Os produtores de café da África deverão receber preços mais altos esse ano graças à queda na produção da Colômbia, terceiro maior exportador do mundo, disse a diretora executiva da Bolsa de Mercadorias da Etiópia (ECX, sigla em inglês), Eleni Gabre-Madhin.

"A previsão para os preços do Arábica parece ser de que continuarão aumentando por causa da queda da produção da Colômbia. Achamos que essa é uma oportunidade muito boa para os cafés finos africanos".

A ECX, que foi lançada no meio de 2008, vendeu cerca de 161.000 toneladas de grãos - ou 70% da produção do país - no ano passado, no valor de US$ 380 milhões. Gabre-Madhin disse que os preços do Arábica já apresentaram um ganho de 20% no mercado internacional esse ano. Junto com outros desenvolvimentos na indústria, disse ela, isso aponta para bons lucros para os produtores africanos para suas colheitas em 2010. "Estamos vendo uma mudança de café de baixa classificação para café de maior qualidade".

A ECX que, além de sua atividade central de comercializar mercadorias, também emite certificação de qualidade, fornece armazenamento, libera pagamentos e dissemina dados de mercado, se associou a uma organização dos Estados Unidos no ano passado para aumentar a oferta de cafés especiais.

As classificações do café aumentaram de cinco para 10 através da adição de novos critérios, como origem geográfica de lotes particulares, disse ela, dizendo também que das duas melhores classificações receberam 10-15% de premium acima do café de classificação comercial.

"Agora temos uma forma de medir isso [qualidade] e uma forma de recompensar por isso e que tem tido um impacto direto no incentivo aos produtores para produzirem maior qualidade, para melhorarem o manejo pós-colheita e para trazerem um mercado de maior qualidade ao mercado".

Apesar de os volumes comercializados na bolsa terem aumentado 72% no mês passado com relação ao ano anterior, Gabre-Madhin disse que não está claro se a tendência continuará. "Eu arriscaria um palpite de cerca de 30-40% a mais com relação ao ano anterior", disse ela, adicionando que a prioridade para a bolsa é instalar uma plataforma de comércio online.

Ela espera que isso se complete em dois anos, junto com a introdução de contratos futuros e financiamento de receitas dos depósitos, onde os produtores podem tomar empréstimos frente às receitas dos grãos enviados à ECX.

O balanço da produção de café da Etiópia que não é vendida através da ECX é vendido localmente ou exportado diretamente.

A reportagem é da Reuters, traduzida e adaptada pela equipe CaféPoint.