ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Evolução e perspectivas do preço de café

VÁRIOS AUTORES

ESPAÇO ABERTO

EM 06/04/2011

8 MIN DE LEITURA

24
0
1 - A pergunta que fazemos

O objetivo desse artigo é tecer algumas considerações quanto à evolução e perspectivas do preço de café, um assunto que sempre desperta grande interesse do cafeicultor, em especial, neste momento de forte ebulição do mercado, quando a euforia é permeada pela incerteza em relação à intensidade e duração desse novo patamar de preços, tornando o empreendedor na lavoura cafeeira ainda mais sensível ao planejamento e gestão de suas atividades comerciais e produtivas.

A Figura 1 mostra a evolução dos preços diários durante os três primeiros meses de 2011. Por ela verifica-se que o processo de aumento de preços, iniciado no ano anterior, continua e se torna ainda mais acentuado, alcançando valores recordes em mais de uma década. A interrogação que todos fazemos é: como, e até quando, essa evolução positiva de preços acontecerá?

Figura 1 - Preços diários do café de janeiro a março de 2011 e linha de tendência.


Fonte: CEPEA, 2011.

2 - A experiência do passado

Para início de nossa reflexão sobre as perspectivas futuras, é oportuno verificar o que nos ensina o passado. Vamos começar lembrando que os preços de um produto são determinados, principalmente, pela estrutura do mercado, pelos fundamentos de mercado (produção, estoque e consumo) e pelas expectativas dos agentes de mercado em torno dos desempenhos setorial e global no futuro. É com base nesses determinantes de preços que o café, pelas peculiaridades da sua produção e do seu mercado, apresenta três típicas flutuações ao longo do tempo. São elas:

a) A volatilidade, que reflete a intensidade e frequência das flutuações dos preços, no mercado de café. É observada, principalmente, nas cotações das Bolsas de Mercadoria, mas também ocorre no mercado físico, que apresenta mudanças diárias, como as registradas na evolução da linha azul da Figura 1. Essa flutuação demonstra a sensibilidade do produto às mudanças de informações nas questões políticas, de mercados e nos indicadores financeiros, nacional e internacional.

b) A flutuação sazonal, com periodicidade anual, que tem como causa principal os efeitos das estações do ano na produção e, em consequência, na oferta e na demanda do produto.

c) A flutuação cíclica, que ocorre a longo prazo e se repete com uma periodicidade mais ou menos constante ao longo do tempo. Essas flutuações são causadas pelas características das respostas da oferta e demanda do produto às variações de preços. No caso do café, os ciclos têm duração que variam de 6 a 8 anos.

Inicialmente, vamos analisar as informações de preço do café no passado recente. Pela Figura 2, observamos comparativamente como evoluíram os preços médios mensais deflacionados de café nos últimos 3 anos. As linhas, preta e verde mostram o comportamento médio dos preços mensais nos anos de 2008 e 2009, respectivamente. Nesses dois anos, o preço de café teve evolução sazonal semelhante e típica, com preços maiores no início e no final do ano e com preços menores no período de safra. A linha vermelha mostra o comportamento dos preços médios mensais em 2010. Por ela, podemos constatar que nesse ano houve uma mudança no patamar de preços e foi um ano atípico com relação à sua evolução sazonal, já que os preços iniciam um processo de subida em maio, no início da safra, e mantêm a tendência de alta até o final do ano.

Figura 2 - Preços deflacionados médios mensais do café nos últimos três anos


Fonte: ICO, 2011.

