Com sabor adocicado e aroma diferenciado, o café bourbon amarelo está reaparecendo nos cafezais brasileiros, depois de 50 anos no ostracismo devido à baixa produtividade e alta suscetibilidade a doenças. Tirando isso, o grão é um arábica top de linha.

Por isso a Ipanema Coffees, fornecedora brasileira exclusiva da rede Starbucks, é uma das que investe no bourbon amarelo. A empresa tem contrato até 2011 com a americana para a entrega de todos os seus bourbons. "Produzimos cerca de 15 mil sacas do tipo bourbon de uma média de 120 mil sacas anuais", informou o diretor de marketing da Ipanema Coffees, Edgard Bressani.

Os cafés especiais conquistam cada vez mais espaço no varejo e nas cafeterias do país. Atentas a este mercado que cresce até 30% ao ano e representa já 5% do total consumido, as indústrias não querem ficar de fora. E não é para menos o interesse nesse nicho: a saca de 60 quilos do grão especial custa, no mínimo, 50% mais que a do grão de boa qualidade, cotado a R$ 230.

Uma pesquisa de consumo divulgada pela Abic mostra que a exposição dos cafés especiais nas gôndolas de supermercado era de 17% em agosto de 2006 e 83% para os cafés tradicionais. Em junho último, a exposição para os especiais saltou para 23%, enquanto os tradicionais reduziram para 77%, segundo reportagem de Mônica Scaramuzzo, do Valor Econômico.