do Dólar
Mercado físico
Depois do reajuste negativo da última terça, o mercado interno mantém os preços estáveis. Em Guaxupé, Minas Gerais, a saca do arábica - tipo 6 bebida dura para melhor - segue a R$ 247,00. O indicador Cepea/Esalq, entretanto, registrou alta de 0,6%, cotado a R$ 250,88/sc, ainda distante, porém, de recuperar os quase 3% de queda registrados no dia anterior.
O café despolpado de Vitória da Conquista seguiu negociado a R$ 245,00/sc. Para as praças de Franca/SP, Caratinga e Patrocínio (MG), a safra nova esteve cotada a R$ 250,00/sc, enquanto que em Araguari, a R$ 255,00.
Em São Gabriel da Palha/ES, o conillon - tipo 6/7 com mais de 90% de peneira 13 - vem sendo negociado a R$ 203,00/sc desde o dia 30 de abril. Baixa de outros 0,2% no indicador Cepea/Esalq manteve o índice como o menor em duas semanas, cotado a R$ 210,36/sc.
Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F
Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui
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Julio Frare, equipe CaféPoint