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Um herói na UTI - Por Kátia Abreu

ESPAÇO ABERTO

EM 29/07/2013

3 MIN DE LEITURA

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Por Kátia Abreu, senadora (PSD/TO) e presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária)*.

O agronegócio vai tão bem que pouca gente presta a devida atenção ao que se passa com cada ramo particular de produção.

Os últimos anos têm sido muito favoráveis à maioria dos produtos que exportamos, mas, quando observamos de perto, vemos que os bons ventos não sopram igualmente para todos.

É o caso do café. A demanda mundial de grãos e carnes tem crescido a taxas elevadas, com a melhoria de renda das populações que deixaram a condição de pobreza nas últimas décadas. Muito concentrado em países mais desenvolvidos, há cinco anos imersos numa séria crise econômica, o consumo de café não segue a mesma lógica.

Em 2012, por exemplo, nossas exportações para os Estados Unidos caíram 27%; para a Alemanha, 19%; para a Espanha, outros 33%. E, com a melhora na produtividade, nossos cafeeiros estão produzindo mais.

Em princípio, questões de mercado devem ser resolvidas pelos mercados. Quedas de preços provocam, em seguida, queda da produção, reequilibrando oferta e demanda. É isso que precisa ocorrer com a produção de café?

Olhemos mais de perto a cafeicultura brasileira. Nosso parque cafeeiro ocupa 2,1 milhões de hectares, com investimentos em torno de US$ 25 bilhões. Essas áreas são cultivadas por 380 mil produtores que geram US$ 7,5 bilhões por ano. E grande parte delas não tem aptidão para cultivos alternativos, especialmente por questões topográficas.

Exatos 58% da produção provém de pequenas propriedades. Só 17% do total produzido vem de grandes propriedades, em média com cerca de 450 hectares.

No último triênio, o valor das exportações superou US$ 20 bilhões. Vê-se, portanto, que uma crise na economia do café não é de modo algum uma questão trivial para a economia interna, nem para o balanço de pagamentos. Compromete um produto que, por décadas, sustentou como um herói solitário nosso superavit comercial.

Nos cultivos anuais, o ajuste entre oferta e demanda pode ser feito a cada ano. Se os preços caem, a área plantada de grãos, por exemplo, é reduzida. Se os preços se recuperam no ano seguinte, a área é novamente recomposta. Com o café, isso não é possível.

O café é um cultivo permanente, com um ciclo de quatro a cinco anos entre o plantio e a colheita. Se os produtores estão perdendo dinheiro, deixam simplesmente de cuidar da lavoura. Resultado: a degradação dos cafeeiros, que dificilmente podem ser recuperados.

Uma planta permanente não é um equipamento que se desliga e, eventualmente, pode ser novamente posto a funcionar, se as circunstâncias se alteram. Ciclos biológicos não podem ser interrompidos e depois retomados.

E os problemas de mercado não são estruturais. A crise nos países desenvolvidos está aos poucos se dissipando e os mercados emergentes --como China, o restante da Ásia e países do Leste Europeu-- crescem a taxas superiores a 4% ano.

O próprio consumo interno brasileiro vem crescendo 3,5% ao ano. Previsões da Organização Internacional do Café indicam que, em 2018, o consumo mundial ficará entre 157 milhões e 173 milhões de sacas. Ao ritmo em que crescem nossa produção e o nosso consumo interno, a perspectiva é de falta, e não de excesso do produto.

Por essas razões, é o caso de perguntar se vale a pena para o país abandonar a atividade ao seu próprio destino ou se mais vale um esforço para manter intacta essa poderosa estrutura que é a economia do café, geradora de 8 milhões de empregos diretos e indiretos.

Não tenho dúvidas quanto à resposta correta: é útil e vantajoso para o Brasil a preservação da produção de café. Há mecanismos financeiros disponíveis para equilibrar preços e custos, sem sacrifícios indevidos para a sociedade.

Também não podemos deixar de considerar as dificuldades de todas as atividades intensivas de mão de obra, como o café, o cacau, a laranja e a cana, pelo elevado custo Brasil na área trabalhista. Esse é um fator inerente ao produtor.

Nesse caso, só o governo pode efetivamente agir. Ao caminhar no presente, devemos sempre ter o cuidado de não destruir os caminhos do futuro.

*As informações são da Folha de São Paulo.

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GINOAZZOLINI NETO

LONDRINA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 08/04/2015

Se alguém pode fazer algo é a Dona Kátia que é Ministra da Agricultura e amiguinha da Dilma. Como O Governo está quebrada é o tipo do artigo para inglês ver. è importante, temos que lutar blá blá blá. Até 2018 a cafeicultura foi pro brejo. Este discurso é de senadora e não de Ministra da Agricultura.
BENTO VENTURIM

SÃO GABRIEL DA PALHA - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 06/04/2015

Parece que a Senadora precisa  revisitar seu artigo e retomar seu ponto de vista favorável à cafeicultura do Brasil.