Agora, vamos esticar um pouco mais a nossa visão sobre o passado para podermos observar as variações cíclicas que ocorreram no preço de café nos últimos 15 anos. A Figura 3 nos mostra a evolução de preços corrigidos durante esse período. Por ela é possível verificar que os picos de preços do café - ocorridos em 1997/98 e 2005 - possuem duração de, no máximo, 2 anos. As duas alegações mais gerais para que isso venha ocorrendo são a rápida expansão da oferta pelos cafeicultores e a redução da demanda de café por parte de compradores. Em valores corrigidos para fevereiro de 2011, os picos de preços tiveram valores máximos de R$ 813,38 em maio de 1997, R$ 620,35 em dezembro de 1999 e R$ 458,22 em março de 2005. Para efeito comparativo, maior índice Cepea do atual período de alta, foi o preço de 09 de março de 2011, quando a saca de 60 kg de café foi cotada a R$ 551,60.

Figura 3 - Preços mensais deflacionados do café de setembro de 1996 a março de 2011


Fonte: CEPEA, 2011.

3 - Os fundamentos de mercado no presente

Se a análise do passado pode ser útil ao nos mostrar o comportamento histórico dos preços, precisamos tecer alguns comentários sobre os fundamentos de mercado no presente, antes de nos aventurarmos a lançar hipóteses sobre o futuro. As Figuras 4, 5 e 6, respectivamente, mostram a evolução da produção, estoque e consumo de café no mundo, nos 11 últimos anos.

Figura 4 - Produção mundial de café de 2000 a 2010.


Fonte: ICO, 2011.

Figura 5 - Estoques iniciais de café dos principais países de 2001 a 2010.


Fonte: ICO, 2011.

Figura 6 - Consumo mundial de café de 2000 a 2009.


Fonte: ICO, 2011.

Esses fundamentos de mercado, no conjunto, nos mostram que o balanço oferta versus demanda de café vem se tornando crescentemente apertado nos últimos anos, contudo, eles não indicam nenhuma forte escassez do produto que comprometa o abastecimento de café no curto prazo (ressalva pode ser feita para algum tipo especial de café). O estoque, que decresceu muito rapidamente e, segundo informações recentes, no caso brasileiro deve ser nulo em julho de 2011, pode ser reposto em poucos anos, dependendo da velocidade de resposta da produção mundial ao estímulo de preço.

4 - As expectativas quanto ao futuro

O olhar para o futuro destaca o papel das expectativas em torno da evolução dos fundamentos de mercado (produção, estoque e consumo) e do comportamento de outras variáveis também importantes na formação dos preços. Ao definir seu conjunto de ações do presente e do futuro, cada agente de mercado - produtor, indústria, exportador, etc. - elege seu próprio conjunto de variáveis importantes e tira delas suas conclusões.

As Bolsas de Mercadorias são um bom indicador da expectativa de preços futuros dos agentes de mercado. Nesse sentido, as cotações de café observadas nas Bolsas de Nova Iorque e na BM&FBovespa representam a expectativa de preço desse produto em datas posteriores. O Quadro 1, a seguir, mostra as cotações de café em diversas datas de vencimento ao longo deste ano. Por elas, verifica-se que a tendência altista nos preços, observada nos três primeiros meses de 2011 (Figura 1), não teve reflexo nas cotações futuras, uma vez que os valores observados decrescem levemente com o passar do tempo, ao contrário do que seria lógico esperar, uma vez que a manutenção do café ao longo do tempo tem custo, de armazenagem e financeiro, relativamente alto.

Quadro 1 - Preço futuro do café arábica na BM&FBovespa e em Nova Iorque


Fonte: Cooxupé (2011)
Obs. Cotação do dólar de 01/04/11 - R$1,6130/US$

5 - Conclusões

Fundamentados nas explanações feitas e considerando, como limitação, que não dispomos de uma "bola de cristal", ousamos elaborar as seguintes previsões para a evolução do preço de café, são elas:

a) A volatilidade do preço de café neste ano tende a ser maior, em função de fatores alheios ao setor, como, por exemplo, a crise do Oriente Médio, as dificuldades da economia japonesa, a crise econômica na Europa e a possibilidade de outros conflitos com reflexos nos preços de todas as commodities. Esta opinião também está fundamentada no estudo da CEPAL, da FAO e do IICA lançado no dia 2 de março deste ano, intitulado "Volatilidade de preços nos mercados agrícolas (2000-2010)" que, com base nesses argumentos, diz: "A volatilidade dos preços dos alimentos tem aumentado nos últimos meses e permanecerá alta no futuro próximo".

