O câmbio e a alta internacional nos preços de café já resultam numa reação dos preços internos e estimulam o mercado físico do produto. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a oferta de café ainda é moderada na safra 2008/09, mas a valorização do dólar frente ao Real já impulsiona novos negócios.

Até a semana passada a apreciação da moeda norte-americana estava imprimindo um efeito contrário. Segundo o Escritório Carvalhaes, a alta para níveis não observados desde janeiro, levou fundos especulativos lastreados em commodities a liquidarem posições. Os contratos para entrega em setembro na Bolsa de Nova York registraram quedas sucessivas durante toda a semana, culminando com a baixa de 465 pontos nos contratos de setembro da última sexta-feira.

Mesmo com o efeito positivo do câmbio e a previsão de encerrar o ano como a commodity mais valorizada, o setor produtivo continua insatisfeito. Para Gilson Ximenes, presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), a estimativa da renda agrícola para 2008, elaborada pelo Ministério da Agricultura, não reflete a realidade econômica da cafeicultura brasileira. "Ao avaliarmos a evolução dos preços versus os custos de produção do setor café, verificaremos que a rentabilidade é negativa. Isto é, os custos totais dos produtores superam sua renda, fato que têm levado o setor a operar com prejuízo", afirmou. As informações são do Diário do Comércio e Indústria de São Paulo.