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Reprodução vegetativa do cafeeiro arábica

POR MAURO SCIGLIANI MARTINI

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 01/04/2009

3 MIN DE LEITURA

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Introdução

O melhoramento das práticas agrícolas para o aumento da produtividade e resistências a doenças e pragas é um assunto sempre presente nas pesquisas nacionais e no exterior. Em Coffea arabica L., a espécie mais cultivada no nosso país, para se obter uma variedade ou híbrido que possua alguma característica desejável são necessários vinte e quatro anos, ou seja, seis gerações para que esta nova planta se estabilize e não ocorra mais a segregação, podendo assim transmitir suas características para seus descendentes.

Todo esse tempo tem causado na agricultura nacional, principalmente na área cafeeira, uma enorme entrada de novas variedades de plantas antes de sua estabilização, causando desuniformidade da lavoura, perdas de certas características, como resistências, e até prejuízos na produção.

Neste contexto, visando uma maior velocidade para a produção de novos híbridos de cafeeiro arábica, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a capacidade de reprodução vegetativa do cafeeiro da espécie arábica, através da estaquia, com auxílio de um hormônio vegetal sintético de crescimento, o ácido indol-butírico, e avaliá-lo como forma economicamente viável de produção de mudas de cafeeiro.

O Método de Estaquia

A estaquia é muito utilizada em diversas culturas ao redor do mundo. Qualquer planta reproduzida vegetativamente através da estaquia transmite suas características para a planta-filha, e esta já se encontra no estágio de estabilidade, não ocorrendo a perda de qualquer de suas características herdadas por motivo de segregação.

Este método já é muito utilizado em cafeeiros da espécie canephora, que no Brasil é muito cultivado no estado do Espírito Santo, e seus resultados já são bem conhecidos da comunidade cafeeira. Entretanto, a falta de pesquisas referentes a esse método de reprodução em cafés da espécie arábica, e a diversidade dos resultados naqueles existentes, mostra o quanto estamos despreparados para a utilização de tal.

Figura 1. Estaca sem folhas com formação de dois brotos.



Metodologia

O presente trabalho foi instalado e conduzido no campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais, campus de Muzambinho, em Minas Gerais, na unidade educacional de culturas perenes, em casa de vegetação com sistema de irrigação automático por micro-aspersão.

As estacas são oriundas de ramos ortotrópicos secundários herbáceos de um talhão de Coffea arabica L., variedade Acaiá cerrado, presente no próprio campus, de tamanho entre oito e dez centímetros; um par de folhas, estas reduzidas a um terço de seu tamanho, um nó e um internódio. Para se evitar a oxidação dos cortes, as estacas foram retiradas, iniciando-se às seis horas da manhã, até as oito horas do mesmo período e colocadas imediatamente em recipiente com água e, logo após, foram imersas em solução de água acrescida de ácido indol-butírico (AIB), com cinco concentrações diferentes (0mg.L-1, 250mg.L-1, 500mg.L-1, 750mg.L-1 e 1000mg.L-1), e mantidas nestas por quatro períodos distintos de tempo (1h, 2h, 4h e 8h).

Para a implantação, foram utilizados tubetes de polietileno específicos para estaquia, previamente esterilizados através de lavagem e imersão em solução de hipoclorito de sódio por dez minutos, mais substrato inerte. Após noventa dias em casa de vegetação, foram feitas as avaliações referentes ao número de estacas vivas, percentual de estacas vivas, número de brotações e tamanho de brotos.

Figura 2. Comparação de tamanho de um broto.



Conclusões:

Após as análises estatísticas referentes a cada uma das variáveis estudadas e suas respectivas interações, temos que, para as condições do estudo, a utilização de AIB, nestas concentrações, não se mostra eficiente para a produção em escala comercial de mudas de Coffea arabica L. cv. Acaiá cerrado.

Entre as variáveis estudadas (número de estacas vivas, porcentual de estacas vivas, número de brotos e tamanho de brotos), nenhuma apresenta resultado que possa ser classificado como satisfatório, acarretando a inviabilidade deste método de reprodução. Pesquisas com concentrações maiores de AIB devem ser feitas para se avaliar o quão significativo isto pode ser em relação à morte das estacas.

MAURO SCIGLIANI MARTINI

Consultoria técnica especializada, certificações, qualidade de cafés, tecnologia avançada em aplicação, auditorias, assessoria ambiental e comercial, gestão da cafeeicultura, etc.

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LUCIANA LOPES MENDONÇA

MUZAMBINHO - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 07/04/2009

Parabéns pelo artigo.
Sucesso para você.
Luciana
MAURO SCIGLIANI MARTINI

SÃO JOSÉ DO RIO PARDO - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 02/04/2009

Prezado ANTONIO CARLO DE OLIVEIRA CINTRA,

Como explico no segundo parágrafo da metodologia empregada "... as estacas são oriundas de ramos ortotrópicos herbáceos...", é chamado de HERBÁCEO a parte do ramo que ainda está tenra, ou seja, que não se diferenciou em vasos condutores ou em outro órgão da planta. Essa parte herbácea está sempre na ponta do ramo, possui uma maior quantidade de AIA, maior permeabilidade e é formada por células chamadas totipotentes, que podem se transformar em qualquer outro órgão. Então, a metodologia empregada está de acordo com sua sugestão, que por sinal está corretíssima.

Em relação ao eucalipto, apesar de não ser minha área de especialidade, posso dizer que fisiologicamente há uma diferença entre ele e o cafeeiro arabica, a planta de eucalipto responde bem à hormônios sintéticos assim como em Coffea canephora, entretanto em Coffea arabica isso não acontece, por motivos ainda não muito estudados. Além disso, a planta do eucalipto, mesmo sendo reproduzida por meio de estacas, forma uma raiz pivotante, o que não acontece com o café, sendo este mais uma dificuldade para este tipo de reprodução no cafeeiro.

Novas pesquisas estão sendo feitas com maiores concentrações de hormônio afim de conseguirmos resultados mais satisfatórios. Obrigado por seu questionamento e estou aberto a novas dúvidas.
ANTONIO CARLO DE OLIVEIRA CINTRA

FRANCA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 01/04/2009

Caro Mauro Scigliani Martini,

Sabendo que a concentração de AIA esta mais presente nas gemas apicais, não seria interessante fazer as estacas apenas com a parte mais tenra do ramo ortotropico (ponta)?

A reprodução de eucalipto por clone se processa desta forma, utilizando apenas as pontas dos ramos (com maior concentração de AIA). Em experimentos de reprodução vegetativa com eucalipto observou-se que as partes mais lignificadas apresentam uma menor índice de pegamento, sendo este meio de reprodução inviável de forma comercial.

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