b) A sazonalidade do preço de café será típica durante o ano de 2011, porém num patamar mais elevado. Ou seja, teremos preços mais baixos do que os atuais no período da safra, os quais voltarão a aumentar nos 3 últimos meses do ano, possivelmente, em níveis mais elevado do que os atuais, tendo em vista a menor safra do ano em curso.

c) O preço de café encontra-se na parte alta do ciclo de longo prazo e esse, inexoravelmente, tenderá a baixar em determinado momento. A duração dessa fase dependerá, principalmente, da velocidade e intensidade da resposta da produção de café a esse padrão de preços. O setor estava desmotivado, foi pego de surpresa pelo aumento de preços e, em consequência, demorou a reagir não apresentando crescimento substancial de novas áreas plantadas em 2010/11. Contudo, segundo informações, é grande o número de sementes vendidas/encomendadas para a produção de mudas durante o ano de 2011, donde se deriva ser significativamente elevado o número de as novas áreas plantadas em 2011/12.

Nessa linha de raciocínio é importante considerar que a safra de 2012 será alta, pela bianuidade típica da cafeicultura brasileira, e certamente, será ainda mais inflada pelos bons tratos agronômicos que estão sendo dedicados às lavouras de café, principalmente, em termos de adubação e controle de ervas daninhas, pragas e doença. Pelas mesmas razões, a safra de 2013, esperado ano de baixa produção, possivelmente terá os efeitos da bianuidade amenizados em função da produção dos novos plantios e dos aumentos derivados dos bons tratos nos anos em curso. É importante dizer que não estamos levando em consideração a retração de consumo em decorrência do aumento do preço de café. Estamos confiando na decantada inelasticidade preço da demanda desse produto.

Se as coisas acontecerem como aqui previsto, teremos, com certeza, os bons preços de café até o ano de 2012 e, provavelmente, ainda em 2013, donde se estima que a flutuação cíclica comece seu processo de decréscimo mais uma vez, repetindo o fenômeno histórico já consagrado na economia cafeeira.

Por último, cabe-nos dizer que a nossa ousadia de perscrutar o futuro em um assunto tão polêmico quanto o preço do café, é um exercício que tenta mostrar uma das possibilidades de análise por meio da qual todos interessados podem fazer suas próprias prospecções utilizando o mesmo conjunto de informações, ou valendo-se de novas variáveis aqui não consideradas e, nesse exercício, chegar a resultados totalmente díspares. O planejamento empresarial não pode prescindir do desenho do cenário futuro, mesmo sabendo que ele comporta riscos e incertezas. Boa sorte para aqueles que também se atrevam a elaborar exercício semelhante.

JOSÉ LUIS DOS SANTOS RUFINO

Consultor Témático do Projeto Educampo Café do Sebrae/MG. Engenheiro Agrõnomo, Mestre em Administração Rural e Doutor em Economia Rural. Gerente Técncio da Embrapa Café até 2005 e Pesquisador da Embrapa Café até 2009.

