ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

A Prorrogação do Cadastro Ambiental Rural (CAR)

ESPAÇO ABERTO

EM 23/04/2015

4 MIN DE LEITURA

12
0
*Por Ana Paula Mello – coordenadora da Assessoria de Meio Ambiente da FAEMG

Foto: Rafael Motta/ FAEMG
Foto: Rafael Motta/ FAEMG


Muito tem se especulado quanto à prorrogação ou não do prazo do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que teve sua implementação em 06 de maio de 2014, com vencimento em um ano e previsão legal de prorrogação por mais um ano, pelo poder executivo federal.

A Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou em coletiva em Londrina, no último dia 17, que o prazo não será prorrogado, alegando que os recursos transferidos aos estados, os treinamentos feitos por mais de 40 mil pessoas e o fato de o CAR ser offline, não justificariam prorrogação. Completou dizendo que apenas 35% dos estabelecimentos rurais no Brasil estão cadastrados. Disse, ainda, que o governo fez seu dever de casa, e faltaria à população fazer o seu. Enalteceu as regiões “campeãs” do cadastro, como Mato Grosso, com mais de 80% das propriedades cadastradas, e Pará, também com alto percentual já feito.

Entretanto, os estados “campeões” não representam um número tão exorbitante de estabelecimentos agropecuários: 222.029 no total, no Pará, e 112.987 no total, no Mato Grosso, segundo o ultimo Censo Agropecuário do IBGE, de 2006. Vale lembrar que esses estados já haviam aderido a um programa com um cadastro ambiental rural próprio, há mais de cinco anos, e puderam aproveitar os cadastros já feitos no âmbito desse programa para o CAR. E até hoje não chegaram aos 100%, ou seja, os campeões, nada têm de diferente dos demais.

Dito isso, vejamos os números das cinco unidades federativas campeãs, de forma agrupada, a saber: Distrito Federal, Mato Grosso, Pará, Amazonas e Rondônia. Os cinco representam juntos 46% da área total do Brasil, mas em número de estabelecimentos agropecuários, são apenas 9,4%, ou seja, 492.833 propriedades.

Apenas Minas Gerais possui número superior, com 551.621 estabelecimentos agropecuários. Mantendo a mesma metodologia de análise agrupada, Bahia, Minas Gerais e Rio Grande do Sul possuem, juntos, 17% da área do Brasil. No entanto, em número de estabelecimentos agropecuários, esse número vai para 33,5% do total de propriedades rurais no Brasil, ou seja, 1.754.651 apenas nesses três estados. 256% a mais que os “campeões”.

Agora, com foco em Minas Gerais, sabe-se que o número oficial até o início de abril era de 85 mil cadastros finalizados. Um número significativo, mas que, diante da grande quantidade de estabelecimentos agropecuários no estado, faz com que restem ainda 85% a serem feitos.

Muitas ainda são as dúvidas de produtores rurais, de consultores ambientais e técnicos que lidam com o CAR. Em Minas Gerais, no entanto, além das dúvidas, há ainda uma quantidade exorbitante de queixas quanto ao funcionamento do sistema mineiro, em plataforma própria, online. Já tendo passado por alguns períodos sem a sincronização com o sistema federal para obtenção do recibo do CAR, mais uma vez os mineiros estão aguardando solução, há mais de 15 dias, para o mesmo problema: a não sincronização. Disso decorre que propriedades não podem ser vendidas ou transferidas, por não aceitação dos cartórios. Empreendimentos fogem de Minas Gerais quando podem e, quando não podem, como no caso dos produtores rurais, amargam a espera por uma solução que não vem porque não é priorizada.

Além disso, o CAR mineiro é totalmente online, em suas sete fases, e vem encontrando problemas cotidianamente, com o sistema fora do ar, queda por excesso de conexões simultâneas, falta de estrutura física para abrigar e permitir tamanho trânsito de dados, e falta de dinheiro para fazer aquisições e modificações que tragam algum alívio. Tamanho é o problema que, muitas vezes, o sistema mineiro não permite gravação nem mesmo do perímetro do imóvel a ser cadastrado. Outras vezes aponta, na tabela de cálculos, números inconsistentes, diferindo inclusive do recibo nacional.

