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Custo Equilibrado

POR CARLOS OTÁVIO RIBEIRO CONSTANTINO

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO

EM 21/11/2008

4 MIN DE LEITURA

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Muito se tem comentado recentemente sobre a rentabilidade do café conilon, porém o que se verifica comumente é o desconhecimento da atividade por parte dos produtores/técnicos, em especial de estados onde tradicionalmente se cultiva o café arábica.

Observamos que a rentabilidade da cultura do conilon só é satisfatória quando se tem altas produtividades (a partir de 40 sc/ha), o que poucas propriedades conseguem, na média, alcançar. Assim como acontece às demais culturas, no café conilon o produtor eficiente consegue rentabilidade acima da média dos demais produtores.

Portanto é ilusório acreditar que o conilon é uma cultura "milagrosa" em termos econômicos. Além da produtividade, outro item que merece especial atenção é o custo equilibrado ao sistema de produção, assunto que será tratado neste artigo.

Quando pensamos em custo de produção, a primeira coisa que vem à mente é: como buscar alternativas para a diminuição do mesmo? No entanto, dentro do sistema de produção da cafeicultura, na maioria das vezes, o que ocorre é o aumento do custo total por ha (R$/ha) e a diminuição do custo unitário (R$/saca).

Portanto, o produtor deve buscar em sua atividade o caminho para o custo equilibrado ao seu nível de produtividade, de forma a alcançar o maior lucro por ha (R$/ha) e não o maior lucro por saca (R$/saca) como se almeja comumente.

Analisaremos abaixo a composição do custo de produção numa mesma propriedade acompanhada pelo projeto Educampo no Noroeste Capixaba, permitindo assim que os fatores do custo fixo (depreciação e remuneração do capital) sejam todos idênticos por hectare, bem como o rendimento da mão-de-obra, que é similar nos talhões, associada a diferentes produtividades dos talhões (20, 40 e 60 sc/ha), mostrando como se dividem os itens do custo de produção de cada faixa de produtividade.

Quadro 1. Custo de produção para produtividades de 20 sc/ha, 40 sc/ha e 60 sc/ha na safra 2007/08.

Fonte: Educampo
Clique na imagem para ampliá-la.

Pelo quadro acima podemos observar o seguinte com relação à composição da renda e dos principais itens do custo de produção:

• Renda Bruta: considerando-se o valor de R$ 200,00/sc beneficiada, a renda aumenta na mesma proporção que a produtividade;

• Educampo: o valor por hectare é o mesmo, independentemente da produtividade alcançada. Porém, com o aumento da produtividade ocorre diluição da porcentagem em relação à renda e ao C.O.E;

• Adubação de Solo: o custo aumenta de acordo com o aumento da produtividade, devido à necessidade de melhor nutrição. No entanto, a porcentagem do C.O.E proporcional a este item se encontra relativamente próxima (entre 30 a 40%), o que mostra equilíbrio na evolução do custo;

• Controle de pragas e doenças: assim como a adubação, o custo demandado para proteção das plantas aumenta de acordo com o aumento da produtividade, pois há a necessidade de melhores cuidados fitossanitários. No entanto, a porcentagem do C.O.E se encontra relativamente próxima (de 7 a 8 %), evidenciando novamente equilíbrio na evolução dos custos de produção;

• Controle de plantas daninhas: o valor gasto por hectare permanece relativamente estável. Entretanto, ao avaliamos em termos de porcentagem do C.O.E, o mesmo diminui em função do aumento da produtividade;

• Tratos Culturais: em termos de valores, o mesmo aumenta de acordo com a produtividade, pois ocorre necessidade de maior número de desbrotas. Em particular e quando se avalia a % do C.O.E ocorre pequena diminuição;

• Colheita e pós-colheita: o custo cresce à medida que ocorre aumento da produtividade, no entanto o valor por saca tanto para a colheita com para a pós-colheita não se altera, pois a propriedade é a mesma;

• C.O.E - Custo Operacional Efetivo: em termos de valores por ha, ocorre aumento devido, principalmente, ao maior investimento e também à necessidade de maior custo por hectare, considerando-se dois itens importantes como colheita e pós-colheita. Quando avaliamos a % da renda em relação ao C.T. - Custo Total, o mesmo diminui. Porém, ocorre certo equilíbrio entre as faixas de produtividade;

• C.O.T - Custo Operacional Total e C.T. - Custo Total: como a propriedade é a mesma, os valores de depreciações e remunerações do capital são iguais para todas as produtividades. Porém, como é de se esperar, a porcentagem da renda em relação ao C.T. - Custo Total diminui sensivelmente com o aumento da produtividade, pois ocorre diluição dos custos fixos, se traduzindo em eficiência produtiva e econômica, ou seja, com os mesmos recursos se produz mais café por hectare.

Em suma, verificamos que, para a propriedade analisada, a produtividade de 20 sc/ha permite pequena margem de lucro (0,64 %) quando comparada com 40 sc/ha (27,66%) e com 60 sc/ha (40,8%). Observamos também que o custo encontra-se equilibrado de acordo com o nível de produtividade, não tendo de onde reduzi-lo.

O que procuramos dentro do acompanhamento técnico e gerencial, num primeiro momento, é buscar alternativas técnicas para a elevação da produtividade dos talhões menos produtivos. Num segundo momento, através da análise de custo diferenciado, é possível identificar os talhões menos eficientes e renová-los na expectativa de produtividades satisfatórias.

Enfim, tiramos como conclusões que:

1) Torna-se fundamental o acompanhamento técnico e gerencial visando à manutenção de rentabilidade a longo prazo, tendo em vista que as margens unitárias vêm diminuindo a cada ano;

2) O produtor que não conseguir acompanhar o avanço tecnológico corretamente, fatalmente estará fora da atividade no médio prazo, pois as cotações de mercado atuais não cobrem os custos fixos quando se tem baixas produtividades.

CARLOS OTÁVIO RIBEIRO CONSTANTINO

Engenheiro Agrônomo formado na UENF - Universidade Estadual do Norte Fluminense. Atua como consultor técnico no Projeto Conilon Eficiente COOABRIEL.

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