LUCAS OLIVEIRA DE SOUSA

MARCELO DIAS PAES FERREIRA

24

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe CaféPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

RODRIGO DE PADUA SAFATLE SOARES

SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 28/11/2013

Li esse artigo na data da publicacao, achei muito coerente, e, hoje, reli novamente. A historia foi prevista com clareza e exatidao, e com os pes no chao pelos autores. Gostaria de parabeniza-los e receber emails com novas publicacoes. Abraco.
ADIANY GONÇALVES DOS SANTOS

RIO BANANAL - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 24/10/2013

quero saber se o cafe ainda tem chance de melhorar os preços.
WINICIUS ALVES DEOLIVEIRA

INHAPIM - MINAS GERAIS

EM 02/11/2011

Sou produtor de cafe do leste de minas. Sinto que as previsões sobre preço de cafe no mercado futuro são meras especulações e baseadas em incertezas; somos meros espectadores deste jogo, acredito que a oscilação dos mercados mundiais esta ligada a algo muito mais complexo. Hoje não só sobre o mercado do café mas sobre todos os outros, só temos duas verdade o incerto e o risco.
AMAURI LOPES DE CAMARGO

CARLÓPOLIS - PARANÁ - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 26/04/2011

Amauri Lopes de Camargo

Carlopolis-PR - Cafeicultor



Este artigo é imprescindível a todos aqueles que produz café e principalmente aos pequenos cafeicultores que "estão se aventurando em plantar mais café do que já possuem". Pois bem. Este seria o momento oportuno para dar uma guinada quanto a melhorias e novos investimentos em insumos nos cafezais existentes e assim todos trabalhar no aspecto qualidade e só assim poderiamos em tese manter  o ciclo crescente de otimização dos preços do café no mercado. Lamentavelmente, deixam de aumentar o nível de produção atual com muito mais qualidade, perdendo inclusive a oportunidade de diversificar os seus investimentos na propriedade com gado, etc. A meu ver quem produz café e tem a gula de plantar ainda mais vai aplicar seu lucro liquido da lavoura produtiva e vai gastar em despesas operacionais de formação do novo parque cafeeiro e daqui no máximo 4 ou cinco anos poderá se decepcionar pelo excesso de oferta que nem sempre manterá o ponto de equilibrio com a demanda esperada.
RAMIRO TEIXEIRA LIMA

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - ESPÍRITO SANTO - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 12/04/2011

Parabens RUFINO.

Como será o comportamento do nosso Conilon? Deverá seguir o mesmo raciocinio? Gostaria de seu depoimento à respeito e também de outros especialista e/ou produtores do ramo.

Atenciosamnete.

Ramiro
INCAPER- CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM
MARCOS FERREIRA

IBIÁ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 11/04/2011

Caro Celso Vegro,
Gostaria de dizer que assisti sua palestra na Fenicafé 2011, e parabeniso pela fantástica apresentação. Digo que foi 100% aproveitável e que pela sua palestra e pelo artigo de José Luis, pude realmente perceber que as perspecticas do mercado cafeeiro são ótimas, com isso nossa paixão pela atividade aumenta cada vez mais.
Mais uma vez meus parabéns.
MARCOS FERREIRA

IBIÁ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 11/04/2011

Parabens José Luis, pelo artigo fantástico que escreveu. Nós proficionais da área da cefeicultura precisavamos de artigos completos e detalhados como o seu, pois o artigo otimista em questão apresentou fatos concretos que nos ajudará na tomada de nossas decisões em se tratando do assunto. Parabéns.
EUGENIO ROSSI DE FIGUEIREDO SOUSA

BOA ESPERANÇA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 10/04/2011

Prezado Rufino, seus colaboradores e demais amigos.