O Sistema Faemg, através de ações de cursos, palestras, treinamentos e parcerias com empresas, tem sido a maior alavanca de cadastros em Minas Gerais, em parceria com o órgão ambiental, que é responsável pelo CAR. Já tivemos uma sinalização de que em breve – ainda não se sabe quando – teremos uma plataforma offline, que não deve resolver todos os problemas, mas certamente agilizará os cadastramentos.

Ou seja, quando a Ministra diz que o governo fez seu dever de casa, e falta a população fazer o seu, a afirmação não pode valer para Minas, onde o sistema gera mais reclamações do que dúvidas (e as dúvidas são inúmeras), não atendendo a contento os produtores rurais, que querem cumprir a lei e simplesmente não conseguem.

Técnicos do governo federal falam de uma possível prorrogação apenas para agricultores familiares e quilombolas, o que não faz o menor sentido em Minas Gerais, onde o não funcionamento do sistema ocorre para todos os tipos de produtores, indistintamente e sem preconceitos. Além disso, diz-se que dia 05 de maio é o último dia em que é possível efetuar cadastros, mas a publicação federal do início do prazo só foi feita no dia 06 de maio, e Minas Gerais sequer conseguiu colocar seu sistema no ar nesta data.

Portanto, o que os produtores de Minas Gerais desejam é cumprir a lei, e para isso precisam não apenas da prorrogação do prazo, mas de um sistema que funcione efetivamente e sem maiores problemas. É o dever de casa que falta ser feito.
 

12

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe CaféPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

ANDERSON DE S. ALMEIDA

VOLTA REDONDA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/04/2015

"possível prorrogação APENAS para agricultores familiares (MST e outros) e quilombolas" Isso é o PT!
LEONALDO VILELA LIMA

RIO VERDE - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/04/2015

O car e um importante instrumento de verificação da legalidade das propriedades e de como elas funcionam, o governo a meu ver tem interece pois apartir do cadastramento ambiental podera usar instrumentos de fiscalização com maior eficiencia, produtor rural na sua grande maioria é transparente e nada tem a esconder, mas me preocupa a forma como esta sendo feito o car, o car pode ser feito por informações que são de responsabilidade do produtor, muitos pequenos e mesmo medios e grandes só poderam informar a os orgãos ambientais informações provenientes de suas escrituras via certidão emitidas pelo cartorio, muitas dessas sertidões ou a grande maioria tras informações pelos padrões antigos de unidades de medidas angolos, azimutes e rumos. O gel a meu ver deveria ser feito antes do cadastramento ambiental, e com regras devidas para um aperfeisoamento e modernalização do controle dos titulos de propriedade, o governo querendo apresar as coisas pode cometer erros graves que acaretara em mais burrocracia e gastos para a correção de erros, vejo que todos devemos fazer o CAR mas de forma correta sem erros a informação licita e o mais detalhada posivel traria ao governo tomadas de descisões com justiça e de forma licita, da forma como esta sendo feito temo por ilicitudes e talvez mais uma vez teremos o brazil em paginas de jornais, tendo que ser feito a CPI  do CAR, por irregularidades e erros de informação e corrupção por parte daqueles que detem o poder, espero estar errado, mas vejo com caltela e acho que não dá tempo até cinco de maio e insuficiente o tempo. Pagar multa por não conseguir fazer o correto e injusto para aquele que mesmo querendo fazer o certo por pressão e medo de fazer errado acabara por fazer e pagara pelo erro que não e dele, governo seje prudente o sistema e falho não abre pra todos e quem tá se responsabilizando em fazer não pode cometer erros ou a união pagara carro por mais uma descisão prescipitada. obrigado e apenas minha opinião ! Fazer o certo para não ter que fazer de novo. E assim que penso deve ser feito.
WILLEM GUILHERME DE ARAÚJO

GUAXUPÉ - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 25/04/2015

Isto que dá colocar demagogos na gestão de órgãos importantes como o MMA. A ministra como outros ecologistas não vivem a realidade e se prestam a falar besteiras. Quanto o sistema mineiro já tinha nascido morto. Agora vai sobrar para os agricultores familiares pagarem a conta da incompetência da Semad em MG. E eles foram avisados que não ia funcionar. Fizeram treinamentos somente em dezembro pra se eximir de qualquer culpa.
ANA PAULA MELLO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS

