Depois de dizer em fevereiro que a Starbucks passaria por uma possível desaceleração do crescimento, o presidente do grupo, Howard Schultz, anunciou em comunicado interno, na última semana, que a cadeia de cafeterias seguiria uma estratégia agressiva de crescimento, numa aparente tentativa de recuperar a confiança de seus acionistas, já que, com as declarações de fevereiro, as ações da gigante caíram 8% em dez dias.

A inquietação de Schultz está nos rumos que a empresa tem tomado em nome da necessidade de crescer. Para ganhar em produtividade, por exemplo, passou a usar máquinas automáticas de café, dispensando o preparo do café expresso manualmente.

Além disso, as lojas se uniformizaram e já não teriam a "alma" do passado. "O café vendido não é mais moído na loja, daí ´a perda do aroma, que era, talvez, o sinal não-verbal mais potente que tínhamos em nossos negócios", afirmou Schultz.

Outra dificuldade é o fato das cadeias de fast food como McDonald´s ou Dunkin´Donuts terem demonstrado competência em ocupar seu lugar no mercado ao vender café de ´alta qualidade´.

Na assembléia-geral do grupo, Howard Schultz julgou oportuno se desculpar diante dos acionistas porque, pela primeira vez na história da Starbucks, a ação não se valorizou de um ano para outro.

Em crise ou não, fato é que em 14 anos a ação da Starbucks foi valorizada em aproximadamente 6.000%.

As informações são de Isabelle Tourne, do UOL.