O artigo que vocês apresentaram, na minha avaliação, é muito interessante e inclusive procurarei tê-lo como protótipo para outras avaliações de cenário. As opiniões "adversas" ao texto original o fazem enriquecê-lo mais ainda, pois agregam informações que podem servir de variáveis para análises pontuais.
É indubitável a veracidade das informações, pois tratam-se de instituições idôneas. Quanto ao número de variáveis utilizadas, quem sabe poderemos tê-las em maior número num futuro próximo para tornar as avaliações de cenários mais precisas, quem sabe... Isso mostra, sem dúvida, na complexidade que o cafeicultor está inserido, e o desafio de tomar decisões futuras mais acertadas a cada dia que passa.
Algo que aprendi no percurso de cafeicultor é que; cada crise que vivemos no setor tem um vilão. No tempo de meus avós houve um divisor de águas, a vilã adubação inorgânica, teve aqueles que partiram para a "adubação racional" e aqueles que não partiram. No que deu? Os que seguiram a técnica da época, a adubação química, seguiram em frente e os demais ficaram. Esta última crise, onde muitos ainda se encontram, outros estão se saindo bem e aqueles que por sorte e ou mérito felizmente não entraram, eu daria o nome da "crise na gestão do fluxo de caixa". Onde aqueles que souberam lidar com o fluxo de caixa corretamente levaram vantagens. Como Rufino e seus colaboradores, faço um palpite para o modelo da nova crise que virá, "a crise estratégica de comercialização", aquele que não acertar bem os meios e momentos de comercialização deixará o setor. E aí que entra a importância do texto original para uma reflexão para o futuro, parabéns ao texto.

Um grande abraço para Todos!
ANTONIO CARLOS SILVA

BOA ESPERANÇA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 09/04/2011

Colegas Produtores: você já notaram que tem pouco café nas lavouras? Que o estoque brasileiro só dá para suprir 60 e poucos dias de consumo? Que para voltar aos estoque existentes o pais gastará de 5 a 8 anos? Traduzindo: política governamental para a área do café totalmente equivocada; preços altos por um bom tempo! Portanto, invistam em gerenciamento e procurem a maior eficiência possível, garanto que não se arrependerão. Abraços a todos.
OTACILIO JUNIOR DA SILVA ROCHA

ESPERA FELIZ - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 09/04/2011

Excelente, abordagem sobre a assunto, é de grande valor sua analise e muito bem consistente, baseadas e dados solidos e verdadeiros, muito obrigado pela colaboraçãoa todos nos da cadeia produtiva e comercial do café.
JOSÉ LUIS DOS SANTOS RUFINO

VIÇOSA - MINAS GERAIS

EM 08/04/2011

Caro Ciro Takiiute,

Obrigado por sua participação em nossa discussão.
Você abordou dois pontos importantes relacionados ao comportamento dos preços de café. No primeiro momento, você nos fala dos efeitos das cotações das Bolsas de Mercadoria. Esse é um assunto controverso. Alguns falam que o funcionamento desse mecanismo de mercado amplia as flutuações. Por outro lado, usando argumentos distintos, outros buscam provar que elas vieram para amenizar as volatidades do preço de café. Eu compreendo a importância de sua colocação mas considero, por pouca informação que disponho, não ser eu a pessoa mais indicada para falar sobre esse assunto. No entanto, gostaria de vê-lo colocado em discussão neste canal de comunicação por pessoas que dominam melhor o assunto.
Em segundo lugar, você aborda a influência do câmbio nos preços de café. Espero, em breve, elaborar uma reflexão sobre o assunto e, se o editor permitir, publicá-la nesse jornal para ouvir outras opiniões sobre o tema. Em princípio, e sujeito a inormações mais detalhadas, acho que, como o Brasil ocupa uma grande fatia do mercado internacional, os efeito do câmbio nos preços de café são menores do que se propala normamalmente. De qualquer forma, vou fundamentar melhor essa argumentação.
Atenciosamente,

JOSÉ LUIS RUFINO
JOSE ALFREDO SALGADO JUNIOR

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 08/04/2011

Parabéns aos autores. Excelente artigo.
RODRIGO ESTEVES

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 08/04/2011

Aos autores do artigo e aos pessimistas de plantao
Achei muito interessante,bastante explicativo e objetivo no que tange aos fatores determinantes do preçodo produto.É claro que ,como foi lembrado no artigo ,a analise é um exercicio e como tal deve ser entendido,NAO existe bola de cristal viu gente....e outra coisa:sempre haverao periodos de crise em qualquer atividade economica,o importante é estar preparado para elas com boa administraçao e nao ficar procurando culpados...bola pra frente e xô pessimistas!!!!!! um abraço
CARLOS EDUARDO DE ANDRADE

