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Bolsas Internacionais e dólar amargam queda

RODRIGO CORREA DA COSTA

EM 25/07/2008

3 MIN DE LEITURA

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Os preços futuros do café fecharam em queda na quinta-feira nas bolsas internacionais, atingindo a menor cotação das últimas seis semanas. Segundo analistas ouvidos pela Bloomberg, as cotações sofreram pressão da valorização do dólar sobre outras moedas estrangeiras.

Em Nova York, contratos de café da Bolsa de mercados futuros com vencimento previsto para Setembro caíram 75 pontos, para 135,20 cents/lb ou R$ 282,10/sc. Dezembro/08, também com -70 pts, registrou baixa de 0,5%, cotado a 138,90 cents/lb, ou R$ 289,82. São quase 2% de desvalorização acumulada na última semana. De acordo com o Banco Central, o dólar comercial foi cotado a R$ 1,577 nesta quinta-feira.

Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.


Dólar

Segundo o InfoMoney, a pressão vinda do fluxo de capital estrangeiro em busca de aplicações em renda fixa no país, após a nova alta no juro básico brasileiro, fez com que o dólar comercial fechasse em queda de 0,32%, abaixo do suporte de R$ 1,58. Na véspera, com os mercados brasileiros já fechados, a autoridade monetária brasileira anunciou o ajuste em 75 pontos-base da Selic, levando a taxa a 13% ao ano. Como justificativa, o Comitê alegou "vistas a promover tempestivamente a convergência da inflação para a trajetória de metas".

"Ainda que a decisão não seja ao todo surpreendente, já que um aumento no ritmo de elevações do juro básico interno não era descartado, a maior parte dos analistas apostava na manutenção da postura vista nos dois últimos encontros do Copom, ou seja, incremento de 50 pontos-base na taxa", publicou o site. O maior juro básico doméstico aumenta a atratividade do investimento em renda fixa, o que atrai fluxo estrangeiro ao Brasil. Em outras palavras, eleva a oferta de dólar no País, pressionando assim a cotação.

Ainda que o dólar comercial tenha operado em terreno negativo por toda a quinta-feira, a queda da moeda foi minimizada no final da sessão como resposta ao clima negativo predominante nas praças financeiras internacionais. Enquanto a esfera corporativa trazia resultados abaixo das projeções de analistas - com destaque ao prejuízo bilionário reportado pela montadora norte-americana Ford -, a agenda econômica colaborava com o clima de apreensão.

Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)


Tabela 1. Comparativos das principais Bolsas de café


Mercado do robusta

A Bolsa de mercados futuros de Londres terminou o dia praticamente estável. A posição Julho subiu apenas 1 pontos, cotada a US$ 2.397/t ou R$ 226,85/sc, ao passo que contratos para Setembro registraram +2 pts, encerrando a sessão a US$ 2.313/t (R$ 218,90).

Gráfico 3. Contrato café, LIFFE


BM&F

A Bolsa de Mercadorias & Futuros de São Paulo registrou alta de US$ 0,45 para a posição Setembro, cotada a US$ 166,00/sc ou R$ 261,83/sc. Para Dezembro, os contratos tiveram alta de US$ 0,60, finalizando os trabalhos a US$ 167,10, ou R$ 263,57/sc. Em relação aos contratos futuros com vencimento para dezembro, houve mais de 10% de desvalorização (em R$) nos últimos trinta dias.

Tabela 2. Principais Indicadores, Bolsas e cotação do Dólar


Gráfico 4. Contrato café, BM&F



Mercado físico

Em Guaxupé, Minas Gerais, a saca do arábica - tipo 6 bebida dura para melhor - foi negociada a R$ 247,00, R$ 2,00 a menos em relação ao dia anterior. O indicador Cepea/Esalq recuou R$ 0,82, cotado a R$ 242,95/sc, um dos mais baixos do ano. Em Franca, São Paulo, o preço da saca foi de R$ 252,00.

O café despolpado de Vitória da Conquista manteve-se a R$ 240,00/sc. Nas praças de Araguari e Patrocínio, em Minas, a safra nova foi reajustada a R$ 243,00, enquanto que em Caratinga, recuou a R$ 240,00/sc.

Em São Gabriel da Palha/ES, o conillon - tipo 6/7 com mais de 90% de peneira 13 - vem sendo negociado a R$ 203,00/sc desde o dia 30 de abril de 2008. Com nova desvalorização de 0,27%, o indicador diário à vista do Cepea/Esalq registrou -R$ 0,57, cotado a R$ 214,25.

Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F



Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui

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Julio Frare, Equipe CaféPoint

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