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Juan Valdez em crise

POR LUIZ GONZAGA DE CASTRO JUNIOR

E EDUARDO CESAR SILVA

ESPAÇO ABERTO

EM 18/03/2013

4 MIN DE LEITURA

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"A grama do vizinho sempre é mais verde" - Ditado popular

Colômbia é sinônimo de café. Além disso, é um verdadeiro caso de sucesso no marketing agrícola, graças a um trabalho contínuo de promoção que teve início décadas atrás e apresentou ao mundo o já lendário Juan Valdez. O sr. Valdez se tornou um ícone mundial. Já fez participação especial em filme de Hollywood e tem sua própria rede de cafeterias.

No Brasil, é também sinônimo de cafeicultura bem sucedida, onde os cafeicultores recebem preços bons pelo seu produto, graças aos elevados ágios na cotação de Nova York. O que se percebe, de modo geral, é que existe um sentimento de admiração pela cafeicultura colombiana em nosso país. Às vezes os sentimentos não são tão nobres, é verdade, e isso ocorre devido a percepção de que no Brasil as coisas poderiam ser melhores, poderiam ser como na Colômbia¹.

A recente greve dos cafeicultores colombianos expôs uma realidade diferente. Cafeicultores em dificuldade no atual cenário de cotações deprimidas e revoltados contra a inércia do governo local. Diante da enorme manifestação, as autoridades aprovaram um aumento no subsídio pago aos cafeicultores, mas pela primeira vez um líder da Federacafé renunciou².

Embora as baixas cotações do café arábica sejam uma dura realidade enfrentada por todos os países produtores, uma análise mais detalhada evidencia que os problemas colombianos são mais antigos e profundos.

Nos últimos anos, a queda na safra colhida pelo país chamou a atenção. Mas os dados mostram uma tendência de redução nos volumes produzidos pela Colômbia desde a década de 1990. A conclusão mais simples para isso, de acordo com a economia, é que a cafeicultura é menos rentável que outras atividades, sendo gradativamente substituída. O gráfico apresenta a série histórica de produção anual de café colombiano.

Gráfico 1 – Evolução da produção colombiana de café. Fonte: Elaborado pelos autores a partir de dados do United States Departamento of Agriculture (USDA).



Mas como explicar essa redução na safra se o café colombiano é cotado com prêmios significativos na bolsa de Nova York? A resposta foi oferecida por Vegro (2009)3. Segundo o pesquisador, as cotações da bolsa são apenas isso: cotações. Não representam necessariamente o que é pago ao produtor. A partir de dados da OIC, calcula-se que, em 2012, as cotações do café colombiano na ICE foram 34,5% superiores ao preço 'pago ao produtor'.

O diferencial de preços entre o café brasileiro e o colombiano em NY é fonte de constante indignação por parte dos cafeicultores nacionais. Mas a injustiça não é tão grande. Primeiramente, é preciso lembrar que nossos hermanos produzem café despolpado, enquanto nós produzimos, majoritariamente, café natural. Para o mercado internacional, o primeiro vale mais que o segundo.

Indo um pouco mais longe nessa questão, foi calculada a diferença entre os preços pagos, efetivamente, ao cafeicultor colombiano e brasileiro. Em seguida, calculou-se o diferencial das cotações de Nova York para os dois tipos de café. O resultado é interessante. Mostra que o diferencial entre os grãos dos dois países realmente existe, mas o valor verdadeiramente auferido pelo cafeicultor colombiano é bem menor do que se supõe tipicamente. O Gráfico 2 ilustra a questão.

Gráfico 2 – Comparação do diferencial entre café colombiano e brasileiro em duas realidades distintas: preços pagos ao cafeicultor e cotação na bolsa. Fonte: Elaborado pelos autores a partir de dados da Organização Internacional do Café (OIC).



Como se pode observar, em 6 dos 13 anos analisados o cafeicultor colombiano recebeu menos de 10 dólares a mais por saca de 60 kg, em comparação com os cafeicultores nacionais. Em apenas 2 anos o diferencial foi superior a 30 dólares. Considerando que a produtividade média do país nunca foi maior do que 17 sacas/ha e que a grande maioria dos cafeicultores possui 5 ha ou menos de lavoura, é difícil imaginar boas perspectivas de rentabilidade.

