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Pragas do cafeeiro: alternativa de controle a cigarras

POR JULIO

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 28/10/2009

3 MIN DE LEITURA

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De acordo com o "Novo Manual de Recomendações para a Cultura de Café no Brasil" (Matiello et al.), as cigarras são insetos-praga de vida adulta muito curta, pois morrem logo que saem do solo, após o acasalamento e perpetuação da espécie. Suas formas jovens (larvas e ninfas) passam de 1 a 5 anos sugando a seiva das raízes do cafezal. Na época da revoada, de setembro a março, o macho emite seu canto característico para atrair as fêmeas, que depositam seus ovos nos troncos das plantas. Ao eclodirem, as ninfas descem ao solo, penetram no chão e se fixam a raízes, próximas ao tronco. Com pernas anteriores bastante desenvolvidas, as ninfas das cigarras escavam galerias, onde ficam alojadas, junto às raízes.

Segundo o professor da Unesp, Dr. Douglas H. B. Maccagnan, que abordou o tema no Curso do GIEU, a postura das cigarras se dá no terço superior da planta, em galhos de 1,4 a 3,5 mm de espessura. Como ainda não há ovicidas para estes insetos no mercado, o controle da praga deve ser realizado em outras etapas de suas vidas. No entanto, as tais "galerias" que as ninfas constroem prensando barro no solo formam uma região praticamente blindada e outros métodos de controle não dão certo por conta disso, pois além delas estarem embaixo da terra, possuem esta proteção "extra".

"Quanto tempo poderiam as cigarras ficarem no solo até que venham à superfície para se acasalarem?", questionou o professor, que acredita que o longo período de desenvolvimento das ninfas pode estar associado ao tipo de alimentação ingerida, pobre em açúcar. A resposta? "No mínimo 3 anos", desconfia. Depois de ter correlacionado a época em que as cigarras vêm à superfície do solo com a quantidade de chuva recebida no período e não ter encontrado nenhuma evidência de que a umidade favoreça o ato, o professor sugere que as cigarras saem do solo em função de variação no fotoperíodo. "Alguma mudança química na planta, resultado da alteração do fotoperíodo, pode ser percebida pelas cigarras, que sabem que está na hora de subir", arrisca.

Em sua recente tese de doutorado, Douglas ajudou a desenvolver armadilhas sonoras que atraem as cigarras. Estas, por sua vez, tomam um banho de inseticida quando chegam perto da armadilha. "A ideia da pesquisa veio da insatisfação com o controle químico. Apesar de esta ser a forma mais eficiente de se combater a praga (com inseticidas sistêmicos aplicados no solo ou no caule da planta), esta alternativa traz impacto ambiental e um custo onerado à produção, já que são necessários até R$ 600 ha/ano para um controle efetivo. Além disso, não é uma prática compatível com a agricultura orgânica. Por isso mesmo, nosso próximo passo envolve estudos com fungos, nematoides ou parasitoides que podem auxiliar no controle biológico das cigarras", finalizou.

A importância econômica das cigarras se dá pela sucção da seiva da raiz, que pode causar clorose nas folhas da extremidade dos ramos e queda prematura de folhas, flores e frutos. Além disso, algumas espécies quando adultas podem ser vetores de doenças do cafeeiro, principalmente da Xylella fastidiosa (CVC). Segundo Matiello et al., as plantas de café atacadas apresentam fraqueza na parte aérea, com amarelecimento e deficiências nutricionais nas folhas, ramos secos e baixa produção. Fazendo com o enxadão pequenas covas no solo, junto às raízes grossas, pode-se verificar a presença de ninfas de vários tamanhos, de coloração clara, muitas delas "agarradas" às raízes, sendo comum observar mais de 300 ninfas por planta, em alguns casos mais de 1000. As espécies maiores causam danos sensíveis a partir de 20-30 ninfas por planta.


Demonstração da quantidade de indivíduos da espécie Quesada gigas capturados pela armadilha em 30 minutos de funcionamento. Esta é a espécie que traz maior dano ao cafeeiro.

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ALFREDO

VOTUPORANGA - SÃO PAULO

EM 08/10/2021

Boa noite.
Gostaria de contar minha experiência no controle das cigarras do cafezal.
Um dia estava eu lixando uma chapa de ferro com uma lixadeira elétrica e do nada veio um tanto de cigarra assentando em mim, quando eu desligava a lixadeira elas iam embora. Foi aí que bolei uma estratégia para eliminar as pragas. Gravei o som da lixadeira lixando a chapa por 3 minutos e editei o som de maneira que ele ficava repetindo constantemente, fiz um quadro com lona amarela e afixei no meio do pomar, com uma caixa de som coloquei numa altura boa o som atrás da lona amarela e fiquei com uma bomba com inseticida. O resultado foi impressionante, matei muitas cigarras. Se quiserem tirar a prova faz o teste com uma lixadeira numa chapa de ferro. Não deu certo com as cigarras grades das arvores da cidade, acho que o som não bate com o delas.
LAIS COTA

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 11/10/2021

Olá Alfredo,
Muito interessante.
Você consegue compartilhar seu áudio?.
Gostaria de reproduzir sua experiência
Meu WhatsApp é (19)9-99090470
EDIMAR GONÇALVES CARVALHO

GUAÇUÍ - ESPÍRITO SANTO

EM 24/04/2020

Fiz uma pergunta em 2009 e os pesquisadores ainda não responderam, acredito que as empresas que fabricam os inseticidas deram um cala boca neles!
RITIELISON NERES

EM 23/04/2020

essa armadilha é definida com uma armadilha comportamental ou é uma armadilha fisica?
ALBINO JOÃO ROCCHETTI

FRANCA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 04/11/2009

Estamos nas mãos das grandes empresas fabricantes dos produtos para controle dos insetos no solo. Que esta iniciativa, de se criar um novo método de controle, seja estimulada e não sofra os impedimentos daqueles que se sentirem ameaçadaos de perder mercados.

Força e entusiasmo!
EDIMAR GONÇALVES CARVALHO

GUAÇUÍ - ESPÍRITO SANTO

EM 28/10/2009

Interessante esta pesquisa, precisamos de mais dados, eficiência de controle, números de armadilhas por ha, preço para montar uma armadilha e preço de manutenção, etc...

Parabéns pela iniciativa, o rumo é este

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