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As preferências dos jovens consumidores e o consumo de café: uma guerra matinal?

POR CARLOS HENRIQUE JORGE BRANDO

PAULO HENRIQUE LEME

EM 21/12/2007

3 MIN DE LEITURA

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Pesquisas sobre o consumo de café vêm sendo realizadas no Brasil a cada dois anos desde 1988 e anualmente desde 2001. Os resultados destas pesquisas tem sido de fundamental importância para a condução de campanhas que visam a aumentar o consumo de café no país.

Os resultados da pesquisa de 2007 foram apresentados em novembro, durante o 15° ENCAFÉ, convenção anual promovida pela ABIC. Apesar do aumento da taxa de crescimento do consumo de café no Brasil, a pesquisa revelou também algumas ameaças que já estão na pauta de análise da ABIC. Estas ameaças são um sinal de aviso também para outros países produtores ou consumidores de café, assim como um alerta para os mercados emergentes.

Além do incremento do consumo de sucos de frutas e água engarrafada pelos consumidores, fato já identificado em anos anteriores, a pesquisa de 2007 indica um forte aumento da preferência por bebidas achocolatadas, mais especificamente aquelas consumidas no café da manhã. Esta conclusão reitera a importância dos projetos em andamento no Brasil para incluir o café na merenda das escolas e também reforça a necessidade urgente de expansão do programa "Café na merenda, saúde na escola", em andamento desde 2006. Este programa, desenhado pela ABIC, vem sendo implementado com o apoio de empresas de torrefação, cooperativas, associações de produtores, prefeituras e secretarias.

As bebidas que fazem parte da rotina das crianças desempenham um importante papel na formação de seus hábitos de consumo futuros. Entretanto, alguns países deixam de se beneficiar desta vantagem devido à forte resistência em oferecer café às crianças. A preocupação atual está no fato de que as bebidas achocolatadas estão ganhando mercado em países onde servir café às crianças no café da manhã é bem aceito, como no Brasil. Considerando que é mais fácil combater esta ameaça em países onde servir café às crianças é bem aceito, o programa brasileiro é uma iniciativa importante. Por outro lado, a tarefa é muito mais complicada em países onde existem barreiras ao consumo de café pelas crianças. O que fazer nesses casos?

Uma alternativa interessante é proposta em um recente livro escrito por um consultor especializado em hábitos de consumo. O autor alega que previamente à introdução do hábito de tomar café no Japão, uma grande companhia alimentícia lançou, no varejo, doces com sabor de café destinados ao público infantil. A idéia era moldar as preferências de consumo dos jovens consumidores, fazendo com que adquirissem o gosto pelo café, predispondo-os a tomar café quando crescessem. Apesar do Japão não possuir a cultura do café antes destas mudanças, e hoje ser um grande mercado, a receita poderia funcionar também em países onde o hábito de consumir café já é parte da cultura, porém o consumo pelas crianças não é aceito.

Voltando ao Brasil, os resultados da pesquisa mostram que o momento é oportuno para que as empresas do setor de alimentos, especialmente aquelas que possuem o café em sua linha de produtos, invistam em bebidas à base de café destinadas ao público jovem. O objetivo é atacar os impactos negativos de longo prazo que os achocolatados podem causar ao consumo de café. A mesma sugestão aplica-se a outros países produtores de café que possam estar passando por problemas similares ou piores que o do Brasil. Em tempo, a estratégia acima mencionada, que obteve sucesso no Japão, também pode funcionar em diversos outros países consumidores e produtores, isoladamente ou complementando a inserção de bebidas à base de café na primeira refeição do dia.

Um exemplo claro de que os instrumentos citados acima podem ajudar o café a vencer esta "guerra matinal" é demonstrado pelo modo como a Starbucks está atraindo jovens consumidores pelo mundo. Lançando bebidas doces e geladas, à base de café e leite, a Starbucks cria uma importante porta de entrada para o mundo do café, estratégia que atrai não somente os adolescentes, mas consumidores das mais diversas idades. Sendo assim, após experimentarem e gostarem destas bebidas, os consumidores gradativamente passam a se interessar por outras bebidas, que possuem maiores teores de café, como os capuccinos, e talvez se aventurem a consumir café puro, na forma do espresso, por exemplo. Desse modo, os consumidores escalam o que chamo de "a escada do café".

CARLOS HENRIQUE JORGE BRANDO

Engenheiro civil pela Escola Politécnica da USP; pós-graduação à nível de doutorado em economia e negócios no Massachusetts Institute of Technology (MIT), EUA; sócio da P&A Marketing Internacional, empresa de consultoria e marketing na área de café

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