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Pico de entressafra e retenção natural

RODRIGO CORREA DA COSTA

EM 19/10/2009

4 MIN DE LEITURA

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Comentário Semanal - 12 a 16 de outubro de 2009

O dólar americano apanhou ainda mais na semana que se encerrou no dia 16 de outubro. Com o custo da moeda americana praticamente de graça, os investidores continuam vendendo dólares e comprando ativos, fortalecendo as moedas dos mercados emergentes, as ações, e as commodities. Nem mesmo os resultados aquém do esperado de algumas instituições financeiras serviram para arrefecer o apetite renovado dos investidores em colocar dinheiro no "jogo".

Curioso notar que apesar da falta de crença nas "verdinhas", a demanda pela dívida ianque está aquecidíssima, inclusive para títulos de longa maturação. Os principais administradores de renda-fixa dizem estarem comprando os famosos "bonds" com receio de deflação e de um mergulho da atividade econômica, o que injustificaria uma sustentação ou uma continuação da subida de preços de papéis e commodities - quem estará certo?

Para os Estados Unidos a desvalorização da sua moeda é uma grande ajuda para diminuir a sangria das contas externas e de quebra ajudar a amortizar os ativos de preços inchados que estão nos balanços das instituições financeiras e do próprio Banco Central. Sorte de quem produz matérias-prima!

Em apenas uma semana o suco de laranja subiu 17%, a gasolina 10.95%, o petróleo 9.46%, o algodão 7.74%, o açúcar 6.24%, grãos ao redor de 5%, e o café 3.59%. O contrato "C" de café negociado na bolsa de Nova Iorque ficou de lado durante toda a semana, inclusive dando a impressão de que poderia cair, porém na sexta-feira o rally foi forte fazendo com que os ganhos do período ficassem em US$ 9.52 por saca. Londres fechou praticamente inalterada se compararmos de uma sexta-feira para a outra, e São Paulo subiu US$ 8.15 por saca

Não é preciso repetir que os principais responsáveis pelo movimento foram os fundos de investimento que se animaram ainda mais em comprar o mercado depois que o contrato de dezembro de 2009 rompeu os US$ 140.00 centavos / libra peso.

A puxada nos preços trouxe junto um estreitamento da estrutura (spread), em um momento delicado do lado fundamental. Qual momento? Bem, a safra brasileira está colhida, e as chuvas prejudicaram uma parte da qualidade do produto - algo que temos repetido aqui neste espaço. Além disso, os cafés de melhor qualidade estão sendo, inteligentemente, represados pelos produtores, e o efeito sentido pelos exportadores e/ou intermediários (dealers) é de que a qualidade da safra foi péssima.

Para agravar a situação, não há ainda cafés de qualidades disponíveis na América Central e Colômbia, e a apreciação das moedas locais (em outras palavras: a queda dólar) abocanha um pedaço das subidas do mercado futuro.

Do outro lado da equação estão os torradores, que tendo em seus livros de compra (físico) cafés brasileiros a diferenciais atrativos, não acreditam em problemas de qualidade nos naturais (cafés não-lavados) de qualidade, ao mesmo tempo que aguardam a entrada da safra-nova dos lavados.

O calcanhar de Aquiles da indústria é o livro de fixações (mercado futuro). Este está sendo "tocado" com o mínimo da cobertura permitida, e o apetite de compra dos fundos deixou para trás os níveis de preço que eles gostariam de ter comprado. Em outras palavras as torrefações estão relativamente confortáveis com os diferenciais contratados (basis), porém um pouco desconfortáveis com a cobertura nos futuros (flat-price).

O conforto da indústria no basis está sendo financiado pelos intermediários que venderam cafés e precisam cobri-los no físico, porém se a dificuldade de originação de cafés de qualidade permanecer, inevitavelmente respingará no primeiro.

Seria o movimento do spread um indicador de que o medo bateu na porta destes vendidos? Por enquanto não. A estrutura está estreitando não apenas pelo apetite dos fundos em comprar o contrato mais líquido (dez/09), mas também em função dos produtores de café em geral estarem aproveitando as subidas para vender cafés da safra 2010/11, quando se espera uma produção grande de Brasil. Ao mesmo tempo os fazendeiros estão aproveitando o pico da entressafra dos suaves e estão restringindo a venda de seus cafés melhores no imediato. Até porque eles tem em mãos vários dispositivos de financiamento e, portanto, só venderão seus cafés bons próximo dos R$ 300.00 a saca - nível de referência das opções de venda. Que venham mais fundos comprando e que a estrutura estreite ainda mais.

Apenas quando arrefecer esta temporada de compra dos fundos, que inclusive aumentou o número de contrato em abertos, saberemos se o aperto do spread veio para ficar. Talvez um outro sinalizador seja a indústria elevar os níveis de preços de fixação dos seus futuros, incrementando o preço do torrado e moído para o consumidor - em plena a recessão?! Ou será que haverá novas mudanças no blend?

Uma coisa parece ser consenso no mercado: há quantidade de café disponível, o que está faltando no momento é qualidade! Produtores, aproveitem para comprar proteção de preços e fixaram parte dos seus cafés, principalmente se o preço que está sendo praticado já lhe traz algum lucro, afinal lucro não quebra ninguém.

Tenham todos uma ótima semana e muito bons negócios.

RODRIGO CORREA DA COSTA

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