Agora Ministra da Agricultura, está propondo leilão de café do Governo às vésperas de inicio de colheita .... fala em autorizar importação de café....

Grandes incentivos estes  à cafeicultura Brasilieira!
UDSON EDUARDO HERZOG

ITABELA - BAHIA - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 03/04/2015

Caro amigo Ginoazzolini,

A festa do café que convidei acima não é patrocinada por cafeicultores, os shows são pela prefeitura, as exposições e máquinas pelas empresas vendedoras do seu produto, apenas a organização é elaborada pelo sindicato dos produtores rurais, os palestrantes alguns da incaper do E.S.

As dificuldades estão estampadas em todos estados produtores de café, não tem mentirinha na matéria acima, não sei voce, mas não sou disso.
GINOAZZOLINI NETO

LONDRINA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 03/08/2013

Festa de café? shows, máquinas? Será que li direito? Então a crise é de mentirinha.
UDSON EDUARDO HERZOG

ITABELA - BAHIA - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 31/07/2013

Bom dia, o cenário do que vem acontecendo na cafeicultura não é animador, produtores endividados, o clima instável, o alto preço de produtos e derivados, o alto custo com mão de obra( não quero dizer que os trabalhadores rurais ganham muito dinheiro trabalhando, pois eles também tem famílias para sustentar, é que o custo total de um trabalhador para o produtor perante ao preço do café é muito alto), a mão de obra cada vez menor, dependemos de muita estrutura física para produzir como máquinas, construções, casas, alojamentos, instalações elétricas, represas, irrigações, legalizações ambientais, carros de transportes, e dezenas de outros;



Sem contar na colheita do café que somos visitados por fiscais do trabalho que as vezes chegam como se fôssemos bandidos, talvez é porque no campo não usamos paletó e gravata, até quando vamos ter forças para suportar tanto descaso?, amo o campo e a cafeicultura, e espero que meu filho de 06 anos também tenha entusiasmo para dizer o mesmo no futuro, um abraço a todos.



OBS:Teremos neste final de semana a festa do café em Itabela, palestras, maquinas, exposição, shows, inovações de empresas do ramo e muito mais, convidamos a todos de 02 a 04/08.
JOSÉ ADAUTO DE ALMEIDA

MARUMBI - PARANÁ - PROVA/ESPECIALISTA EM QUALIDADE DE CAFÉ

EM 30/07/2013

Senadora, abrace  a nossa causa! Mostre esta realidade a seus colegas do senado e a ministro da agricultura.
FRANCISCO EDUARDO BERNAL SIMÕES

TUPÃ - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 30/07/2013

Artigo de informação preciosa que deveria ser de conhecimento de toda a classe produtora e politica. Estamos em lideranças na cafeicultura no estado de São Paulo. As Cooperativas precisam se unir e um grande movimento deve ser orquestrado em todos os estados produtores. A situação é gravíssima , estamos encerrando uma colheita de alto custo devido a elevada quantidade de café que ficou no chão por conta das chuvas fora de época, que também adiantaram a florada o que ocasionara perdas para s safra futura e o Governo se fingi de morto. Lamentável
MELISSA RODRIGUES

PIUMHI - MINAS GERAIS - INSUMOS PARA INDÚSTRIA, DISTRIBUIÇÃO E VAREJO

EM 30/07/2013

Excelente matéria!



Isso mostra que ainda existe pessoas inteligentes e preocupadas com a economia do pais, e de onde vem a sustentabilidade de seus pilares...do campo é claro! Os pequenos produtores a cada ano vêem sofrendo mais e mais, o governo nada faz, cade o preço congelado? Propostas mais justas e condizentes de acordo com o mercado, seria uma boa opção e um começo de um nova era para todos aqueles que lutam e buscam com dignidade o crescimento. Abraços.
MARIO DORNELLES DE ALVARENGA

PERDÕES - MINAS GERAIS

EM 30/07/2013

Sem palavras a acrescentar ao que disse nossa GRANDE senadora  Katia Abreu.Esta sim está a altura de nos representar!!!!Grande mulher,produtora ,congressista,poderia ser esta a nossa presidenta!Quem conhece sua historia,não se surpreende com o que ela defende,porem precisamos apoia-la para que ela possa nos defender.KATIA ABREU PARA PRESIDENTA DO BRASIL!!!!!!
GINOAZZOLINI NETO

LONDRINA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 30/07/2013

Dona Katia, a cafeicultura já está abandonada. Se a senhora que é senadora e Presidente da Federação da Agricultura não sabe o que fazer, imagine nóis. Que tal uma CPI?
BENTO VENTURIM

SÃO GABRIEL DA PALHA - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 30/07/2013