Embora receba menos por saca, o cafeicultor brasileiro é mais produtivo e possui uma escala de produção maior (lavouras maiores). Essas características precisam ser levadas em consideração.

Para se ter uma real dimensão das diferenças entre Brasil e Colômbia, seria necessário considerar outros fatores como inflação, salário mínimo e custos de produção, o que poderá ser feito em artigo futuro. No entanto, fica evidente que nem tudo são flores na Colômbia. A partir disso, pode-se até mesmo questionar o sucesso do seu marketing, já que o pequeno cafeicultor do país parece não ter se beneficiado tanto do sucesso do sr. Valdez.

Considerações finais

Os dados aqui apresentados evidenciam que a cafeicultura brasileira de arábica é competitiva frente a cafeicultura colombiana. Uma análise comparando os demais produtores dessa espécie provavelmente evidenciará que o Brasil é muito competitivo no segmento4.

No entanto, as preocupações de todos os produtores arábica do mundo repousam sobre o robusta. O estreitamento dos diferenciais nas cotações e o seu uso cada vez maior pela indústria causam preocupação. Uma análise sobre o tema será apresentada em nosso próximo artigo, avaliando questões como a competitividade do robusta e do conilon e novos fatores tecnológicos que tem favorecido o uso cada vez maior dessas variedades nos blends.

¹ Inúmeras notícias, artigos e reportagens televisivas evidenciam que, no Brasil, existe esse sentimento de que a cafeicultura colombiana é melhor.

² Greve de cafeicultores da Colômbia gera primeira renúncia da Federacafé. Disponível em < https://www.cafepoint.com.br/cadeia-produtiva/internacionais/greve-de-cafeicultores-da-colombia-gera-primeira-renuncia-da-federacafe-82911n.aspx > Acesso em 14 mar. 2013.

³ VEGRO, C. L. R. Arquitetos do quebra-galho. Disponível em <
https://www.cafepoint.com.br/mercado/relatorios-mensais/arquitetos-do-quebragalho-55870n.aspx > Acesso em 14 mar. 2013.

4 Como exemplo, podemos citar uma estatística simples: Entre 1990 e 2012, a produção mundial de café arábica teve um incremento de 16,7 milhões de sacas. Somente o Brasil foi responsável por 13,7 milhões, ou 82% do crescimento no período. Esse é um claro indicador de competitividade.

Esta matéria é de uso exclusivo do CaféPoint, não sendo permitida a cópia e réplica de seu conteúdo sem prévia autorização do portal e dos autores do artigo.

LUIZ GONZAGA DE CASTRO JUNIOR

Doutor em Economia Aplicada pela ESALQ/USP e professor associado da Universidade Federal de Lavras. Coordenador do Centro de Inteligência em Mercados (CIM).

EDUARDO CESAR SILVA

Coordenador do Bureau de Inteligência Competitiva do Café.

Doutorando em administração pela Universidade Federal de Lavras e mestre em administração pela mesma instituição.

É tecnólogo em cafeicultura pelo IF Sul de Minas - Campus Muzambinho.

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EDUARDO CESAR SILVA

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 30/03/2013

Caro José Robson,



Ficamos felizes em ter lançado um pouco de luz sobre o assunto. Gratos pelo comentário.



Abraços.
EDUARDO CESAR SILVA

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 27/03/2013

Prezado Marcos Teixeira,



Esse é um de nossos objetivos. Agradecemos o comentário.



Abraços.
EDUARDO CESAR SILVA

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 27/03/2013

Caro Eudair Martins,



Nossa análise ajuda a entender as diferenças entre as duas cafeiculturas, mas ainda não está completa. Faltam algumas variáveis para termos um quadro mais próximo da realidade. Outros artigos sobre o tema já estão sendo considerados.



Agradecemos o comentário.



Abraços.
EDUARDO CESAR SILVA

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 27/03/2013

Prezado Roberto,



No mundo, o nome "robusta" é utilizado como sinônimo para Coffea canephora. No entanto, conilon e robusta são variedades da espécie canephora.



