Segundo levantamento da Conab, a Companhia Nacional de Abastecimento, os estoques brasileiros de café em 31 de março eram de 10,365 milhões de sacas. Como o Brasil precisa por mês, em média, de 3,75 milhões de sacas (1,5 milhões para o consumo interno e 2,25 milhões para a exportação), é fácil deduzir que a partir do início de julho próximo, o Brasil (maior produtor, maior exportador e segundo maior consumidor de café do mundo) contará apenas com sua produção anual para suprir suas necessidades de exportação e consumo, fato inédito em sua longa história de produtor de café, divulgou o Escritório Carvalhaes.

Até o último dia 12, os embarques de junho estavam em 509.744 sacas de café arábica e 45.349 sacas de café conillon, somando 555.093 sacas de café verde, contra 591.512 sacas no mesmo período de maio.

De acordo com o Escritório, a colheita da safra brasileira de arábica está muito atrasada este ano. Vários cafeicultores, de diferentes regiões produtoras, ainda nem começaram a colher o café, apesar de estarmos quase na metade do ano.

Segundo o Valor Econômico, a chegada de uma frente fria nas regiões Sul e Sudeste do país deu forte suporte aos preços futuros do café ontem, nas bolsas internacionais. Em Nova York, o mercado cafeeiro começou a semana em alta. Julho/08 registrou +165 pontos, fechando a 136,05 cents/lb ou R$ 292,80/sc. Os contratos com vencimento para setembro valorizaram 190 pontos, cotados a 138,70 cents/lb ou R$ 298,50/sc.

O dólar fraco em relação a outras moedas continua dando sustentação às commodities agrícolas, segundo analistas ouvidos pela agência Dow Jones. O dólar (compra) encerrou o dia a R$ 1,627, acumulando 8,15% de desvalorização desde o início do ano.

De acordo com o IAPAR - Instituto Agronômico do Paraná - há previsão de temperaturas mínimas negativas na relva, com alto risco de "geada de canela", podendo ocorrer danos em áreas de baixada. Aos produtores que ainda não fizeram, recomenda-se proceder imediatamente o chegamento de terra junto ao tronco dos cafeeiros com idade entre 6 e 24 meses.

Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.


Dólar

Segundo o InfoMoney, o dólar comercial voltou a fechar em recuo nesta segunda-feira, 16, retomando cotações tão baixas quanto as de janeiro de 1999. O relatório Focus, divulgado pela manhã, revelou que o mercado continua apostando na intensificação do aperto monetário doméstico, o que ampliaria ainda mais o diferencial de juros internos e externos.

Essa tendência não deve ser interrompida nem mesmo se o Federal Reserve iniciar uma elevação da taxa básica de juro nos Estados Unidos, porque, ainda assim, o juro pago no Brasil continuaria favorecendo o investimento estrangeiro em renda fixa, avaliam analistas do mercado. Apesar de não ter sido claro em suas últimas declarações, o presidente do Fed sinalizou a possibilidade de um aperto monetário nos EUA.

"Investidores também estiveram avaliando o saldo da balança comercial, que teve superávit de US$ 771 milhões na segunda semana de junho. No ano, o saldo é positivo em US$ 9,810 bilhões, um número mais de 40% inferior ao resultado de 2007 no mesmo período", publicou o site.

Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)


Tabela 1. Comparativos das principais Bolsas de café


Mercado do robusta

Em Londres a semana começou com +12 pontos para Julho/08, que encerrou a segunda-feira a US$ 2226/t, ou R$ 217,29/sc. Setembro, com +17 pts, fechou a sessão a US$ 2.224/t ou R$ 216,09/sc. Nos últimos 30 dias, Set/08 acumula desvalorização de 1,7%.

Gráfico 3. Contrato café, LIFFE


BM&F

A Bolsa de Mercadorias & Futuros de São Paulo terminou o dia em baixa de US$ 0,50 para Julho/08, que no encerramento da sessão fechou a US$ 162,00/sc. Setembro, com alta de US$ 2,20, chegou aos US$ 167,70/sc.

Gráfico 4. Contrato café, BM&F


Tabela 2. Principais Indicadores, Bolsas e cotação do Dólar


Mercado físico

Em Guaxupé, Minas Gerais, a saca do arábica - tipo 6 bebida dura para melhor - foi negociada a R$ 259,00, com valorização de R$ 4,00 em relação ao dia anterior. O indicador Cepea/Esalq registrou baixa de R$ 0,70, cotado a R$ 254,24/sc. Em Franca, estado de São Paulo, negócios foram realizados a R$ 252,00/sc.

O café despolpado de Vitória da Conquista registrou alta de R$ 5,00, negociado a R$ 245,00/sc. Nas praças de Araguari e Patrocínio/MG, a safra nova permaneceu a R$ 255,00/sc, enquanto que em Caratinga/MG, foi vendida a R$ 250,00/sc.

Em São Gabriel da Palha/ES, o conillon - tipo 6/7 com mais de 90% de peneira 13 - vem sendo negociado a R$ 203,00/sc desde o dia 30 de abril. O indicador Cepea/Esalq subiu R$ 1,82, cotado a R$ 210,25/sc - alta de 0,87%.

Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F



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Julio Frare, equipe CaféPoint