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Produtores questionam certificação

PAULO HENRIQUE LEME

EM 11/09/2006

4 MIN DE LEITURA

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Produtores de café da pequena cooperativa de Chanmagua, na Guatemala, abriram suas terras e métodos de cultivo a duros escrutínios, no ano passado, na esperança de um selo de "preocupação ambiental" trazer-lhes preços mais elevados.

Os quinze fazendeiros que se incorporaram ao programa deixaram inspetores ver suas contas, elevaram os salários dos trabalhadores contratados e reduziram o uso de fertilizantes e pesticidas, para que seus cafés pudessem ser certificados como ambiental e socialmente responsáveis.

Mas, após todo o trabalho duro, os fazendeiros, que cultivam cafés especiais em montanhas perto da fronteira com Honduras, se declaram decepcionados com os prêmios pequenos obtidos sobre o preço de mercado.

"O problema foi exagero nas expectativas", disse Cesar Peralta, que gerencia os trabalhos de um grupo de cerca de 150 fazendeiros da região.

Milhares de fazendeiros na América Central tiveram seu café certificado como orgânico, fair-trade (comércio justo) ou environment-friendly (algo como não agressor ao meio ambiente) na esperança de preços melhores, mas muitos queixam-se que o trabalho extra e o custo para cumprir as exigências da certificação não é recompensado suficientemente.

"Os produtores foram convencidos que a certificação significaria preços muito mais elevados do que usuais. Não havia muita informação de boa qualidade", Peralta disse.

Épocas boas e ruins

A tendência para tornar o café visto como social ou ambiental responsável foi impulsionada no início desta década em que os preços do café do mundo desmoronaram, levando muitos fazendeiros à bancarrota. Muitos dos que resistiram viram as certificações como uma maneira de impulsionar a sua renda.

Agora, há uma profusão de organizações oferecendo uma gama de certificações, que diferem em exigências, padrões e taxas. Muitos produtores têm dificuldades para escolher entre elas e para saber se seu investimento será recompensado com preços melhores para o café.

As inspeções pelos certificadores internacionais podem custar ao redor 2.000 a 3.000 dólares, sendo cobradas taxas de renovação anuais, em alguns casos, embora estas despesas possam ser divididas entre os produtores organizados em cooperativas.

O selo de fair-trade, comércio justo, busca melhorar as condições de vida de produtores pobres de café travando um preço base garantido de 1,26 dólar por libra peso , ou 1,41 para o café orgânico, mais um prêmio 5 centavos, para cafés especiais ou 15 centavos para orgânicos, se o preço de mercado estiver acima dessa linha de base.

A diferença era significativa durante a crise de 2000 a 2004, quando os preços giraram ao redor 60 centavos por libra. Mas os preços de mercado alcançaram picos de vários anos em New York e em Londres, há alguns meses atrás, e são, agora, mais do que o dobro do que na maior baixa de 30 anos, ocorrida em 2001.

Essa queda no prêmio sobre o mercado levou alguns produtores a não cumprir os contratos e vender a intermediários que ofereciam pagamento com menor prazo. Por outro lado, os defensores do sistema fair-trade alegam que este protege os fazendeiros da volatilidade nos preços.

"A força do modelo de comércio justo está em de garantir os preços aos fazendeiros em épocas boas e ruins", disse Nicole Chettero, porta-voz da certificadora norte- americana TransFair.

Mas, embora a demanda para o orgânico, o fair-trade e mesmo para nichos como "Bird-friendly" esteja em voga, a oferta ainda a ultrapassa com folga. (As técnicas de produção de café "Bird-friendly envolvem se assegurar de que os pássaros não sejam afetados por pesticidas, danos a fontes de água ou mudanças no seu habitat.)

O café fair-trade está disponível em campi universitários e nos supermercados e os gigantes como a Dunkin' Donuts o incluem em suas lojas. Ainda assim, a certificação é associada a menos de 2 por cento das vendas do café do mundo.

Somente um terço de todo o café certificado como fair-trade é comprado por negociantes fair-trade, disse Chettero, com o resto sendo vendido no mercado aberto a preços mais baixos.

O mesmo excesso de oferta se estende a outras certificações, e explica porque a cooperativa de Chanmagua certificou apenas 15 membros com o selo da Rainforest Alliance.

"Encontrar um lugar para vender o café certificado de todos os membros seria muito mais complicado", disse Peralta. "Há necessidade de existir um mercado muito maior."

Mas os benefícios para a Chanmagua, primeira cooperativa a certificar com o Rainforest Alliance na Guatemala, não são apenas econômicos. Peralta disse que as exigências estritas de escrituração e de melhorias nas condições de trabalho tornaram a sua organização mais profissional e reforçaram seu compromisso em proteger o ambiente.

"Nós não prometemos um prêmio de preço sobre a bolsa", disse Chris Wille, chefe dos programas da agricultura sustentável da Rainforest Alliance na Costa Rica.

"Mas os fazendeiros estão reduzindo seus custos, gastando menos em produtos químicos, aumentando sua produtividade e tratando seus trabalhadores melhor. E vêem o processo como uma maneira tornar suas fazendas lugares agradáveis e sustentáveis para viver e passar a suas crianças."

A notícia é da Reuters e foi publicada no site Flexnews.com.

O CaféPoint estréia hoje o Radar Técnico Certificação e Qualidade que abordará aspectos técnicos sobre os processos de gestão de qualidade e certificação de café. Para ler o primeiro artigo disponível clique aqui.

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