ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Certificados abaixo dos 3 milhões de sacas

RODRIGO CORREA DA COSTA

EM 26/01/2010

4 MIN DE LEITURA

0
0
Comentário semanal - 18 a 22 de janeiro de 2010

O ano começou aquecido, com os mercados acionários fazendo novas altas e as commodities subindo.

Parecia que as previsões de uma continuação de investimento e a promessa de investidores comprando ativos de risco não arrefeceria, porém uma sequência de baldes de água fria fez retrair um pouco o apetite.

Uma das notícias mais baixistas foi a divulgação, nesta semana que passou, de que o governo chinês tomará medidas para diminuir os empréstimos internamente, preocupado com bolhas de especulação e também com a inflação que tem aumentado mais do que o esperado.

Como a China foi o um dos principais responsáveis em ajudar o mundo a sair de uma das mais longas recessões que se tem registro na história, as bolsas tomaram um baque, assim como as commodities. Os mercados emergentes foram os que mais sofreram.

O Brasil viu sua bolsa despencar mais de 5%, e o Real negociar no patamar mais baixo desde setembro de 2009. Sendo o país um grande exportador de commodities, e tendo a China como um de seus principais compradores, a notícia acabou causando um estrago maior. Tanto que o dólar parou de firmar contra as moedas de outros países, mas o mesmo não aconteceu com a moeda brasileira. Para complicar um pouco mais, a divulgação pior do que esperada das contas externas do Brasil causou ainda mais desconforto para os investidores.

O efeito sentido nos ativos também foi fruto de uma reversão do carry-trade (operação em que investidores estavam tomando dólares americanos emprestados para investir em países que têm juros mais atrativos, e em ativos de risco).

Outro fator que causou volatilidade foi o novo plano, que carece de detalhes, divulgado pelo presidente americano Barack Obama, que proíbe operações proprietárias de bancos comerciais.

Um começo de ano turbulento, que deve ter novas regulamentações para as empresas financeiras, ainda mais depois dos democratas terem perdido uma vaga no senado que lhes pertencia por mais de 50 anos, e com toda a pressão popular em cima de Obama que escorrega no nível de aceitação.

Bem, o final da década de 2000-2009, marcada pela implosão de duas grandes bolhas, a da tecnologia e a do mercado imobiliário, teve um saldo positivo para quem investiu em commodities. O índice CRB valorizou 38.14% e o AIG 50.84%. O açúcar foi o produto campeão, com mais de 300% de ganho, seguido pelo cacau com 288% e o ouro 278%. O café subiu apenas 15% durante o período.

Muitos esperam que as commodities tenham um outro ano positivo, e que mais dinheiro seja derramado no mercado - não me parece provável.

Mas é bom que isto aconteça, e o café vai precisar a partir de março, quando a urgência de compra dos torradores não existir mais, e quando os produtores estarão de olho na safra do Brasil e na recuperação de safras futuras de Colômbia, Vietnã e América Central.

Até lá porém a situação deve ficar apertada, exatamente como estava até nosso último relatório de 2009.

Os torradores que precisam cobrir suas necessidades estão pagando 70 centavos acima para o café colombiano, e um dígito de desconto para os cafés brasileiros de melhor qualidade.

O interesse pelos certificados em Nova Iorque também aumentou - apesar da qualidade não ser equivalente aos lavados novos - e o resultado foi a queda para baixo de 3 milhões de sacas que vimos nesta semana, o menor nível desde fevereiro de 2003.

Relativamente ao número de contratos em aberto, os estoque estão bem baixo. Como referência: no dia 7 de fevereiro de 2003 haviam 72,276 contratos em aberto - o equivalente a 20.5 milhões de sacas, e hoje temos 128,399 contratos em aberto - o equivalente a 36.4 milhões de sacas. Talvez mais importante seja comparamos com o consumo mundial que cresceu de algo em torno de 110 milhões de sacas em 2002 para os atuais 130 milhões de sacas.

E devemos esperar uma continuação da queda dos certificados em Nova Iorque, já que os diferenciais no físico estão bem mais atrativos do que os diferencias que a bolsa paga, o que naturalmente não trará nenhuma nova certificação - pelo menos até a segunda metade do ano quando o Brasil entra no mercado mais forte.

Em síntese, o fundamento para o café está positivo no curto/médio prazo, com diferenciais firmes para os cafés de qualidade em todas as origens, produtores brasileiros potencialmente entregando outras 800 mil sacas de seus melhores cafés para o governo, Vietnã retraído na venda e fazendo wash-outs, e torradores com uma cobertura mínima - justamente no pico do consumo no hemisfério norte.

Ou seja tudo velho no ano novo.

Porém se o dólar não parar de firmar, o mercado futuro vai sofrer mais baixas.

O café teve uma movimentação positiva nas duas primeiras semanas do ano, animando os produtores, mas acabou sofrendo com o dólar mais forte, e voltamos para os patamares que tínhamos encerrado 2009.

As volalitidades das opções conseguiram cair ainda mais, para 28% - inimaginável se compararmos com os tempos que volatilidade abaixo de 35% eram baratérrimas.

O que isto significa?

Que ninguém está esperando nenhuma mudança drástica dos preços, algo perigoso dado o quadro de aperto atual e o potencial quadro de uma sobra significativa com a safra 10/11 brasileira que a CONAB estima ser 48 milhões de sacas - vamos deixar de lado o que mercado crê.

Se o dólar parar de subir creio que NY deva testar os 145/150 centavos no curto/médio prazo.

É bom estar de volta, e desejo a todos um excelente 2010 com muitos bons negócios.

RODRIGO CORREA DA COSTA

0

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe CaféPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do CaféPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

CaféPoint Logo MilkPoint Ventures