Por Thais Fernandes

Em edital de convocação a Cooperativa Regional dos Cafeicultores de São Sebastião do Paraíso – MG (Cooparaiso), chama seus cooperados a votar uma autorização para realizar parceria com a Coopercitrus - Cooperativa de Produtores Rurais. A Assembleia Geral está marcada para o próximo dia 21 de agosto, na sede social da Cooperativa, confira aqui os detalhes da convocação.

Dívidas
A busca pela operação decorre da situação financeira da Cooparaiso, que acumula dívidas que chegam a cerca de R$12 milhões de reais, segundo assessoria da entidade. Para tentar reverter a situação, a cooperativa tentou um plano de capitalização. O acordo sugeria que cada cooperado contribuísse com uma saca de café por hectare, que seriam pagas pela Cooperativa dentro de cinco anos, ou seja, até o ano de 2020. “Porém a adesão foi muito pequena e, por isso, a Cooperativa começou uma conversa com a Copercana - Cooperativa dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo - e, posteriormente com a Coopercitrus”, explica a assessoria.

Cooparaiso
Fundada em 23 de Março de 1960, a cooperativa informa em seu site faturamento anual bruto de R$ 436.693.524, ativos totais de R$ 354.399.222 com quadro de associados em 5.970 e 11 unidades (matriz + 10 filiais), a Cooperativa precisa da presença de metade de seus cooperados mais um para votar a proposta.

ATUALIZAÇÃO em 17/08/2015
Após o fechamento da reportagem acima, o diretor e presidente executivo da Coopercitrus, José Vicente da Silva, respondeu, em entrevista ao CaféPoint, sobre a parceria com a Coocafé. Confira, abaixo:

- Quando foi iniciada a negociação?
O termo foi firmado há 20 dias e não tem prazo de duração estipulado, e foi autorizado pelo conselho de administração das duas cooperativas.

-Quais papéis a Coopercitrus deve assumir após a fusão? E o que continua a cargo da Cooparaiso?
Não é fusão. A Cooparaiso e a Coopercitrus fizeram um memorando de intenções com o objetivo de reduzir as despesas da Cooparaiso, contratando funcionários, transferindo despesas com fiel depositário de café, e melhorando a sua receita, através de arrendamento e aluguel de lojas e armazéns, compra de estoques de insumos e máquinas e possível fundo de comércio da revenda de tratores Valtra. Com essas transferências o atendimento aos cooperados ficará por conta da Coopercitrus nos negócios feitos a partir da efetivação do documento.
A operação consiste em arrendar todos os imóveis de uso da Cooparaiso, exceto a matriz, já que ela continuará existindo, colocando em funcionamento através da Coopercitrus os serviços de assistência técnica, prestação de serviços especializados, oficinas, além do fornecimento de máquinas e insumos agrícolas, beneficiamento, armazenagem e comercialização de café, bem como financiamento dessas atividades. Entendemos que os produtores daquela vasta região não podem ficar sem a ajuda de uma cooperativa.

-Qual a previsão de início para a parceria?
O acordo já foi aprovado pelos Conselhos de Administração das duas cooperativas.

-Quais estratégias a Coopercitrus planeja assumir para quitar as dívidas (em torno de R$12 milhões) que a Cooparaiso tem, atualmente?
Vide pergunta 2.

-O que muda, na prática, para os cafeicultores cooperados da Cooparaiso caso a fusão ocorra?
Essa negociação está sendo feita como uma operação de intercooperativismo, ou seja, um acordo inicial para uma possível união no futuro, com o objetivo de não faltar assistência aos cooperados e que a Cooparaiso tenha mais tranquilidade para seu ajuste de contas.
A Coopercitrus já possui unidades de café em suas lojas de Uberlândia, Uberaba, Patrocínio, Araguari e Albertina, em Minas Gerais, e espera, com a possível incorporação, equilibrar as atividades de cana, citros, café, grãos e pecuária, dentro do planejamento estratégico como forma de diminuir riscos e integrar soluções para obter resultados sustentáveis à cooperativa e aos 28.000 cooperados, incluídos os produtores da Cooparaiso.