EM 24/04/2015

É isso aí, uma ferramenta como o CAR devia ter entrado como teste, por pelo menos 1 ano, antes de começar a contar qualquer prazo, para que fossem feitos um número mínimo de capacitações, feedbacks e ajustes... Mas a lei tem que ser cumprida, daí a correria e início sem testes amplos pelo público de fato do CAR. Agora, resta fazer os ajustes e melhorias para permitir que o produtor rural atenda à lei. As questões são técnicas, políticas, financeiras e jurídicas. A prorrogação, por exemplo, é prevista em lei por mais um ano, e não por até um ano. E tem gente especulando com isso, e quem fica confuso e prejudicado é o produtor rural...  Nesse ritmo, teríamos que intensificar os cadastros em Minas em cerca de 6x para finalizar os cadastros em um provável segundo ano. Que venha o final do prazo, e com ele, a publicação do poder executivo federal para trazer clareza ao produtor (pois tranquilidade não seria a palavra correta...)
GUSTAVO NEHEMY FARIA

GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 24/04/2015

E Minas Greais quem te conhece, não quer voltat mais.
CELSO DE ALMEIDA GAUDENCIO

LONDRINA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/04/2015

O código florestal não possui respaldo agronômico, não se fundamentou nos sistemas rurais de produção, nos Domínios Ecológicos Brasileiros, na Classificação e Aptidão dos Solos Brasileiros, não soube diferenciar um curso de água de 40 cm de largura de curso de água de 10 m de largura para definir APP. Então toda dúvida técnica deve ser sanado por Engenheiro Florestal. No caso do Artigo Primeiro Parágrafo Único deve consultar Advogado, para evitar que esse artigo invalide todos os demais, por detalhe da propriedade não atender a chamada sustentabilidade de diferentes interpretações
DELVO FREIRE

BOA ESPERANÇA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 24/04/2015

Aproveito para compartilhar com os demais colegas da produção CAFEEIRA; SOBRE A OBTENÇÃO DO CAR - PROFISSIONAIS ESTÃO TRABALHANDO A MAIS DE UM MÊS E CONTINUAM COM PROBLEMAS PARA ESTE CADASTRAMENTO DE MINHA PROPRIEDADE
CÁSSIA TEIXEIRA FRANCO

MACHADO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 24/04/2015

Sem falar nas imagens do sistema que são péssimas....
JOSÉ HESS

CURITIBA - PARANÁ

EM 24/04/2015

Concordo plenamente com a opinião da colega da FAEMG, aqui no Paraná temos 523.000 propriedades, segundo o órgão ambiental do estado até a presente data ainda não chegou à 12% dos imóveis cadastrados, mas significa 62.760 propriedades, ou seja mais da metade do estado campeão de Mato Grosso, além do que nosso cadastro (Sisleg), não foi aceito com base do CAR.

A FAEP já instruiu mais de 1.200 agricultores e parceiros no estado mas o tempo e a desinformação ainda paira sobre os cadastrantes.   
LUIS HENRIQUE ALBINATI

SÃO GONÇALO DO SAPUCAÍ - MINAS GERAIS

EM 24/04/2015

Ana Paula Mello foi muito feliz e objetiva nos seus comentarios, sendo que o sistema para registro do CAR em MG é pessimo , pela qualidade do software, plataforma e suporte tecnico , alem das diversas duvidas do proprio cadastro. Realmente o dever de casa do governo Federal e da secretaria de Meio Ambiente de MG não foram feitos. Caberá o ônus dessa incompetencia explicita aos produtores rurais?
THALES F. CONSENTINE

SÃO JOÃO DA BOA VISTA - SÃO PAULO - TRADER

EM 24/04/2015

Números do governo não podem ser levados tão a sério. Tenho uma propriedade no MT e a mais de 2 anos aguardo a liberação de minha CAR para duas áreas.
CARLOS EDUARDO COSTA MARIA

ANHEMBI - SÃO PAULO - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 24/04/2015

Artigo muito esclarecedor e que reflete o que realmente está acontecendo.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do CaféPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

CaféPoint Logo MilkPoint Ventures