No texto utilizamos os dois nomes em alusão ao Coffea canephora, apenas para fazer distinção entre a cafeicultura nacional e internacional dessa espécie.



Gratos pelo comentário.



Abraços.
JOSE ROBSON VESCOVI RAMOS

FUNDÃO - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 25/03/2013

Muito interessantes estes graficos, ate então eu não tinha entendimento das diferenças de produção de cafe entre Brasil e Cololombia. Parabens pelo artigo.
MARCOS ANTONIO DOS REIS TEIXEIRA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE CAFÉ

EM 25/03/2013

Caros,

parabéns pelo artigo, desmistificar o senso comum é de salutar importância.
EUDAIR FRANCISCO MARTINS

BAURU - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 22/03/2013

Excelente o artigo sobre a cafeicultura colombiana e o  comparativo com a brasileira.



O gráfico mostra que em 1990 a Colombia produzia 18 milhões de sacas e dez anos depois apenas 9 milhões de sacas, isto evidencia a falta de competitividade de qualquer atividade agropecuária em pequena escala, onde não sem consegue otimizar os fatores de produção. Se nos 12 anos apresentados a evolução da produção de arábica foi de 16,7 milhões de sacas, onde a produção brasileira contribue com 82% deste incremento fica evidente que as condições brasileiras de produção são melhores, com escala mais favoravel, mecanização da colheita que vem crescendo, etc. Faz-se necessário uma comparação entre preços recebidos em dólares pelos 2 paises nos ultimos 10 anos, para podermos analisar com mais propriedade, bem como o salario minimo nos 2 paises e seus custos de produção.



Parabéns pelo artigo.
ROBERTO WAGNER TRAVENÇOLO

CACOAL - RONDÔNIA

EM 22/03/2013

Parabéns pelo artigo.



Não entendi quando, no texto, o autor diz: .... avaliando questões como a competitividade DO ROBUSTA E DO CONILON e novos fatores tecnológicos que tem favorecido o uso cada vez maior dessas variedades nos blends.



TIPOS DE CAFÉ: ARÁBICA E ROBUSTA.



Planta exótica que pertence à familia das Rubiáceas, do gênero Coffea, que engloba diversas espécies (cerca de 60), das quais apenas duas são cultivadas e comercializadas: a Coffea Arabica e Coffea Canephora, conhecido como Robusta (no Brasil, Conilon).





Abraço.
EDUARDO CESAR SILVA

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 21/03/2013

Caro Celso,



É muito bom contar com a sua contribuição, agradecemos o comentário.

Sua hipótese é realmente interessante e merece ser investigada.



Sua observação me lembrou uma entrevista de um grande investidor, Jim Rogers, à Forbes. De acordo com ele, a tendência é que os preços agrícolas disparem no futuro por causa da falta de agricultores. Ele cita que tanto na Austrália quanto nos EUA a idade média dos fazendeiros é de 58 anos.



Além disso, alguns estudos mostram correlação negativa entre idade dos produtores rurais e adoção de novas tecnologias.



O tema vale um artigo.



Abraços.
CELSO LUIS RODRIGUES VEGRO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 20/03/2013

Prezados Luis Gonzaga e Eduardo Cesar



Essa confrontação entre sistemas de produção e formação dos preços entre a cafeicultura colombiana e brasileira foi muito oportuna. Como você mencionou esse assunto já me incomodou e pude perceber que lá nem tudo são flores.



Tenho a impressão que um dos vetores mais importantes para a queda da produção na Colômbia é o aumento da idade média dos cafeicultores. Se tiver oportunidade investigue esse fenômeno, pois nisso ambos os países possuem convergência.



Grande abraço



Celso Vegro
EDUARDO CESAR SILVA

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 20/03/2013

Caro Artur Queiroz,



Seu comentário é pertinente. Como dissemos ao sr. João Paulo, no comentário anterior, a cafeicultura brasileira possui um grande potencial. Infelizmente falta muito para que ele seja explorado ao máximo, o que nos torna um "gigante adormecido".



Como mudar essa realidade? Pesquisa, extensão, cooperação, organização, reivindicação, política... Não é fácil, mas é preciso tentar.



