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Ninguém quer entregar café na Bolsa

RODRIGO CORREA DA COSTA

EM 03/05/2010

4 MIN DE LEITURA

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Comentário semanal - 26 a 30 de abril

Os títulos da dívida grega foram rebaixados e perderam o grau de investimento por uma das agências de classificação de crédito.

A mesma agência rebaixou em dois níveis os títulos portugueses (evento estatisticamente mais difícil de ocorrer), e também cortou um degrau os títulos da Espanha, e manteve o viés negativo.

O velho continente vê um problema que era relativamente pequeno se alastrar entre os membros da comunidade do Euro, graças ao cenário incerto de ajuda das principais economias da União Europeia (os alarmistas dizem que é proposital - será ?).

Nos Estados Unidos caça-se os imigrantes ilegais no Arizona, e em Washington sabatinaram os executivos do Goldman Sachs, gerando dúvidas sobre os moldes de uma nova regulamentação ao setor financeiro.

A semana encerrou com a promessa de um novo pacote de ajuda a Grécia, agora de até 120 bilhões de Euros. Para convencer os membros da Comunidade Europeia e o FMI a emprestar o dinheiro, o governo grego tenta implementar medidas para reduzir seu déficit, muitas nada populares como a mudança da idade mínima de aposentadoria dos funcionários públicos de 53 anos para 67 anos, e a suspensão de 13º e 14º salários (por isso que se vê tantos protestos por lá).

Os mercados acionários e os índices das commodities caíram durante a semana, porém o café subiu e fechou o período com ganhos de US$ 4.43 por saca em Nova Iorque e US$ 5.35 em São Paulo - em Londres os preços ficaram inalterados.

A performance do contrato "C" mais uma vez foi positiva tecnicamente, e dado o quadro inalterado do fundamento, parece que veremos o mercado subir mais.

A falta de café de qualidade nas origens não mudou nada, já que não há cafés novos disponíveis. Com isso os diferenciais continuam firmes, embora parece que alguém andou vendendo Brasil a US$ 18.00 cts abaixo para embarques em maio e junho.

A demanda, que já deveria estar bem mais calma, continua razoável, tanto para o arábica fino, como para o robusta. Como os produtores não arredam o pé dos preços que "tabelaram" há algum tempo, resta à bolsa começar a descontar toda esta estória. Os baixistas discordam, lembrando que faz muito tempo que os diferenciais estão firmes e que a bolsa não reage, porém devemos apontar para a constante queda dos certificados, e principalmente a impressionante firmeza do spread de maio/julho em Nova Iorque que negocia a praticamente zero (-0.10 centavos/libra). Se houvesse uma perspectiva de maior oferta de café a partir de agora, especialmente de cafés finos, os detentores dos estoques certificados aproveitariam para entregar um pouco dos cafés que carregam, dado que o spread está muito apertado e não paga nem 30% do custo de armazenagem.

Porém ninguém quer largar o "osso", ainda que a qualidade que compõe este estoque não seja equivalente ao suave novo.

Fora estes sinais positivos, duas outras notícias altistas foram divulgadas na semana. A primeira vem da CECAFÉ, que diz que os estoques privados no final de maio serão de apenas 1.5 milhões de sacas. Dado o volume de café exportado e consumido no Brasil, muitos tem ajustado seus números para pode justificar, seja no tamanho das safras anteriores, ou no estoque de passagem. A segunda notícia foi a renovação do preço mínimo de café pelo Conselho Monetário Nacional, que manteve os mesmos níveis do ano passado. Desta forma o arábica tipo 6 de bebida dura, por exemplo, tem o preço mínimo de R$ 261.69 por saca.

Embora alguns produtores podem relutar em "vender" seu café para o governo em função da demora do pagamento, outros que tem mais paciência (e menos necessidade de caixa) podem optar por entregar, sem contar que os fazendeiros podem se organizar através das instituições que fazem parte.

De repente parece que todas as notícias baixistas que poderíamos esperar já apareceram, e talvez a principal delas - o tamanho da safra brasileira que alguns crêem que pode ser de até 60 milhões de sacas - já pode estar descontada no preço, não?!

Com o começo da colheita no Brasil, temos ouvido que a "renda"(produtividade) está mais baixa do que esperada, em função do tamanho do grão ser menor. E os cafés de qualidade (que ficam em regiões mais altas) não anteciparam tanto a maturação como se esperava.

Imagina vermos na safra que se inicia o mesmo que aconteceu o ano passado, a enorme procura por cafés finos, semi-lavados e lavados, mas não apenas pelos exportadores...

Quem está vendido em diferencial parece estar mais cauteloso, motivo que tem mantido as ofertas bem mais caras do que os importadores apostavam que estariam comprando agora.

Os baixistas discordam de tudo isso que escrevi, mas ao mesmo tempo tem receio de continuar vendendo o mercado. Já os altistas tem no psicológico de uma safra grande brasileira não os deixando comprar também. Por isso que o mercado futuro não tem ido a lugar nenhum. Um alerta porém: as volatilidades implícitas começaram a "acordar" subindo 2% nesta semana, e isto sem nem termos começado a negociar clima.

Parece que a bolsa de Nova Iorque pode finalmente sair do enfadonho intervalo entre US$ 130.00 e US$ 140.00 centavos por libra.

Uma ótima semana e muito bons negócios para todos.

RODRIGO CORREA DA COSTA

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