O leitor do CaféPoint João Carlos Remédio, produdor de de café de São José dos Campos, São Paulo, enviou um comentário ao artigo "Ainda sobre o amanhã", de Maria Sylvia Macchione Saes e Bruno Varella Miranda, pesquisadores do PENSA. Segundo João, a falta de acesso à educação é, de certa forma, proposital, pois o controle do povo menos informado garante a perpetuação de políticos inescrupulosos no poder. Uma pena, pois para nosso leitor, educação e economia andam juntas. Leia a carta abaixo:

"Num país onde se chegou à conclusão que a ignorância cultural e a pobreza rendem votos, não se pode esperar melhora no âmbito econômico e muito menos no educacional. Se ainda temos muitas crianças fora do ensino fundamental e evasão escolar alta, é querer muito que nossas autoridades se preocupem com a formação de doutores. É mais fácil importá-los da Índia, de Cuba ou de qualquer outro lugar do mundo a fazê-los pôr aqui.

As faculdades, principalmente as particulares, com raríssimas exceções, só visam lucro. Não estão se importando com a formação de seus alunos e muito menos na qualidade de seus professores. Nas escolas públicas não existe incentivos e muitos dos grandes mestres acabam por deixá-las.

No final, todos saímos perdendo. Conhecimento é qualidade de vida, assim como o dinheiro. Só que nossa classe política está satisfeita: "pra que melhorar se sempre consigo me reeleger?" É mais fácil domar a ignorância à sabedoria - "muitos doutores não votariam em mim, para que criá-los?"

Quanto à cafeicultura, dependemos muito de nossos pesquisadores. Como eles, também queremos melhores condições. Se nos falta governança, faltará cultura e melhoria econômica. Já nos cansamos desta mesmice política, precisamos de fato é de alguém que se preocupe com o Brasil como um todo, sem querer se perpetuar no poder. Um viva aos nossos pesquisadores!"

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Equipe CaféPoint