Vou continuar batendo na mesma tecla: nosso problema está em entregar nosso rico produto para alemão e italiano ganhar dinheiro.  Nossos dirigentes de Cooperativas e Industria Nacionalistas, não deveriam permitir que nosso produto saisse do pais sem  valor agregado.  Vamos industrializar nosso café. Todos, inclusive o Estado, ganha muito mais.
WILLEM GUILHERME DE ARAÚJO

GUAXUPÉ - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 30/07/2013

Ronaldo, vc disse tudo. Esta é uma otima solução. Agora só para lembrar: uma xicara de café, bebida dura, tipo 6 sai da sua propriedade valendo em media 8 centavos de real. E está sendo comercializada no supermercado (misturado com conilon) a 15 centavos e nas cafeterias a R$ 1,50! Será que é esta diferença é ot al custo Brasil?
MARIA JOSE

ABRE CAMPO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 30/07/2013

Ótima reportagem....mas o Sr. Ministro da agricultura é que teria que tomar conhecimento desses dados.... Bem, a previsão é que em 2018 faltará café, então o preço irá melhorar...mas até lá, como que se paga os custos da produção, com esse valor miserável que está hoje? É claro que vai faltar, pois ninguem vai conseguir manter as lavouras de café.
RONALDO SOUZA MORAIS

BOA ESPERANÇA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 30/07/2013

Boa tarde a todos.

A senadora colocou muito bem a respeito das contas pagas ao mundo todo com o café. Colocou muito bem sobre a biologia do café, ciclo, responsabilidade empregati-

cia, impostos recolhidos, etc. Colocou que faz bem para arrecadação do municipio, do estado, do país e dos que compram ( compram barato e vendem caríssimo), Tem aqueles que vendem insumos (adubos, defensivos, maquinas, etc) que também ganham e muito em cima do cafeicultor. Por que o governo não compra o café garantindo um preço razoavel, por ex. R$400,00/sc, e o próprio governo vende, exporta, consome, etc? Muito fácil de responder. - O produto café será especulado da produção até a venda, Vão aparecer produtores de todo jeito e quantidades, qualidades, etc, O mercado ficará cheio, e os preços de graça. Como sugestão, deveriam fazer igual ao produtor de algodão do Centro Oeste e Bahia, diminuir a area plantada pela metade, assim ganhamos o dobro, gastamos tudo pela metade, metade

de problemas trabalhistas, com mão de obra, maquinas, insumos e o municipio, o estado e o pais que se fumentem pra outros lados. Simples, não acham? abs a todos e boa sorte.
MARCO ANTONIO JACOB

ESPÍRITO SANTO DO PINHAL - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 30/07/2013

Todos sabemos da importância social da cafeicultura , mas precisamos de ações , já apresentei soluções mais praticas que as atuais pleiteadas diretamente ao CNA para o Sr. Breno Mesquita . O que mais me assusta , é que apesar de eles dizerem que as minhas soluções apresentadas serem "inteligentes e implementáveis " , nunca ví , ouvi , lí , os dirigentes da cafeicultura colocarem-as em discussão, nem menos debate-las.



Então minha dúvida , será que a classe dirigente quer realmente resolver os problemas da cafeicultura ?



Para os que não conhecem minha proposta , abaixo transcrevo sucintamente :



Preço mínimo de exportação de café , vinculado ao custo de produção do café arábico brasileiro



Para os leigos , o custo de produção dos cafés arábicos do Brasil é um dos menores do mundo .



Esta medida acima , não impede outras medidas de PEPRO , OPÇÕES DE VENDA , COMPRA POR PARTE GOVERNAMENTAL , etc .



Então minha pergunta ao CNA , na diretamente ao Bruno e Natalia , porque não discutir a proposta de PREÇO MÍNIMO DE EXPORTAÇÃO vinculado ao CUSTO DE PRODUÇÂO   ???
WILLES SILVA

SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 30/07/2013

Ótimo artigo, escrito por quem conhece e está por dentro da atividade tanto interno como externo.

Quem precisa ler este artigo é o desenformado ministro da agricultura.

Willes.
MARCOS CHARLES UHLIG

SANTA MARIA DE JETIBÁ - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 30/07/2013

Excelente texto sobre a situação atual da cafeicultura brasileira, melhor ainda para os que não sabem de nada sobre cafeicultura e vivem dando pitacos negativos e falando asneiras, mal sabem da importância que tem o café e o que representa economicamente para o nosso estado (ES) e país, sendo inclusive responsável por quase 100% do PIB de muitos municípios brasileiros!
ELI VALERA NABANETE

MARUMBI - PARANÁ - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 30/07/2013

Um artigo importante e vemos que pouco repercutio entre os produtores,pois nao vi nenhum comentario a respeito. Acho que isso se deve ao descaso dos governos,sejam eles  municipais,estaduais e principalmente o federal.Mas nao devemos desanimar,pois ainda tem alguem (senadora Katia Abreu) que luta por dias melhores para os produtores.

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