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Certificação chega a sitiantes cafeicultores em SP

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 20/05/2009

4 MIN DE LEITURA

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No Sítio São João, em Serra Negra/SP, a família do cafeicultor Décio Olivotto está se preparando para iniciar a colheita de mais uma safra. Neste ano de safra menor, por causa da bienualidade do café, a expectativa é colher 20 toneladas, ou 330 sacas. No ano passado, a produção foi de 50 toneladas. Mas a queda na produção não desanimou o produtor, que desde 2006 investe na organização da propriedade e já obteve a certificação internacional UTZ Certified (de boas práticas agrícolas).

Com a certificação, Olivotto vem conseguindo vender sua safra por preço superior à cotação do mercado. No mínimo, ele recebe R$ 15 a mais por saca. Se confirmada a produção estimada para esta safra, ele aumentará sua renda em, pelo menos, R$ 5 mil. "A bonificação é um estímulo, principalmente em anos de baixa produção", diz a filha Giane, que ajudou o pai a organizar o sítio.

A família Olivotto é uma das 250 famílias cafeicultoras da região do Circuito das Águas, todas de pequenos produtores, cadastradas no Projeto Qualidade do Café, iniciativa da Fundação Dowe Egberts, da empresa holandesa Sara Lee.

Qualidade

"Começamos a desenvolver o projeto em 2003, com foco na melhoria da qualidade dos grãos. Hoje, estamos num segundo momento, que é a certificação UTZ", diz Artur Graff, diretor-superintendente da divisão Decotrade, companhia do grupo responsável pelo comércio de café verde no Brasil.

Conforme Graff, o projeto foi criado para fomentar a produção sustentável em pequenas propriedades de café. No Brasil, foram escolhidos os municípios de Serra Negra, Socorro, Amparo e Monte Alegre do Sul. "O perfil da região é de produtores familiares, que não acompanharam a tecnologia e foram perdendo qualidade", explica o agrônomo José Luiz Melo Monteiro, consultor da Decisão Consultoria, parceira do projeto.

Dos 250 cafeicultores que participam do projeto, 105 já conseguiram a certificação. Até o fim do ano, a meta é que todos os cafeicultores do projeto estejam certificados. Para incentivar os produtores a obter a certificação, a Sara Lee se compromete a comprar o café dos produtores com um ágio que varia entre R$ 15 e R$ 20 por saca. Mas não exige fidelidade. "Se eles conseguirem um preço melhor, podem vender para outros compradores", afirma Graff.

Assistência técnica

Para melhorar a qualidade do café e se adequar às exigências da certificação Utz, os cafeicultores que participam do projeto contam com um importante aliado: a assistência gratuita de técnicos e agrônomos. Na maioria dos casos, diz o consultor José Luiz Monteiro, a certificação não exige grandes investimentos. No sítio da família Olivotto, tudo é muito simples, funcional e está dentro dos padrões.

É o processo, ou a burocracia, para manter a rastreabilidade da produção que exige mais da família. "Foi a parte mais difícil. Temos um fichário onde anotamos tudo o que é feito na lavoura. O técnico ensinou a dividir a plantação em talhões, para facilitar o controle. Agora que temos uma rotina está mais fácil", diz.

Além de organizar melhor a produção, as orientações dos técnicos foram fundamentais para reduzir o uso de defensivos. "Usávamos mais do que o necessário. Este ano, por exemplo, gastamos apenas 1 quilo de defensivo por hectare contra a broca, o bicho mineiro e a ferrugem. Em outras épocas, usávamos 7 quilos. E é um produto caro, custa R$ 400 o quilo."

Burocracia

Próximo dali, no Sítio São José, o cafeicultor Benedito Vasconcellos, que faz parte do projeto desde 2007, cultiva 6 hectares. No ano passado, após cumprir as regras, ele obteve a certificação Utz. Assim como no sítio de Olivotto, o mais complicado foi se adaptar à burocracia. "Com o tempo, pegamos prática", diz ele. "O mais importante foi a assistência técnica. Hoje, por exemplo, sempre faço análise de solo; aplico somente o adubo necessário e consegui reduzir o custo de produção."

Outra orientação dos técnicos, diz Vasconcellos, foi o manejo de esqueletamento, uma poda drástica. "Nunca havia feito. Tinha receio de perder tudo", diz, lembrando que alguns pés de café com cerca de 14 anos já estavam perdendo a produtividade. "Fiz o manejo e eles voltaram a produzir."

Vasconcellos também passou a trabalhar com a chamada safra zero, sob orientação dos agrônomos do projeto. No ano em que o cafezal produz menos, ele não colhe. "No ano seguinte, a produtividade mais que dobra. Além disso, economizo na adubação."

Na vizinha Amparo, o produtor Ageu Pagan e sua mulher, Neli, cuidam sozinhos do cafezal de 2 hectares. As melhorias começaram com a renovação da lavoura, em 2003. Três anos depois, eles foram certificados. "Com a certificação, além de o sítio estar mais limpo e organizado, meu café se valorizou. Cheguei a receber R$ 40 a mais por saca", diz o produtor, que optou por investir um pouco mais, cerca de R$ 4 mil, na organização da propriedade. "Construí os cômodos para guardar os agrotóxicos e um banheiro externo, forrei a tulha para armazenar os grãos e comprei os EPIs. E também faço coleta seletiva do lixo", diz.

As informações são de Niza Souza, da Folha de São Paulo, resumidas e adaptadas pela Equipe CaféPoint.

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CARLOS ALBERTO AIMOLE PAGLIARONE

FRANCA - SÃO PAULO

EM 19/07/2009

Boa noite. Gostaria de me inteirar sobre quais são os requisitos para este certificado, sabendo que tenho uma propriedade com 40 hectares de café em um total de 65 ha.

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