VIÇOSA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 08/04/2011

Parabéns meu colega Rufino. Foi muito oportuno as suas colocações.Os produtores de café devem ter os pés no chão e não fazerem besteiras com os lucros auferidos e os lucros que terão em algumas safras futuras. Penso que a permanescer o atual cenário econômico e social os preços não irão despencar a níveis tão baixos tal qual a anos de autrora, pois nas regiões de montanha não se tem mais mão-de-obra para colher os cafés e nas regiões de topografia plana as demais culturas competidoras por terra boa para cultivos de novos cafezais, estão também com preços atrativos.em sendo assim não acredito em uma grande espansão de área com novos cafezais e sim uma melhora da tecnologia de produção nos cafezais existentes.
Se os preços irão até 2012, 2013... 2016 não importa...! O importantísssimo desse artigo foi chamar a atenção dos cafeicultores para eles terem em mente a oscilação do preço no mercado e que na atualidade os fundos de pensão manipulam os preços das mercadorias ao bel prazer sem tomar conhecimento dos fundamentos de oferta e demanda.
Já escrevi aqui neste site que normalmente os cafeicultores perdem dinheiro é no período de preços altos. Uma gama de vendedores de todas os produtos e bens de consumo, durráveis ou não, irão visitar e assediar os cafeicultores e tentarão de toda sorte tomar o dinheiro deles.
CYRO TAKIUTE

MARÍLIA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 07/04/2011

Caro Rufino:

Sou formado em Economia pela FEA-USP e em assim sendo, o seu artigo é esclarecedor e provoca reflexões nos produtores de café . Parabéns pelo artigo!
Sou da opinião que deve-se levar em conta que os estoques mundiais estão baixos e o consumo do café está aumentando. Por este motivo, o futuro é alvissareiro. Mas devemos levar em consideração que os fundos exercem uma função importante no presente ,visto que distorcem significativamente as cotações do produto. Ou seja, mesmo num cenário de escassez os preços caem e num cenário de oferta abundante os preços sobem. Qualquer previsão do preço do café no futuro é pura especulação!
Há outras variáveis envolvidas na questão como o comportamento do câmbio e os preços muito defasados num passado recente. Ou seja, a recuperação dos preços do café somente vém reajustar a defasagem do preço do produto no tempo.

Estas são as minhas considerações finais. Cyro Takiute
JOSÉ LUIS DOS SANTOS RUFINO

VIÇOSA - MINAS GERAIS

EM 07/04/2011

Meu Amigo Celso Vegro,

Fiz planos de ir à FENICAFÉ, entre outras razões, para ouvir sua palestra e, se a sorte me bafejasse, uma conversa mais próxima para ver como andam as coisa nesse grande mundo do café. Em função da exiguidade do prazo para elaborar um projeto de extensão cafeeira para as Matas de Minas, tive que ficar por por aqui. Outras oportunidades virão. Espero que breve. Pela mesma razão, não ouvi sua palestra pelo Peabirus. Apreciaria muito tomar conhecimento dela, se possível, por e-mai ou publicada.
Para escrever nosso artigo, os dois co-autores levantaram grande número de informações e muitas delas não puderam ser utilizadas. Nossa grande desafio foi o poder de síntese, ou seja, como ousar, no espaço exíguo de um artigo para mídia eletrônica, fazer uma análise das perpectivas do preço de café. Lembra que o Dr. Delfin Neto, uma inteligência muito superior a minha, gastou uma Tese de Doutorado para analisar as séries histórica do preço de café.
Você tem razão quando tenta fazer uma análide de um tipo especifico de café. Nesse caso, ela pode levar a conclusões diferentes sobre a duração do pico de preços. Nós estamos conscientes de que uma limitação do nosso artigo foi tratar os cafés de maneira não diferenciada. Distingui-los, pelo menos, em robusta e arábica pode ser um grande avanço no detalhamento análitico. Se além disso, pudermos distinguir diferentes tipo de arábica, seria ótimo.
Um grande abraço.
José Luis Rufino