Agradecemos o comentário.



Abraços.
EDUARDO CESAR SILVA

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 20/03/2013

Prezado João Paulo,



O Brasil possui um enorme potencial. A cafeicultura brasileira já fez muito, mas pode fazer ainda mais: marketing, exportação de café industrializado, estimular o consumo... São muitos pontos que podem, e devem, ser melhorados.



Se conseguíssemos alcançar um nível de "excelência" em toda a cadeia, nossa cafeicultura seria imbatível.



Agradecemos o comentário.



Abraços.
ARTUR QUEIROZ DE SOUSA

CAMBUQUIRA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 19/03/2013

Prezados autores. Parabéns pela maneira como nos coloca o café colombiano quando comparado com os demais cafes. O que realmente mostra que a grama deles não é tão verde assim. Verdade! - Mas e a nossa. Como voces conseguem enxergar um país que é lider em produção mundial de café. É o segundo maior consumidor e no entando seu café não consegue ter sequer algo perto da bolsa de N.Y. Como pode ser isto? Como pode ser lider e ao mesmo tempo ficar a mercê de preços comandado por outros, onde a bolsa de N.Y. nem da papo para cotaçõe de café do Brasil. Realmente estamos sem grama para comparar com a pouco verde da Colombia.
EDUARDO CESAR SILVA

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 19/03/2013

Caro Vitor,



Agradecemos o comentário. É muito gratificante saber que nosso trabalho está sendo aprovado pelos leitores do Cafepoint.



Continue acompanhando nossa coluna, temos muitos temas interessantes pela frente.



Abraços.
EDUARDO CESAR SILVA

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 19/03/2013

Saudações Mauro,



Um dos objetivos do texto foi justamente esse, mostrar que a grama deles não é tão verde.



Obrigado pelo comentário e sucesso nas suas consultorias.



Abraços.
JOÃO PAULO RODRIGUES ARCIPRETE

RIBEIRÃO PRETO - SÃO PAULO

EM 19/03/2013

É uma perspectiva bastante relevante a ser analisada com maior cuidado e reflexão, porém acredito  na colocação que o PH fez, se esta ruim com o marketing, pior sem ele. Levanto aqui uma questão.

Se o  Brasil já é competitivo, não seria ainda mais com um trabalho de branding equity bem feito?



  Parabéns, Eduardo e Gonzaga pelo artigo



Abraços



JP
FRANCISCO MENDES COSTA

ITABUNA - BAHIA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 19/03/2013

Juan Valdez em Crise.



Essa é uma amostra do tratamento dado pelo mercado internacional as comodities agricolas. É um mercado caotico para o produtor, que sempre fica com a menor parte.



Assim como o café, o cacau sofre do mesmo dilema, agora a industria choclateira nacional está importando cacau da Africa, de menor qualidade que a da Bahia, pagando R$ 320,00 a saca, enquanto aqui está pagando entre R$ 220,00 a 240,00. O produtor reclama, faz movimentos contra o metodo das multinacionais, encarece ao governo preço minimo, mas pouco muda o comportamento do mercado. A única compensação realizada pelo produtor é aumentar a area de produção, se dirigindo a que Chayanov denominou de "racionalidade não capitalista". E é isso o que o produtor de commodity está praticando no Brasil: irracionalidade capitalista.

Parabens pelo artigo.
VITOR P. GABIRA

SÃO PAULO - SÃO PAULO

EM 19/03/2013

Luiz Gonzaça e Eduardo



Adorei o artigo!



Parabéns pelo conteúdo e por compartilhar.



Acompanho sempre seus comentários!



Abraços
ARLINDO DUARTE

VIAMÃO - RIO GRANDE DO SUL

EM 19/03/2013

Produzir hoje esta muito complicado, os fatores de produção, se levar tudo em conta, muito produtor esta levando na raça, no lucro muito pouco, mas vamos levando vai ser sempre assim um ano bom outro mais ou menos e assim vai



um abraço p/ quem produz neste mundo
EDUARDO CESAR SILVA

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 19/03/2013

Prezado Leandro,



É sempre bom receber um feedback positivo. Agradecemos o comentário.



Abraços.

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