Da redação

A grave crise política e econômica brasileira levou a mais uma semana com o dólar batendo sucessivas máximas, apontou o Escritório Carvalhaes em seu boletim semanal do último dia 4 de setembro. A exportadora indicou que no mesmo dia a moeda chegou a suplantar os 3,85 reais, seu maior valor frente a o real em 13 anos.

A forte valorização do dólar teria, então, estimulado a especulação baixista no mercado de café em Nova Iorque, com operadores pressionando as cotações na ICE, procurando se apropriar dos ganhos do dólar frente ao real. “Os contratos de café com vencimento em dezembro próximo perderam 540 pontos na semana. A queda só não foi maior porque as preocupações com a quebra da safra brasileira de café 2015 aumentam a cada dia”, informou o Escritório.

Nesta semana, a expectativa é que com o fim das férias de verão no hemisfério norte, os traders internacionais comecem a voltar ao mercado e o interesse comprador deve aumentar, dando mais sustentação aos preços. “O mercado físico brasileiro continuou arrastado e difícil. Muitos cafeicultores permanecem fora do mercado aguardando preços melhores, que reflitam a quebra de nossa safra e o forte aumento do custo de produção. A inflação para os produtores de café está bem acima da inflação oficial”, indiciou o relatório, que ponderou “Mesmo assim saem negócios, porque estamos no final dos trabalhos de colheita e as despesas dos produtores são grandes nesta época. Os compradores encontram muita dificuldade para comprar lotes de café arábica de boa qualidade a finos”.

Peneira abaixo
Segundo o Escritório Carvalhaes, a dificuldade é ainda maior para lotes com boa porcentagem de peneiras 17 e 18. “Esses lotes quando aparecem no mercado são bastante disputados e vendidos com bom ágio”. Nos contratos para entrega em setembro a bolsa de Nova Iorque fechou a sexta-feira (4/9) com baixa de 40 pontos, finalizou o relatório.