Durante o 17º Seminário Internacional de Café de Santos, na semana passada, o diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Guilherme Braga, apresentou o painel "Perspectivas Gerais do Café do Brasil". Num cenário otimista para a cafeicultura brasileira, o diretor traçou os fatores que justificam o sentimento positivo, entre eles a safra ordenada em termos mundiais, a menor oscilação da produção brasileira e também a nova postura do cafeicultor, que está fazendo uso de mecanismos modernos de comercialização, informou a Agência Safras.
Segundo Braga, a volatilidade no volume de produção do Brasil está ficando menor nos últimos anos, o que é positivo para mantermos uma regularidade no nosso fluxo de exportação, e conseqüentemente nossa fatia do mercado mundial. Em 2002, o "market share" do Brasil nas exportações foi de 31,7%, e a estimativa para 2008 é de 29,9%. "Vejam que o Brasil mantém sua fatia, apesar das oscilações nos volumes de produção a cada ano", frisou, em notícia da Agência Safras.
Segundo a Mellão Martini, as operações da sexta-feira passada encerram em ligeira queda, com alguns operadores atuando com coberturas de posições antes do final de semana prolongado, pois segunda-feira será feriado nos Estados Unidos, Grã-Bretanha e na Colômbia. A posição julho na Bolsa de Nova York encerrou o dia com baixa de -20 pontos, acumulando 400 pts de desvalorização durante a semana. Mercado interno permaneceu totalmente parado.
Ainda em Nova York, contratos para setembro e dezembro/08 também registraram queda, de 30 pts cada, fechando o dia a 136,30 cents/lb e 139,65 cents/lb, respectivamente, ou R$ 298,20/sc e R$ 305,53/sc. De acordo com o Banco Central, o dólar compra, em alta, foi cotado a R$ 1,6539 nesta última sexta-feira.
Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.
Tabela 1. Comparativos das principais Bolsas de café
Dólar
O dólar comercial encerrou a sessão desta sexta-feira, dia 23, com leve alta de 0,33%, revertendo o movimento verificado pela manhã. Segundo o InfoMoney, "os negócios foram pautados por notícias sobre Fundo Soberano e ambiente externo tenso. Os mercados globais foram pressionados durante todo o dia por temores relativos à inflação, impulsionados por nova alta nos preços internacionais de commodities, especialmente o petróleo, que mantém-se cotado acima do patamar de US$ 130/barril em Nova York".
Apesar de jornais divulgarem que o presidente Lula havia suspenso os planos para criação de fundo soberano, que também seria utilizado para conter a apreciação do real, o ministro da Fazenda Guido Mantega afirmou que o projeto de lei que o cria será apresentado ao Congresso na próxima semana. De acordo com o InfoMoney, este também foi outro fator que contribuiu para a alta da moeda norte-americana.
Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)
Mercado do robusta
Em Londres, a sexta-feira terminou em alta, com +13 pontos para a posição Julho, cotada a US$ 2242/t ou R$ 222,48/sc. Setembro/08 ganhou 10 pts, e encerrou a sessão a US$ 2230/t, ou R$ 221,29/sc.
Gráfico 3. Contrato café, LIFFE
BM&F
A Bolsa de Mercadorias & Futuros de São Paulo fechou em forte queda na sexta-feira, seguindo reflexos da quinta-feira de fracas cotações em Nova York. A Bolsa de São Paulo praticamente perdeu toda a valorização acumulada no mês depois de queda significativa de US$ 6,60 para a posição Julho/08 e US$ 6,65 para os contratos com vencimentos em setembro e dezembro deste ano.
No dia 23 de abril, a BM&F registrava US$ 162,90/sc para a posição Julho. Três semanas depois, no dia 14 deste mês, alcançou US$ 164,15/sc. para a mesma posição. Quatro dias depois já estava em US$ 166,80/sc, chegando na quarta-feira passada a US$ 169,20/sc, o maior registro desde o dia 14 de março de 2008, quando Julho marcava US$ 178,40/sc. O maior pico do ano ocorreu em 28 de fevereiro, quando a posição chegou a bater US$ 199,00/sc, e o dólar estava a R$ 1,672, 1,05% a mais que a cotação atual.
Em queda, portanto, fechamos a sexta-feira a US$ 162,60/sc para Julho; US$ 164,35/sc para Setembro e US$ 168,20/sc para Dezembro.
Gráfico 4. Contrato café, BM&F
Mercado físico
Em Guaxupé, sul de Minas, a saca do Arábica - tipo 6 bebida dura para melhor - perdeu R$ 10,00 e voltou ao patamar de segunda-feira passada, segundo menor índice do mês, a R$ 251,00. O indicador Cepea/Esalq também caiu R$ 10,16, e terminou o dia a R$ 252,48/sc. Em Franca/SP, a saca recuou R$13,00 e desceu a R$ 254,00.
Nas demais praças cafeeiras do país, para este tipo de café, os valores negociados permaneceram os mesmos do dia anterior. Em Vitória da Conquista/BA, a saca do café despolpado foi negociada a R$ 250,00. Em Araguari e Patrocínio, ambas em Minas Gerais, mantiveram-se R$ 255,00/sc (safra nova); Caratinga, Zona da Mata, ficou em R$ 250,00/sc.
O Conilon - tipo 6/7 com mais de 90% de peneira 13 - foi negociado em São Gabriel da Palha/ES a R$ 203,00/sc, preço estável desde o dia 30 de abril. Alta de R$ 0,79 no indicador Cepea/Esalq, que encerrou o dia a R$ 212,33/sc.
Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F
Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui
Tabela 2. Principais Indicadores, Bolsas e cotação do Dólar
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Julio Frare, equipe CaféPoint