JOSÉ LUIS DOS SANTOS RUFINO

VIÇOSA - MINAS GERAIS

EM 07/04/2011

Caro Arnaldo Reis Caldeira Junior,

Nunca é muito fácil quando se trabalha com dedicação e seriedade. Contudo, como isso não é o que interessa, vamos ao caso.
Em primeiro lugar, quero afirmar que nós não temos nenhum interesse em provar que a nossa previsão está correta e que o mundo se desenvolverá segundo os nossos desígnios. Nosso objetivo maior, discutido exaustivamente com os co-autores, era exercitar, com dados objetivos que entendiamos importantes e eram de nosso domínio, uma maneira de traçar um cenário futuro para o preço do café. Estamos conscientes dos riscos e incertezas que tal temeridade comporta.
Partimos do princípio de que todos os agentes da cadeia produtiva do café, para balizarem sua decisões de hoje e planejarem as de amanhã, precisam, e o fazem de uma maneira ou de outra, de imaginar o que lhes reserva o futuro. O roteiro no nosso artigo tenta fazer exatamente isso olhando o passado, observando o presente e, na medida do possivel, fazendo uma apreciação das perspectivas futuras. Para tal, nós selecionamos algumas variáveis que entendiamos importantes e que poderiam ser mensuradas.
Na conclusão do nosso artigo, alertamos que esse não era o único conjunto de variáveis que poderiam ser considerado e acrescentamos que cada um, ao fazer o seu próprio desenho do futuro, poderia utilizar outra varíaves que entedessem importantes. Sendo assim, se você, ao desenhar o cenário da cafeicultura, acha relevante considerar que o setor está endividado e que as mudas dos viveiristas vão ficar encalhadas, pode fazê-lo.
Portanto, não considerar no nosso modelo as varíaveis que você acha importante, não é "uma falha terrível" de nossa análise é, tão somente, uma opção analítica diferente daquilo que você entende como desejável. Claro que esse direito você não pode nos negar, mesmo que contrariado nas suas convicções.
Um abraço.
José Luis Rufino
JOSÉ LUIS DOS SANTOS RUFINO

VIÇOSA - MINAS GERAIS

EM 07/04/2011

Caros:
Ari de Oliveira Filho
Leandro Nonato Maia
João Batista Pavesi Simão
Emerson Bronzon

Obrigado pela palavras amáveis de apoio às nossas reflexões. Eu e meus jovens co-autores ficamos contentes com a reação de vocês. Certamente, isso será um estímulo para que nós, principalmente eles, continuem trabalhando com dedicação e seriedade.
Atenciosamente,
José Luis Rufino
CELSO LUIS RODRIGUES VEGRO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 06/04/2011

Grande Rufino
No curto prazo estou totalmente de acordo consigo. Também concordo que prescutar o futuro é das coisas mais temerárias que um analista de mercado pode se aventurar. Minha abordagem é algo diferente da sua e creio que me permite ser um pouco mais ousado prevendo um futuro mais veludo para as cotações do café de qualidade brasileiro. Penso que 2014/15 e próximas podem oferecer preços favoráveis aos cafeicultores.
Será que você conseguiu acompanhar minha apresentação na FENICAFE via peabirus. Nela explorei minhas hipóteses em que apesar de mais tenso o mercado terá patamar de flutuação mais elevado.
Será que estarei exageradamente otimista.
Abçs ao amigo
Celso Vegro
EMERSON BRONZON

ITAMARAJU - BAHIA - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 06/04/2011

Exelente...

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do CaféPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

CaféPoint Logo MilkPoint Ventures