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Projeto Educampo Café: gestão técnica e econômica visando o diferencial para o produtor

POR RODRIGO JOSÉ MUNIZ

ESPAÇO ABERTO

EM 13/12/2012

2 MIN DE LEITURA

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Em Agosto 2011, teve início mais um grupo Educampo Café, em parceria com a Cooxupé (Cooperativa dos Produtores Rurais em Guaxupé), atendendo 19 fazendas que somam 1100 hectares em café localizados nos municípios de Cabo Verde, Botelhos e Poços de Caldas.

Por ser uma região de montanha de elevadas altitudes, o local contribui para produção de cafés de alta qualidade. Em contrapartida, como poucas áreas são mecanizáveis e todos os tratos culturais que a lavoura exige, inclusive a colheita, são altamente dependentes de mão de obra, acarreta-se em custos altos de produção, comparativamente com outras regiões cafeicultoras do país.

Durante o período de colheita, pela falta de mão de obra, há migração de trabalhadores de outros estados do país para esta região, encarecendo ainda mais o custo da saca produzida. Isto porque, além de ser colheita manual (onerosa), a chegada dos trabalhadores ao cafeicultor e a mantença destes trabalhadores durante a safra é de total responsabilidade do proprietário, a exemplo de: transporte adequado, moradias, E.P.I (equipamento de proteção individual), alimentação e infra estrutura nas lavouras (banheiros, refeitórios) exigido pela legislação em vigor.

Analisando os Indicadores Técnicos e Econômicos que o programa do SEBRAE-MG gera, nota-se que, mesmo com uma produtividade alta de 35 sacas de café beneficiado por hectare, os produtores deste grupo obtiveram um custo médio de desembolso elevado de R$ 272,00 por saca ou R$ 9.520,00 por Hectare (Safra 2011/2012). Este desembolso é todo o custo variável necessário para produção do ano (Administração, Gestão, Assistência, Adubação Solo e Folha, Controle de Pragas e Doenças, Controle de Daninhas, Colheita, Pós Colheita, Podas, Tratos Culturais, Comercialização).

Somente a atividade de Colheita corresponde por 45,7% do desembolso, ou seja, R$ 124,22/Saca ou R$ 4347,78/Hectare. Quando somamos ao desembolso os Custos Fixos para produção (Depreciação + Mão de Obra Familiar + Custo de Oportunidade de 6% ao ano) o custo total é de R$ 360,50/Saca ou R$ 12.572,62 / Hectare.

Algumas das fazendas são certificadas e a maioria produz cafés despolpados e descascados - adquirindo o bom preço médio comercializado até o momento de R$ 415,70/saca. Se considerarmos apenas o desembolso, poderíamos dizer que o produtor teve uma boa margem. Por outro lado, considerando o custo total e o preço padrão pago hoje de R$ 330,00, a atividade na região tem margem muito estreita e fica muito difícil de ser bem remunerada.

No entanto, de posse dos dados gerados pelo Projeto Educampo Café, a realidade tem sido outra, pois a possibilidade da análise técnico econômica, de talhão a talhão dentro de cada fazenda, facilita a tomada de decisão pelos produtores participantes, criando melhores condições de lucro.

Hoje o Sebrae, por meio do Projeto Educampo Café, atua em mais de 500 propriedades produtoras de café em Minas Gerais. Neste grupo específico, o objetivo é a diminuição do custo de colheita por saca, manutenção da produtividade nos patamares atuais, além da identificação dos talhões com baixa produção e alto custo, que estão levando a média dos indicadores técnicos e econômicos das fazendas para baixo. Com isso, identificar a melhor solução caso a caso.

RODRIGO JOSÉ MUNIZ

Eng. Agrônomo formado pela Universidade José do Rosário Vellano (UNIFENAS); Pós Graduado no Curso de Especialização em Manejo do Solo pela Universidade de São Paulo (USP); Consultor técnico do Projeto Educampo Café - Expocaccer e Sebrae-MG

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DANIEL PEREIRA CACERES

SÃO SEBASTIÃO DA GRAMA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 17/10/2013

Olá Prezado Rodrigo,



Boa Tarde, Como vai ?



E o projeto Educampo Safra 2012/2013 , como está ;



Já está fechando o balanço da safra ?



Como está a média de custo por há nessa safra. ?



Atenciosamente

Daniel
RODRIGO JOSÉ MUNIZ

CABO VERDE - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 15/12/2012

Prezado Daniel

Com certeza o projeto  Educampo é uma grande iniciativa do Sebra-M.G.  

Concordo plenamente com que disse que temos que nos profissionalizar  ainda mais em produtividade, uma vez que nossa cafeicultura (Sul de Minas) e sua região são tradicionais em produção de cafés de qualidade e também é uma cafeicultura antiga.

Com isso temos muito trabalho a fazer para aumentar a produtividade como: Idade das lavouras que são velhas na maioria das fazendas e com baixo potencial produtivo, adequar aos novos espaçamentos uma vez que temos Stand  de plantas muito baixo por Hectare,  pensar em novas Variedades, rever alguns conceitos de adubação enfim temos muito a fazer. Porém sabemos que renovação de lavoura não é bem simples e nem barato.

Então em cada propriedade temos que encontrar um número em area que seja adequado ao produtor e que não comprometa sua produção e nem seus custos daí sim fazer um bom planejamento de fluxo de caixa e tomarmos atitude quanto a isso.

Segue os valores que você solicitou quanto ao desembolso médio do grupo por hectare.

Administração; R$ 774,5; Educampo R$ 51,8; Gestão Tecnica R$ 30,2 ; Adubação via solo R$ 1918,2;  Adubação via folha 122,5; Controle de pragas e doenças R$ 700,90; Controle de daninhas R$ 399,0; Tratos Culturais R$ 210,00; Colheita R$ 4347,78; Pós colheita R$ 678,8; Comercialização R$ 286,7

Bom lembrar que esses dados são de várias fazendas e que cada uma tem o seu custo, que cada talhão tem seu custo e há todo uma metodologia para nortear nosso trabalho.

Espero ter atendido sua pergunta.

Att;

Rodrigo José Muniz
DANIEL PEREIRA CACERES

SÃO SEBASTIÃO DA GRAMA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 14/12/2012

Olá Prezado Rodrigo,

Parabéns pela artigo e qualidade da informação;

Gostaria que compartilhasse se possível, os coeficientes técnicos dessa região de cafeicultura de montanha, que custou R$ 9.520,00 por Hectare (Safra 2011/2012);

Para que o produtor rural que tem as informações operacionais marcadas consiga comparar perante essas propriedades. Esse programa é uma excelente iniciativa !! A cafeicultura de montanha terá que se profissionalizar em produtividade , qualidade , pois o custo é muito alto!!

Saudações Cafeeiras

Daniel
JERÔNIMO GIACCHETTA

CABO VERDE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 14/12/2012

Os dados apresentados pelo autor de maneira técnica, demonstram mais uma vez a extrema dificuldade de se obter renda na cafeicultura. Nota-se que, ainda que a produtividade seja satisfatória os lucros não seguem na mesma direção. Uma nova forma de se pensar o modelo de precificação de produtos agrícolas deve ser analisada, sobretudo o café, para que no futuro a produtividade seja maior e a rentabilidade seja menor, conforme vem acontecendo há muito tempo. Parabéns pelo artigo.

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