Para a Mellão Martini, a entrada de recursos no país derrubou o dólar pelo terceiro dia seguido, em uma sessão de expectativa pelos detalhes do fundo soberano criado nesta semana pelo governo. Em relatório, analistas da Merrill Lynch escreveram que a moeda brasileira deve ser sustentada no curto prazo pela promoção do país a grau de investimento, que abre mais espaço para o ingresso de capitais no país.
Pode-se afirmar que, mesmo com quedas de quase 1% em NY, as cotações desta terça-feira terminaram valorizadas em relação às cotações de trinta dias atrás. Em 14 de abril, a posição setembro/08 encontrava-se 2,72% abaixo das cotações atuais, assim como a posição maio seguia cotada 4,42% menos do que ontem, quando fechou a R$ 300,17/sc. Confira nossa tabela:
Tabela 1. Comparativos das principais Bolsas de café
Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.
Dólar
Nesta terça-feira, o dólar comercial fechou em queda de 0,96%, cotado a R$ 1,6575, em resposta às notícias vindas da esfera política. Segundo o InfoMoney, o anúncio da Política de Desenvolvimento Industrial aumentou a expectativa de entrada de dólares via comércio exterior no País. Por outro lado, Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, sinalizou que o ciclo de aperto monetário será menos amplo.
Ainda de acordo com o site, o presidente do Federal Reserve indicou que o afrouxamento monetário dos EUA pode ser interrompido, o que, ao lado de mais notícias negativas do setor financeiro norte-americano, intensificou a cautela dos mercados.
As autoridades monetárias apontam que o diferencial de juro pode diminuir, mas, ainda assim, ele permanece afetando a cotação do dólar no curto prazo. "No câmbio doméstico, a expectativa de aumento dos ingressos financeiros por conta do alto diferencial dos juros a favor dos praticados no Brasil em meio ao baixo risco de se aplicar no País deve limitar o espaço para desvalorizações mais acentuadas do real", avalia a diretora de câmbio da corretora AGK, Miriam Tavares.
Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)
Mercado do robusta
Em Londres, a terça-feira terminou praticamente estável para os contratos de café em maio e setembro/08, apenas 0,04% a menos do que no dia anterior, fechados a US$ 2245/t e US$ 2249/t, respectivamente. Em reais, temos: R$ 223,27 e R$ 223,66/sc.
Notícias divulgadas pelo Dow Jones hoje esclarecem que há procura maior por robusta no mercado internacional, principalmente porque exportadores da Tailândia estão estocando a produção, com intenção de obter preços melhores com a venda dos grãos no ano que vem. Cada vez fica mais claro que o mercado do café sofre oscilações pela integração dos fatores oferta, demanda, clima e especulação. As cotações do robusta vinham subindo há quatro dias consecutivos, quando cederam levemente nesta terça.
Gráfico 3. Contrato café, LIFFE
BM&F
A Bolsa de Mercadorias & Futuros de São Paulo fechou a terça-feira em queda de -US$ 0,40, para a posição julho/08 cotada a US$ 163,75 por saca. Para setembro, -US$ 1,85 acarretaram US$ 167,15/sc.
Gráfico 4. Contrato café, BM&F
Tabela 2. Principais Indicadores, Bolsas e cotação do Dólar
Mercado físico
De acordo com o Cepea, o clima seco tem favorecido a colheita de café robusta no estado do Espírito Santo. Segundo agentes, porém, ainda não chegaram lotes de robusta tipo 6 e, por enquanto, os de tipo 7 (180 defeitos) são bastante esporádicos. Alguns produtores devem aguardar a maturação ideal dos grãos para iniciar as atividades. A expectativa é que a qualidade do produto melhore entre o final de maio e o início de junho.
Nathan Herszkowicz, diretor executivo da ABIC, comunicou recentemente que "a princípio, o cenário futuro para 2008 ainda é o de um mercado justo para a matéria-prima, podendo haver maior dificuldade no suprimento da indústria especialmente no primeiro trimestre de 2009."
Já em Rondônia, as atividades seguem em ritmo satisfatório. A estimativa de agentes locais é que cerca de 20% da safra já tenha sido colhida, sendo que pouco mais da metade desses lotes já foram comercializados - aproximadamente 12% da produção rondoniense. Nessa terça-feira, 14, o Indicador Cepea/Esalq para robusta - tipo 6, peneira 13 - fechou a R$ 208,44, recuo de 1,13% em relação à terça passada.
A saca do Arábica - tipo 6 bebida dura para melhor - desvalorizou R$ 5,00 em Guaxupé, sul de minas e em Vitória da Conquista/BA, negociada a R$ 255,00 e R$ 245,00, respectivamente.
Em Araguari (Triângulo Mineiro) e Franca/SP, manteve-se o valor de R$ 260,00/sc. Na Zona da Mata, Caratinga, e Patrocínio/MG, a safra nova foi comercializada a R$ 250,00.
O indicador Cepea/Esalq registrou baixa de R$ 1,98, e encerrou o dia a R$ 256,33/sc.
Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F
Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui
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Julio Frare, equipe CaféPoint